Governança Ambiental debate atuação do Ministério Público

Em sua última reunião com convidados, realizada nesta quarta-feira (28/6/06), a Comissão Especial sobre Governança Am...

28/06/2006 - 00:00
 

Governança Ambiental debate atuação do Ministério Público

Em sua última reunião com convidados, realizada nesta quarta-feira (28/6/06), a Comissão Especial sobre Governança Ambiental da Assembléia Legislativa de Minas Gerais conheceu detalhes da atuação do Ministério Público do Meio Ambiente e recebeu ainda sugestões de diversas entidades para a consolidação de um pacto para recuperação ambiental do Estado. A reunião, realizada a requerimento do deputado Paulo Piau (PPS), presidente da comissão, contou com a presença do titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), secretário José Carlos Carvalho, que defendeu a capacitação dos agentes econômicos para a prática do desenvolvimento sustentável.

A comissão, criada justamente para estudar uma adequação das exigências ambientais ao desenvolvimento do setor produtivo no Estado, deve apreciar o relatório final dos trabalhos, a cargo do deputado Doutor Ronaldo (PDT), no dia 12 de julho. De acordo com Paulo Piau, um grupo de trabalho também já está pactuado para dar continuidade aos trabalhos e, se for o caso, até mesmo para compilar a legislação ambiental de Minas. O parlamentar rebateu, no início da reunião, acusações de que a comissão estaria privilegiando o setor produtivo. "A Assembléia é uma casa democrática e abriga todas as instituições da sociedade. Os contrapontos são importantes. E a comissão não tem nada a ver com reformulação de órgãos públicos", esclareceu.

O secretário José Carlos Carvalho acrescentou que, se não há razões para privilegiar o setor produtivo, também não há razões para discriminá-lo. "A política ambiental tem que ser a favor de Minas e, quando Minas ganha, ninguém perde", enfatizou. Por outro lado, Carvalho lembrou que eventuais excessos cometidos pelo MP não são piores que os excessos que ele combate.

Indústria apresenta sugestões

Enfatizando a transversalidade da temática ambiental, que envolve vários setores, a secretária executiva do Conselho Empresarial para Meio Ambiente da Fiemg, Patrícia Boson, listou as prioridades para a recomposição ambiental em Minas. Nesse sentido, defendeu mudanças de paradigmas, entre eles o de que o setor empresarial é, isoladamente, o responsável por toda degradação ambiental e que suas interpelações devem ser vistas com desconfiança. As propostas da Fiemg para o Poder Público, a sociedade civil, o Ministério Público e o próprio setor empresarial também foram apresentadas e incluem, entre outras, a criação de instrumentos econômicos de gestão ambiental e a difusão de práticas mais limpas de produção.

O diretor administrativo da Faemg, Marcos de Abreu e Silva, citou ações da entidade, como o Projeto Semeando, de educação ambiental, que atinge mais de um milhão de crianças. Além disso, a Faemg distribui, segundo ele, cartilhas para o produtor rural, com orientações sobre o cumprimento das obrigações ambientais. Já as sugestões da Amda, apresentadas por sua superintendente executiva, Maria Dalce Ricas, incluem, entre outras, a criação de um órgão gestor único, com mandato para dirigentes, orçamento próprio, corpo técnico qualificado e ferramentas modernas, além da criação de uma instituição específica para incentivar negócios na área ambiental.

Ministério Público traz exemplos de atuação

Casos bem sucedidos da atuação do MP marcaram a exposição dos promotores de Meio Ambiente Marcos Paulo de Souza Miranda (bacias dos rios das Velhas e Paraopeba) e Alex Fernandes Santiago (Bacia do Rio São Francisco). Entre os exemplos, a destinação adequada de pneus inservíveis, acordada com prefeituras mineiras, e a recomposição da mata ciliar do Rio Itapecerica, em Divinópolis. Alex Santiago enfatizou que o MP é fiscal da aplicação da lei e que essa postura nem sempre é bem recebida.

A estrutura do MP do Meio Ambiente também foi detalhada pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Urbanismo e Habitação, procurador Rodrigo Cançado Anaya Rojas. Segundo ele, o MP tem buscado uma ação pró-ativa nas questões ambientais, sua área de maior atuação.

Presenças - Deputados Paulo Piau (PPS), presidente da comissão; Doutor Ronaldo (PDT), relator; e Luiz Humberto Carneiro (PSDB). Além dos convidados citados, compareceram à reunião o assessor da Fetaemg, Eduardo Nascimento, e representantes de diversos órgãos e entidades. Servidores dos órgãos ambientais também se manifestaram, com várias faixas, na galeria do Plenarinho.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715