MDL em biocombustível, transporte e resíduos sólidos será
debatido
A Comissão Especial do Protocolo de Quioto vai
promover, nesta terça-feira (4/7/06), mais uma rodada de debates
sobre Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Desta vez, os
convidados vão falar sobre MDL em biocombustível, transportes e
resíduos sólidos urbanos, com foco nas potencialidades de Minas
Gerais. A reunião será às 9 horas, no Auditório, e acontece a
requerimento dos deputados Laudelino Augusto (PT), Doutor Ronaldo
(PDT) e Sávio Souza Cruz (PMDB), respectivamente, presidente,
vice-presidente e relator da comissão especial.
O MDL é uma alternativa criada pelo Protocolo de
Quioto, tratado internacional que prevê ações para a contenção das
emissões dos chamados gases de efeito estufa (GEE), para que os
países desenvolvidos possam cumprir suas metas de redução. Com o
MDL, esses países podem adquirir créditos de carbono gerados em
países em desenvolvimento signatários, caso do Brasil. Para os
defensores dessa alternativa, sua vantagem é que, além de
contribuírem para uma menor emissão de GEE, geram empregos e renda e
estimulam a preservação ambiental.
Nesta terça, os deputados esperam saber mais sobre
projetos de aproveitamento do bagaço da cana das usinas de álcool e
açúcar (MDL em biocombustível); e sobre projetos da BHTrans de
substituição do combustível da gasolina pelo biodiesel e de
eficiência energética dos motores (MDL em transportes). Também
querem ouvir a multinacional britânica Ecosecurities, que trabalha
no mercado de créditos de carbono, sobre um projeto pioneiro para
geração de créditos de carbono, implementado no aterro sanitário de
Nova Iguaçu (RJ). Por meio da iniciativa, os gases do aterro são
aproveitados para geração de energia, sem ônus para a prefeitura,
que recebe um percentual sobre a venda dos créditos. A
Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) da PBH deverá falar, ainda,
sobre uma idéia semelhante para o aterro sanitário da
Capital.
Convidados - São
convidados a participar das discussões o vereador Antônio Carlos
Pereira, da Câmara Municipal de Belo Horizonte; Márcio Cerqueira
Batitucci, representante da BHTrans; o superintendente de Limpeza
Urbana da Capital, Edmundo Martins; Nuno Cunha e Silva,
representante da Ecosecurities; e um representante do Sindaçúcar,
que reúne os usineiros.
Histórico dos trabalhos
No dia 21 de junho, os deputados da comissão
especial foram a Patos de Minas conhecer o trabalho desenvolvido na
Granja Becker e promoveram uma audiência pública. Na granja, foi
instalada uma unidade de biodigestores, fruto de parceria entre o
Instituto Estadual de Florestas (IEF) com as empresas Agcert, da
Irlanda, e Sansuy, do Japão. Biodigestores são equipamentos que
fazem com que o gás metano não seja lançado à atmosfera, além de
permitirem a geração de energia elétrica.
Os debates programados para Patos de Minas
retomaram discussão iniciada no dia 18 de maio, quando a comissão
especial recebeu convidados e apurou que Minas já está recebendo
recursos relacionados à aplicação dos créditos de carbono, prevista
no Protocolo de Quioto.
Outros temas já discutidos pela comissão especial
foram: a situação institucional de Minas Gerais em relação ao
Protocolo de Quioto; as mudanças climáticas e o MDL; os desafios
para implementação de projetos socioambientais via MDL; MDL em
co-geração de energia elétrica e as potencialidades do Estado; e
projetos desenvolvidos no Estado vinculados ao MDL.
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