| Programas de inclusão dos deficientes mentais recebem 
            críticas Com o Auditório lotado por cerca de 80 pessoas, 
            especialmente pais e portadores de deficiência mental, a Comissão 
            Especial do Transtorno, Deficiência Mental e Autismo da Assembléia 
            Legislativa de Minas Gerais realizou, na tarde desta terça-feira 
            (20/6/06), a sua terceira audiência pública com convidados. O 
            objetivo da reunião era conhecer as instituições públicas que atuam 
            no apoio a essas pessoas e os programas de inclusão voltados para o 
            amparo e a assistência social. Inclusão esta que foi questionada por 
            mães de deficientes presentes no encontro. Em tom de desabafo, elas 
            reclamaram da falta de atendimento médico especializado, criticaram 
            as ações do governo estadual e municipal na área da educação e 
            cobraram uma inclusão social com responsabilidade e respeito. "Essas 
            crianças têm que ser preparadas gradativamente para a inclusão e 
            precisam estar em escola especial", afirmou Divina Ferreira, mãe de 
            uma criança deficiente. Assim como as mães de alunos especiais, o 
            presidente da comissão e autor do requerimento para o debate, 
            deputado Célio Moreira (PSDB), também questionou os programas 
            apresentados pelas instituições presentes na audiência pública. 
            "Parece que está tudo às mil maravilhas. Mas ouvimos até o relato de 
            uma professora que não está preparada para ensinar essas crianças", 
            observou.  As ações do governos estadual e municipal foram 
            apresentadas por Ana Regina da Costa Oliveira, diretora de Educação 
            Especial da Secretaria de Estado da Educação; e Patrícia Cunha, 
            coordenadora do Núcleo de Inclusão Escolar da Pessoas com 
            Deficiência da Secretaria de Educação de Belo Horizonte. As duas 
            defenderam que a escola não precisa ser exclusiva para o deficiente 
            mental ou autista e que tem que estar preparada para receber essas 
            pessoas. Segundo Patrícia Cunha, a Escola Plural, concebida pela 
            administração da Capital, começou a receber crianças com 
            deficiências e síndromes nos últimos 10 anos. Ela explicou que 
            existe uma equipe de apoio à inclusão, que faz o acompanhamento dos 
            casos. "Esperamos aprender com esse trabalho para saber qual 
            política pública e atendimento educacional especializado vamos 
            adotar", afirmou.  Assim como Patrícia Cunha, a representante da 
            Secretaria de Estado da Educação, Ana Regina, destacou o aumento no 
            número de crianças especiais na escola comum. Ela explicou ainda que 
            a Secretaria está reorganizando sua estrutura e que, neste sentido, 
            está fazendo um trabalho para conhecer a realidade dos municípios, 
            especialmente das crianças que precisam de atendimento especial. Ana 
            Regina disse estar esperançosa com a contribuição que o relatório 
            final da Comissão Especial da ALMG possa dar para as ações da 
            Secretaria.  O subsecretário de Direitos Humanos, João Batista 
            de Oliveira, também ressaltou que vai receber, dentro da área de 
            atuação de sua pasta, as demandas de atendimento que serão 
            levantadas pela comissão. Ele apresentou ainda as ações atualmente 
            executadas pela Subsecretaria, em especial a Unidade de Atendimento 
            Especializado (UAE), que atua em 35 clínicas na Capital e atende 
            2.700 pessoas. "Esse programa foi criado e ampliado dentro da 
            Assembléia Legislativa", lembrou João Batista de Oliveira, que já 
            foi deputado estadual. Especialistas defendem atuação em parceria A parceria entre instituições, entidades, 
            municípios e setores foi defendida por todos os participantes da 
            audiência pública. Rosana Palhares Zschaber de Araújo, coordenadora 
            do Núcleo de Ensino e Pesquisa do Centro Psicopedagócio (CPP), 
            alertou que o projeto de reabilitação social só é possível se for 
            trabalhado além do centro, da escola, do muro. Ela criticou também a 
            falta de regionalização no atendimento especializado. "42% de nossos 
            pacientes são do interior do Estado", afirmou a representante do 
            CCP, que atende, por mês 11 mil crianças e adolescentes com até 18 
            anos.  As representantes da Secretaria de Saúde de Belo 
            Horizonte, Rosimeire Aparecida Silva e Roseli da Costa Oliveira, 
            também destacaram a importância do trabalho em conjunto com todos os 
            setores. Rosimeire, que é coordenadora de Saúde Mental da 
            Secretaria, falou sobre o trabalho conjunto da área de saúde com a 
            de educação. Já a gerente de Projetos Especiais da Secretaria, 
            Roseli Oliveira, listou as parcerias com as Apaes, a Clínica Dom 
            Bosco e o Hospital da Baleia que atuam além da rede da prefeitura. 
            Ela reconheceu que essa rede ainda é insuficiente, precisa ser 
            ampliada e lembrou: "a saúde pública tem uma dívida enorme com os 
            portadores de deficiência".  Dinâmica - Durante a 
            audiência, Célio Moreira informou que vai modificar a dinâmica da 
            reunião, para ouvir, durante os debates, o público presente. A 
            relatora da comissão, deputada Maria Tereza Lara (PT) também 
            destacou a importância da participação do público durante os 
            debates. O próximo debate da comissão será na quinta-feira (29/6). 
            Na pauta o tema "Instituições privadas de apoio ao deficiente mental 
            e autista" e o subtema "Resultados, inclusão social e dificuldades 
            impostas pelo Poder Público". Presenças - Deputado Célio 
            Moreira (PSDB), presidente; e deputada Maria Tereza Lara (PT), 
            relatora. Além das autoridades citadas, participaram da reunião a 
            procuradora de Justiça Ana Ivanete dos Santos, da Coordenação de 
            Defesa dos Direitos das Pessoas Portadoras de Transtorno Mental do 
            Ministério Público; a vice-presidente da Federação Estadual da 
            Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Minas 
            Gerais, Maria Dolores da Cunha Pinto; a assessora jurídica da 
            Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos dos Portadores de 
            Deficiência e dos Idosos de Belo Horizonte, Yasline Vaz; o gerente 
            Administrativo e Financeiro do Instituto Ester Assumpção, Marcos 
            Clayton de Oliveira; o membro do Conselho Regional de Psicologia - 
            4ª Região, Roberto da Silva Sales; o titular da Coordenadoria dos 
            Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretário Municipal de 
            Políticas Sociais, José Carlos Dias; o representante da Comissão 
            Municipal de Reforma Psiquiátrica do Conselho Municipal de Saúde, 
            Paulo Roberto de Carvalho Moura; a representante da Associação dos 
            Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais, Maria do 
            Rosário Lopes; a presidente da Associação de Pais e Amigos de 
            Pessoas Especiais (Apape), Estela Mares Guillen de Souza; e a 
            fonoaudióloga do Centro Psicopedagógico (CPP), Érica Gomes 
            Fornero.   
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