Integração dos órgãos de segurança é usada no combate ao crime

A integração dos órgãos responsáveis pela segurança pública e o ajuste do sistema prisional são alguns principais eix...

29/06/2006 - 00:02
 

Integração dos órgãos de segurança é usada no combate ao crime

A integração dos órgãos responsáveis pela segurança pública e o ajuste do sistema prisional são alguns principais eixos de atuação para o combate à criminalidade em Minas Gerais. Foi o que destacou o diretor de Modernização e Informática da Secretaria de Estado de Defesa Social, Luís Otávio Milagres de Assis, nesta quinta-feira (29/6/06), em Governador Valadares. Ele foi um dos expositores do encontro regional do Rio Doce do Seminário Legislativo "Segurança para todos - propostas para uma sociedade mais segura", que a Assembléia Legislativa de Minas Gerais promove entre 21 e 23 de agosto. Ao todo, serão seis encontros regionais. No Rio Doce, o encontro teve a participação de mais de 150 pessoas, de vários segmentos da sociedade.

Em sua exposição, o representante da Secretaria de Estado apresentou dados recentes sobre a ocorrência da criminalidade e lembrou que os grandes centros urbanos de todo o País foram marcados por um aumento expressivo de crimes violentos, desde a década de 80, em função de problemas de várias ordens. Mas, como destacou, o Estado tem trabalhado, nos últimos anos, em um conjunto de ações integradas para repressão e, principalmente, prevenção da criminalidade, "discussão que é recente no País", ressaltou.

Luís Otávio de Assis citou pesquisa da Fundação João Pinheiro divulgada nesta quarta-feira (28/6) pela Secretaria de Defesa Social que indica que o Estado registrou redução de 12% do índice de crimes violentos, se comparado o 1º trimestre de 2006 com o 1º trimestre de 2005. Em entrevista à imprensa, Assis informou que, em Governador Valadares, nesse mesmo período, houve redução de 10% no número de ocorrências de roubos e de 9,6% no índice do conjunto de crimes violentos (estupro, assalto à mão armada e homicídio). Apesar disso, a análise da quantidade de homicídios indica um crescimento de 26%, na comparação entre os dois períodos.

A superintendente de Prevenção à Criminalidade da Secretaria de Defesa Social, Márcia Cristina Alves, falou aos participantes sobre os principais eixos de atuação do governo na área de segurança, nos últimos três anos e meio. Entre outros programas, ela explicou as ações dirigidas para a prevenção da criminalidade entre jovens que vivem em áreas de risco.

Objetivo da ALMG é reunir sugestões

A preocupação com a criminalidade em Valadares e na região do Rio Doce foi externada pelo deputado Jayro Lessa (PFL), que representou o presidente da ALMG, Mauri Torres (PSDB), na abertura do encontro regional de Governador Valadares. "A situação aqui não é melhor ou pior que em outras regiões do Estado, mas é preocupante", disse, alertando que também os municípios pequenos e médios têm alcançado patamares preocupantes de violência.

Um dos coordenadores da Frente Parlamentar de Segurança Pública da ALMG, deputado Sargento Rodrigues (PDT), defendeu a participação efetiva da sociedade na discussão promovida pela ALMG, mas também cobrou o envolvimento de representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público. Já a deputada Elisa Costa (PT), que coordenou os trabalhos na parte da manhã, lembrou: "Ou haverá segurança para todos ou ninguém estará seguro. A violência abrange todos os segmentos sociais, mas os crimes mais graves acabam vitimando os mais pobres". A deputada Cecília Ferramenta (PT) também participou da atividade.

Bonifácio Mourão, prefeito de Governador Valadares, cobrou do governo federal o repasse dos recursos para aplicação na área de segurança pública, de acordo com o que é necessário e estabelecido por lei. Para ele, as prioridades da população - que antes eram emprego, saúde e educação - voltam-se agora para o medo da violência e as ações públicas que têm de responder a isso. O presidente da Câmara Municipal, Júlio César de Avelar, falou sobre a sensação de insegurança vivida pela população.

O auditor setorial da Polícia Civil de Minas Gerais, Gustavo Persichini de Souza, também enfatizou a questão do financiamento da segurança pública como calcanhar de Aquiles para o sistema. Apesar do aumento de recursos aplicados nos últimos anos, segundo ele, ainda é necessário sistematizar o planejamento das ações, para que essas tenham autonomia financeira e orçamentária, com transparência para a população.

Grupos de trabalho debaterão propostas

Após as exposições da manhã, três grupos de trabalho, formados por representantes da sociedade civil e das polícias e lideranças comunitárias, começaram a discutir os seguintes temas: ações preventivas e envolvimento da sociedade, financiamento da segurança púbica e sistema da Justiça Criminal. A partir das 15h30, as propostas debatidas serão expostas e haverá eleição dos representantes regionais que participarão do seminário legislativo, em agosto.

A Assembléia já realizou encontros regionais em Uberlândia (19/6) e Contagem (23/6). As próximas reuniões serão em Juiz de Fora (3/7), Pouso Alegre (11/7) e Montes Claros (14/7).

 

 

 

 

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