Número de idosos obesos deve duplicar na próxima década

Especialistas em Nutrição e Educação Física abriram o segundo dia do Fórum Técnico Obesidade: desafios e perspectivas...

07/07/2006 - 00:00
 

Número de idosos obesos deve duplicar na próxima década

Especialistas em Nutrição e Educação Física abriram o segundo dia do Fórum Técnico Obesidade: desafios e perspectivas apontando um dado alarmante: cerca de 30 milhões de idosos apresentarão níveis de obesidade, no Brasil, até o ano 2020 (o dobro dos dias atuais). A coordenadora do curso de Nutrição da UFMG, Aline Cristine Souza Lopes, e o professor de avaliação física da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Juiz de Fora, Jorge Roberto Perrout de Lima, abriram o evento desta sexta-feira (7/7/06), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, com o painel "Obesidade no idoso: aspectos alimentares e nutricionais; atividades físicas e recreativas; treinamento e papel dos cuidadores; e prioridade no acesso a tratamento".

Segundo Lopes, dados do IBGE apontam que a obesidade no Brasil tem maior incidência em mulheres de baixa renda e pouca instrução, com idade entre 54 e 64 anos, e os fatores são multidisciplinares. Pobreza, depressão, isolamento social, enfermidades, perda da capacidade cognitiva são comuns nesta faixa etária e podem estimular o ganho excessivo de peso. "Mais que estimular, a obesidade pode agravar doenças como hipertensão, problemas cardiovasculares, câncer, diabetes e osteoporose", afirmou. Para ela, a perspectiva é de que ocorra uma epidemia de obesidade entre os idosos e haja aumento de casos de morbidade no Brasil, nos próximos anos. "A ocorrência deste problema no idoso não tem sido tratada com a importância que merece. E a solução está na valorização da promoção da saúde pública", concluiu.

O professor da UFJF, Jorge Perrout, concorda que a solução passa pela criação de políticas e iniciativas multissetoriais que ajudem as pessoas a se tornarem mais fisicamente ativas e com hábitos alimentares mais saudáveis. Para ele, a obesidade não é apenas uma questão de saúde, mas deve ser tratada como um problema de educação e informação. "A obesidade é um problema de estado. Não adianta o Ministério da Saúde fazer sua parte se as pessoas não forem estimuladas a prevenirem a obesidade desde a infância", concluiu.

 

 

 

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