Comissão discute aplicação de recursos no meio ambiente

A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais se reuniu nesta quarta-feira (28/6/06), para ouvir a declaração do pr...

28/06/2006 - 00:00
 

Comissão discute aplicação de recursos no meio ambiente

A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais se reuniu nesta quarta-feira (28/6/06), para ouvir a declaração do promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda sobre as ações impetradas pelo Ministério Público para o cumprimento da Lei 12.503, de 1997, que cria o Programa Estadual de Conservação da Água. O promotor explicou que empresas como a Copasa e a Cemig não estavam cumprindo a legislação, com a justificativa de que a lei teria sido revogada. Depois de ganhar ações nos municípios de Piranga (Zona da Mata); São João Evangelista e Coluna (Região do Rio Doce), o promotor conseguiu comprovar que a Lei 12.503, de 1997 está vigente. O deputado Paulo Piau (PPS), autor do requerimento que solicitou a reunião, defende a regulamentação urgente da lei. A reunião foi presidida pelo deputado Doutor Ronaldo (PDT).

"O grande desafio é o cumprimento da legislação, por parte das empresas de abastecimento de água e energia elétrica; por isso, o Ministério Público vai fiscalizar e adotar todas as medidas para o cumprimento da lei", esclareceu Marcos Paulo de Souza Miranda. De acordo com o promotor, que também é coordenador das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente das Comarcas Integrantes das Sub-Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, a Lei 12.503 tem o objetivo de proteger e preservar os recursos naturais das bacias hidrográficas sujeitas à exploração, com a finalidade de abastecimento público ou de geração de energia elétrica. A legislação prevê também que as empresas concessionárias de serviços de abastecimento de água e de geração de energia elétrica, públicas e privadas, são obrigadas a investir, na proteção e preservação ambiental da bacia hidrográfica em que ocorrer a exploração, o mínimo de 0,5% do valor total da receita operacional apurada no exercício anterior ao do investimento.

O superintendente de Meio Ambiente da Copasa, Valter Vilela, lembrou que a Copasa está presente em 609 municípios, atingindo 99% do abastecimento da população urbana do Estado. Ele disse que a empresa está cumprindo a lei e citou como exemplo a Bacia do São Francisco, onde foram investidos R$ 30 milhões, seis vezes o valor estipulado, no período de 1998 a 2006. Na Bacia do Rio Grande, o investimento foi de R$ 4,324 milhões, quando o valor previsto era de R$ 700 mil "A água é nossa matéria-prima e temos que trabalhar pela preservação dos nossos mananciais", observou Valter Vilela.

Para o coordenador do Centro Brasileiro de Conservação da Natureza (CBCN) e professor da Universidade de Viçosa, Oswaldo Valente, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) do município cumpre a lei desde 1998. Ele lembrou que os maiores problemas hidrológicos das bacias então nas encostas, ocupadas na maioria das vezes com pastagens degradadas. "Estamos tentando trabalhar nessas encostas fazendo reflorestamento, terraceamento , ou utilizando caixas de captação para conduzir as águas de enxurrada até o lençol", explicou.

De acordo com o deputado João Leite (PSDB), o grande número de leis sobre meio ambiente tornou disperso o entendimento sobre o assunto. Para ele, os comitês das bacias hidrográficas deveriam ser responsáveis pela aplicação de recursos, e o repasse de verbas deveria ser feito através de fundos, a exemplo do que acontece em outras áreas, como a assistência social. Já o deputado Paulo Piau disse que a interferência do Ministério Público na área de meio ambiente é muito importante para exigir o cumprimento da legislação. Para o deputado, que concorda que é grande o número de legislações ambientais, é necessário que se faça um trabalho de condensação dessas leis, selecionando as mais importantes e revogando outras.

Requerimentos - Seis requerimentos foram apresentados nesta reunião. Um deles de autoria do deputado Paulo Piau solicitando que seja enviado ofício ao secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, pedindo seu empenho na regulamentação da lei 12.503, de 1997. Foram aprovados também dois requerimentos do deputado Carlos Pimenta (PDT), pedindo ao diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), ao secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e ao presidente do Copam, que seja agilizada a análise e liberação pelo Copam dos pareceres técnicos relativos aos processos de licenciamento ambiental dos empreendimentos da construção das barragens de Peão, de Setúbal e de Galheiros.

Três requerimentos de autoria do deputado Laudelino Augusto também foram aprovados: um deles solicita a realização de audiência pública para debater o Projeto de Lei 5.974, que está tramitando na Câmara dos Deputados, e que dispões sobre incentivos fiscais para projetos ambientais, o "Imposto de Renda Ecológico". Outro requerimento quer debater em audiência pública, com representantes da Copasa, o projeto piloto que a empresa vem desenvolvendo em municípios do Vale do Jequitinhonha, com o objetivo de testar tecnologias e procedimentos que possibilitem a redução de cursos operacionais em sistemas de abastecimento de água e esgoto sanitário. E por fim, o requerimento que solicita providências do diretor-geral do IEF com relação à denúncia de abertura de portos de extração de areia no Rio Machado, em áreas de preservação permanente na região de Machado e Poço Fundo.

Presenças - Deputados Laudelino Augusto (PT), presidente; Doutor Ronaldo (PDFT), vice-presidente; João Leite (PSDB); Paulo Piau (PPS). Também participaram das discussões a gerente do Departamento de Fundo de Desenvolvimento do BDMG, Ivone Luz; o secretário da Associação Mineira de Silvicultura, Fernando Pinheiro; o assessor técnico da Secretaria de Estado da Agricultura, Fernando Antônio Cardoso; o diretor de Normas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Augusto Horta; o diretor de Gestão Participativa do Instituto Mineiro de Gestão das Àguas (Igam); e o assessor sindical da Fetaemg, Eduardo Nascimento.

 

 

 

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