Votação de pareceres a projetos de Irapé e do Fhidro ficou para quarta (5)

Dois pareceres de 1o turno a projetos de lei do governador Aécio Neves receberam pedido de vista da deputada Elisa Co...

04/07/2006 - 00:01
 

Votação de pareceres a projetos de Irapé e do Fhidro ficou para quarta (5)

Dois pareceres de 1o turno a projetos de lei do governador Aécio Neves receberam pedido de vista da deputada Elisa Costa (PT) na reunião desta terça-feira (4/7/06) da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Os relatórios são relativos aos PLs 2.953/06, que autoriza o Executivo a destinar recursos adicionais de R$ 30 milhões para a implantação da Usina Hidrelétrica de Irapé; e 3.139/06, que altera a redação do inciso VII do artigo 3º da Lei 15.910, de 2005, que dispõe sobre o Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro). Dessa forma, a votação dos pareceres ficou para a reunião da comissão desta quarta-feira (5), às 10 horas.

Segundo a deputada Elisa Costa, é importante analisar o PL 2.953/06, já que os R$ 30 milhões não serão usados na conclusão do assentamento da população deslocada com a construção da barragem, conforme está no projeto. Essa informação foi dada pelo representante da Cemig, Ayres Augusto Mascarenhas, em reunião da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial no último 2 de maio. Ele afirmou, na ocasião, que tais recursos já foram gastos nas obras, tratando-se o projeto somente de uma forma de legalizar o que o Estado já gastou.

O deputado Padre João (PT) também reforçou o pedido da colega petista ao afirmar que existem inúmeras pendências prometidas aos assentados que ainda não foram cumpridas, tais como construção de estradas, serviço de drenagem e de abastecimento de água. Ele criticou ainda o fato de requerimento de sua autoria, apresentando há um mês, solicitando que o projeto seja analisado também pela Comissão de Política Agropecuária, não ter sido colocado em votação no Plenário.

Em seu parecer favorável à aprovação do PL 2.953/06 na forma original, o deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB) esclarece que a matéria não encontra óbice na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Afirmou ainda que o projeto é "relevante, atende ao interesse público e aos pressupostos da legislação pertinente à matéria financeira e orçamentária".

Entenda o projeto - De acordo com o projeto, os recursos de R$ 30 milhões são provenientes de dividendos ou juros sobre o capital próprio, referentes à participação acionária do Estado na Cemig para a implantação da Usina Hidrelétrica de Irapé. A destinação dos recursos confere ao Estado o direito à subscrição de debêntures não conversíveis em ações, a serem emitidas pela Cemig, no valor correspondente aos recursos destinados, sujeitas a resgate e correção conforme o artigo 3º da Lei 13.954, de 2001 (resgate em 25 anos contados das datas de emissão e correção pelo Índice Geral de Preços do Mercado - IGPM - da Fundação Getúlio Vargas ou por índice oficial equivalente). O projeto trata, portanto, de operação de crédito pela qual o Estado passa a ser credor da Cemig. A subscrição será efetivada no exercício de 2006, em duas parcelas semestrais de R$ 15 milhões.

A obra de Irapé originou-se de licitação promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em que a Cemig foi vencedora. Com investimentos totais estimados em R$ 1 bilhão, a hidrelétrica irá gerar 360 megawatts, viabilizando a redenção socioeconômica para uma das regiões mais carentes do Estado, destaca o governo. Segundo a Lei 13.954, de 2001, que deu a autorização legislativa relativa ao empreendimento, o Executivo destinou até agora R$ 90 milhões para a obra.

Projeto reduz recursos destinados ao Fhidro

Também será melhor analisado pelos parlamentares o parecer do deputado José Henrique (PMDB) sobre o PL 3.139/06, que reduz de 55% para 50% a parte da cota destinada ao Estado, a título de compensação financeira por áreas inundadas por reservatórios para a geração de energia elétrica, a ser incluída entre os recursos do Fhidro. Na justificativa para encaminhá-lo, o governador informa que estudo das secretarias de Estado de Fazenda e de Planejamento e Gestão indica ser 50% o índice suficiente para prover o fundo. Os 5% deverão ser usados em outros setores, como a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e para honrar compromissos de contrapartida em acordos, como Proágua/Promata/ITTO, celebrados com o governo federal e organismos financeiros internacionais. A deputada Elisa Costa explicou o pedido de vista porque os comitês de bacias de Minas Gerais são contrários à redução dos recursos para o Fhidro.

Em seu parecer, José Henrique opina pela aprovação do projeto com as emendas nº 1 e 2, que apresentou. A primeira emenda autoriza o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que é o agente financeiro do referido fundo, a ser depositário dos seus recursos. O objetivo, segundo o relator, é assegurar o pleno desenvolvimento de operações ou projetos de interesse do Estado no Fundo de Equalização de Minas Gerais, criado pela Lei 15.980, de 2006, em consonância com o disposto no artigo 17 da Lei Complementar 91, de 2006.

Já a emenda nº 2 propõe a revogação do inciso III do artigo 5º da Lei 11.397, de 1994, que cria o Fundo para Infância e a Adolescência (FIA). E ele explica a necessidade da mudança "porque as contrapartidas nele descritas constituem, na verdade, barreiras à obtenção dos financiamentos, principalmente para as entidades menores, que prestam atendimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social no Estado, e que não podem arcar com o desembolso desse percentual".

Presenças - Deputados Domingos Sávio (PSDB), presidente; Dilzon Melo (PTB), José Henrique (PMDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB) e Padre João (PT) e a deputada Elisa Costa (PT).

 

 

 

 

 

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