Secretário explica projeto que cria o Fundomic

Apenas 409 dos 853 municípios mineiros (48%) contam com serviços de telefonia celular, o que faz com que Minas Gerais...

04/07/2006 - 00:00
 

Secretário explica projeto que cria o Fundomic

Apenas 409 dos 853 municípios mineiros (48%) contam com serviços de telefonia celular, o que faz com que Minas Gerais ocupe atualmente o 18º lugar no País em termos de cobertura de celular. No Brasil, 56% dos municípios têm esse tipo de serviço. O governo do Estado quer fazer com que, até o final de 2008, todos os municípios, pelo menos em suas sedes, tenham acesso a serviços de telecomunicações, inclusive o serviço móvel, com capacidade de prover telefonia e transmissão de dados. As informações são do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer, que participou, na manhã desta terça-feira (4/7/06), de audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Na reunião, promovida por iniciativa do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), o secretário prestou esclarecimentos sobre o Projeto de Lei (PL) 3.391/06, do governador, que cria o Fundo para Universalização do Acesso a Serviços de Telecomunicação em Minas Gerais (Fundomic), para execução do programa "Minas Comunica". Segundo Wilson Brumer, a maioria dos 444 municípios sem cobertura de serviço celular estão nas regiões mais carentes do Estado, o que não os torna atrativos para investimentos das empresas de telefonia. Juntos, esses municípios têm 2,8 milhões de habitantes. O investimento para implantação de telefonia celular num município é estimado entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão.

A saída, na avaliação do secretário, é a intervenção do Estado, mediante parcerias público-privadas. O programa "Minas Comunica", a ser sustentado com recursos do Fundomic, pretende mobilizar, até o final de 2007, R$ 200 milhões, advindos de recursos orçamentários que serão remanejados, da utilização de linha de crédito externa já contratada e de recursos a serem incluídos na proposta orçamentária do próximo exercício. Com tais recursos, o Estado irá viabilizar sua participação no projeto para tornar universal, em todas as cidades mineiras, o acesso ao serviço móvel. A escolha das operadoras se dará mediante processo licitatório. As prefeituras também devem participar da parceria, com a cessão de terrenos para instalação de torres e algum tipo de infra-estrutura, como estradas de acesso às mesmas.

Números revelam desigualdades regionais

Para ilustrar as diferenças regionais, o secretário apresentou dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB), Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e investimentos privados nas macrorregiões mineiras. Em 2004, o PIB do Estado foi de US$ 57 bilhões, sendo que a região Central respondeu por 44,97% desse total. A seguir, apareceram as regiões Triângulo (12,69%), Sul (11,91%), Zona da Mata (7,56%), Rio Doce (7,3%), Centro-Oeste (4,35%), Norte (3,92%) e Alto Paranaíba (3,6%). As regiões mais pobres do Estado, Jequitinhonha/Mucuri e Noroeste, ficaram, respectivamente, com 1,98% e 1,72% do PIB.

Com relação ao IDH, o Triângulo é a região com melhor índice (0,816), seguido pelas regiões Central e Zona da Mata (0,798), Centro-Oeste (0,788), Sul (0,787) e Rio Doce (0,739). O Norte de Minas tem IDH de 0,697 e o Jequitinhonha/Mucuri, de 0,665. O IDH do Estado como um todo é de 0,773, 10º lugar no País e acima da média nacional, que é de 0,757. O governo, de acordo com o secretário, trabalha com cenários de longo prazo que apontam para uma tendência de melhora no índice, atingindo 0,855 em 2020.

Quando se toma como referência o montante de investimentos exclusivamente privados, o total no Estado foi de R$ 67,4 bilhões, sendo 54,71% destinados à região Central. O Triângulo ficou com 12,1% dos investimentos; o Rio Doce com 11,45%; a Zona da Mata com 8,05%; o Norte com 4,44%; o Sul com 4,1%; e o Alto Paranaíba com 2,25%. Apenas 1,4% desses investimentos foram dirigidos à região Centro-Oeste; 1,33% ao Noroeste e reduzidos 0,18% ao Jequitinhonha/Mucuri. Números que comprovam que, sem a ação do Estado, as diferenças regionais tendem a se agravar. "É preciso criar condições para atrair a iniciativa privada e investidores para as regiões carentes", assinalou Brumer, lembrando que projetos estruturadores do governo, como o Pró-Acesso e o programa de eletrificação rural também têm esse objetivo.

Minas tem 9,5 milhões de usuários de celular

De acordo com dados apresentados por Wilson Brumer, cinco operadoras de telefonia celular operam no Estado. A maior, Telemig Celular, concentra 35,1% dos assinantes. Em seguida vem a Oi, com 31,4%, e a Tim, com 26,9%. A Claro tem 3,4% dos assinantes, e a CTBC, 3,2%. Somadas, elas atendem cerca de 9,5 milhões de pessoas, número superior ao do universo atendido pela telefonia fixa, de 3,8 milhões. No entanto, o serviço fixo chega aos 853 municípios, apesar de ainda haver centenas de pequenas localidades sem telefone.

Na avaliação do secretário, o "Minas Comunica" terá efeitos socioeconômicos significativos, beneficiando a população urbana e rural, profissionais autônomos, empresas públicas e privadas e a transmissão de dados, incentivando a atividade econômica e a geração de empregos, com reflexos no aumento da arrecadação de ICMS.

Na reunião desta terça-feira, o projeto do governo foi elogiado pelo prefeito de Mariana, Celso Costa Neto, presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM); por Paulo de Tarso Barbosa Passos, executivo de Relações Institucionais da Telemar; e por Eduardo Moreno, diretor de Engenharia da Telemig Celular. A ausência de representante da Anatel na reunião foi criticada pelos deputados Edson Rezende (PT) e Dinis Pinheiro.

Pareceres - No dia 28 de junho, o projeto, que tramita em regime de urgência, recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, com quatro emendas. Na tarde desta terça, após a audiência, as comissões de Transporte e de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovaram pareceres favoráveis ao projeto, com as emendas da CCJ. Com isso, o projeto está pronto para ser analisado pelo Plenário em 1º turno.

Requerimento aprovado

Ainda na reunião desta terça-feira, a comissão aprovou requerimento do deputado Célio Moreira (PSDB) solicitando visita às obras da Linha Verde, em Belo Horizonte.

Presenças - Deputados Célio Moreira (PSDB), presidente da comissão; Dinis Pinheiro (PSDB), Bilac Pinto (PL), Edson Rezende (PT), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB), José Henrique (PMDB) e João Leite (PSDB).

 

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