Comissão visita hospitais e instituições psiquiátricas

A Comissão Especial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais que discute o tratamento de pessoas com transtorno ment...

29/06/2006 - 00:00
 

Comissão visita hospitais e instituições psiquiátricas

A Comissão Especial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais que discute o tratamento de pessoas com transtorno mental, deficiência mental ou autismo visitou, na manhã desta quinta-feira (29/6/06), quatro instituições que atendem esses pacientes. Foram dois hospitais, um centro de referência em saúde mental e um hotel. Um hospital e o centro de referência são públicos e atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS); os demais são privados. O objetivo foi colher subsídios para a elaboração do relatório da comissão, que deverá ser apresentado e votado em julho. As visitas aconteceram a requerimento do presidente da comissão, deputado Célio Moreira (PSDB).

Filantrópico - A primeira visita foi ao Hospital Espírita André Luiz, instituição de caráter filantrópico que lida com portadores de transtorno mental e dependentes químicos. Ele conta com 150 leitos e realiza, diariamente, cerca de 300 atendimentos ambulatoriais em diversas especialidades clínicas, principalmente psiquiatria e psicologia. O diretor clínico, Roberto Lúcio Vieira de Souza, explicou que o hospital não atende adolescentes nem pessoas com deficiência mental severa ou autistas; e condenou a falta de entidades especializadas no tratamento psiquiátrico de adolescentes em Minas Gerais, alertando que jovens precisam de atendimento diferenciado. "O Centro Psicopedagógico - CPP - é a única instituição que atende crianças e adolescentes no Estado", esclareceu. O diretor clínico do André Luiz criticou, ainda, aqueles que confundem desospitalização com fechamento de hospital. "Na fase aguda, os hospitais são necessários", analisou.

Cersam - A segunda instituição visitada foi o Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam) da região Oeste da Capital, um dos sete Cersams mantidos pela PBH e que existe desde 2003. Lá, são feitos cerca de 60 atendimentos diários, principalmente a portadores de transtorno mental e deficientes mentais em momentos de crise mais aguda. Adolescentes e autistas também não são fazem parte do público-alvo. Com exceção dos Cersams da região Leste e da Pampulha, que funcionam 24 horas, os demais prestam atendimento apenas durante o dia, tendo serviço de transporte para buscar e levar os pacientes. Segundo a gerente Adriane Pitangui Terra, o objetivo dos centros de referência não é manter o paciente internado ou isolado e longe da família, e as unidades são abertas à visitação e acompanhamento dos familiares.

Fhemig - A seguir, a comissão dirigiu-se ao Hospital Psiquiátrico Galba Velloso, que, juntamente com o Instituto Raul Soares, integra a área de saúde mental da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e atende pessoas com mais de 18 anos. Também são da rede da Fhemig, na área de psiquiatria, o Centro Mineiro de Toxicomania, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, e o CPP, que lida com público infanto-juvenil. O Galba Velloso conta com um Centro de Acolhimento de Crise, com 50 leitos para internações de curta permanência (média de seis dias) e que recebe qualquer pessoa em crise, inclusive deficientes mentais; e dispõe de mais 110 vagas, sendo 80 para homens e 30 para mulheres, para internações de média permanência, de pessoas com quadros mais graves. De acordo com a diretora Maria Eugênia Mascarenhas, 50% dos pacientes são da Capital e 50% do interior; e dos internados a maioria é do interior.

Autistas - A última instituição visitada foi o Hotel Cre-Ser, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, única das quatro entidades que recebe pacientes autistas, além de pessoas com deficiência mental grave. Fundado em julho de 2005, o hotel atende uma clientela de classe média alta e enfrenta, atualmente, problemas junto à Vigilância Sanitária, à área de Saúde Mental da Secretaria de Estado de Saúde e ao Ministério Público. Para continuar funcionando, obteve liminar na Justiça em março deste ano. Atualmente, o Cre-Ser atende 25 clientes, de 11 a 41 anos, que passam o dia em escola especializada e pernoitam e ficam durante os fins de semana no hotel. "Temos a preocupação de que não haja perda do vínculo familiar; os pais têm livre trânsito", explicou a diretora Luciana Braga.

Ao final das visitas, o deputado Célio Moreira afirmou que o relatório final da comissão deverá cobrar das autoridades condições de atendimento digno para deficientes mentais, autistas e familiares, e manifestou-se preocupado com a deficiência no atendimento a adolescentes e idosos.

 

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