Luiz Flávio Sapori participa de debate sobre segurança em Contagem

O secretário adjunto de Estado de Defesa Social, Luiz Flávio Sapori, falará sobre o panorama da violência e da crimin...

19/06/2006 - 00:01
 

Luiz Flávio Sapori participa de debate sobre segurança em Contagem

O secretário adjunto de Estado de Defesa Social, Luiz Flávio Sapori, falará sobre o panorama da violência e da criminalidade em Minas, nesta sexta-feira (23/6/06), na abertura do 2º encontro regional do Seminário Legislativo "Segurança para todos - Propostas para uma sociedade mais segura", promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais em parceria com várias entidades e instituições de apoio. Os debates acontecerão no Cine-Teatro de Contagem (Praça Silviano Brandão, Centro) e terão início às 8h30. As inscrições para os interessados em participar poderão ser feitas no local, gratuitamente, meia hora antes ou pela internet, na página da ALMG - www.almg.gov.br.

Contagem será sede do encontro da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). É a segunda reunião de uma série de seis que acontecerão no interior de Minas até o dia 14 de julho. Há alguns anos, a Assembléia adotou a interiorização dos debates como etapa anterior à reunião final - que, no seminário sobre segurança, será entre 21 e 23 de agosto, no Plenário, em Belo Horizonte. Assim, a população das outras regiões pode participar das discussões e apresentar propostas, mesmo que não venha à Capital. É também nesses encontros que serão eleitos os delegados (12 em cada evento) que terão direito a voz e voto na plenária final.

No encontro em Contagem, os participantes vão se reunir em grupos de trabalho e apresentar propostas para aperfeiçoar um documento-base, produzido pelas entidades apoiadoras, que se dividiram em quatro comissões técnicas interinstitucionais (CTIs). Os subtemas estudados foram: "Ações preventivas e envolvimento da sociedade"; "Financiamento da segurança pública"; "Sistema de justiça criminal e compartilhamento da informação"; e "Administração de recursos humanos do sistema de justiça criminal". As atividades dos grupos terão início às 10h30, após a palestra de Sapori, e se estenderão pela tarde (leia programação abaixo).

Fundo único para o sistema, tridígito para utilidade pública e Justiça Restaurativa

Entre as propostas já apresentadas, está a de criar um fundo único para o sistema, destinado exclusivamente aos gastos com custeio e investimento, excetuando-se o gasto com pessoal. Outra proposta é criar um tridígito dedicado exclusivamente à utilidade pública e a qualquer informação que não seja policial. Isto porque muitos atendimentos pelos telefones de emergência não se referem a situações desse tipo, mas sim a ocorrências como perturbação da ordem pública e identificação de óbitos, ambos de responsabilidade de prefeituras. Hoje, os telefones de emergência são 190 (PM), 197 (Polícia Civil) e 193 (Corpo de Bombeiros).

Também foram sugeridas: a criação de um sistema estadual e de sistemas municipais de notificação de maus tratos contra crianças e adolescentes; a unificação das polícias; investimentos na estruturação dos conselhos tutelares; e, nos crimes de menor potencial ofensivo, a inserção no texto legal do direito de a vítima se manifestar sobre a forma de cumprimento da pena, conforme a Justiça Restaurativa. O princípio básico da Justiça Restaurativa está em um processo onde a vítima e o ofensor (além da comunidade afetada pelo crime) encontram-se, decidem e participam ativamente da resolução das questões.

O coordenador da comissão que estudou o tema financiamento, Gustavo Persichini, que é auditor da Polícia Civil, vai conduzir um dos grupos de trabalho em Contagem. Segundo ele, a questão financeira é o grande gargalo do sistema. O especialista defende a inversão da lógica atual de planejar somente a partir do volume de recursos disponível. "É preciso mudar essa lógica e ter o planejamento como diretriz permanente, priorizando ações", avalia. Dos R$ 3,3 bilhões destinados ao setor em 2005, cerca de 60% foram para pagamento de pessoal e encargos, segundo relatório do Tribunal de Contas.

Deputados reforçam importância da participação

O Seminário Legislativo "Segurança para todos - Propostas para uma sociedade mais segura" foi idealizado em dezembro de 2005, quando foi criada a Frente Parlamentar pela Segurança Pública, coordenada pelos deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Edson Rezende (PT). Rezende ressalta que o tema atinge a vida de cada um, e que a solução dos problemas da segurança depende da participação de todos, não é uma questão apenas de polícia. Rodrigues destaca que, da forma como está sendo organizado o seminário, o espaço do debate é privilegiado. "Nos encontros no interior, daremos prioridade às intervenções dos participantes. Queremos colher o maior número de sugestões e opiniões dos inscritos, pois são essas pessoas que precisam e querem falar", resume.

Resultados - Maior evento institucional da ALMG, o seminário busca colher propostas da sociedade e dos segmentos interessados, a fim de subsidiar ações legislativas e executivas. Exemplo de lei que surgiu a partir de um seminário foi a política estadual de recursos hídricos (Lei 13.199, de 1999). Outro exemplo foi a sanção de várias normas a partir das discussões desencadeadas pelo Movimento pela Segurança e Vida, conduzido pelo Legislativo e diversas entidades em 2000. Entre elas, a Lei 13.968, de 2001, considerada um marco para o setor, que estabelece que os sistemas de informações relativos à segurança pública, pertencentes a órgãos e entidades da administração estadual, serão usados de forma integrada pelas polícias Civil e Militar.

Programação do evento em Contagem

* 8 horas: credenciamento

* 8h30: abertura, com o presidente da ALMG, deputado Mauri Torres (PSDB), ou seu representante; prefeita e presidente da Câmara de Contagem, Marília Campos e Arnaldo Luiz de Oliveira; coordenadores da Frente Parlamentar de Segurança Pública da ALMG, deputados Edson Rezende (PT) e Sargento Rodrigues (PDT); prefeito de Pedro Leopoldo e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel), Marcelo Gonçalves

* 9h30: palestra "Panorama da violência e da criminalidade no Estado de Minas Gerais", a ser ministrada pelo secretário-adjunto de Defesa Social, Luiz Flávio Sapori. Os coordenadores dos trabalhos serão os deputados João Leite (PSDB), integrante das Comissões de Meio Ambiente e Recursos Naturais e de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, e Roberto Carvalho (PT), integrante da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas

* 10h30: atividades dos grupos de trabalho: "Ações preventivas e envolvimento da sociedade" (Grupo I), sendo coordenador o promotor Márcio Rogério de Oliveira, do Centro de Apoio Operacional para Promotorias de Justiça da Infância e Juventude; "Financiamento da segurança pública" (Grupo II), sendo coordenador o auditor da Polícia Civil, Gustavo Persichini; e "Sistema de justiça criminal, compartilhamento da informação e administração de recursos humanos" (Grupo III), sendo coordenadores o especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental da Superintendência de Integração da Secretaria de Estado de Defesa Social, Lizandro Nei Gualberto, e o professor de Sociologia da Faculdade de Educação da UFMG, Luiz Alberto Oliveira Gonçalves

* 12 horas: almoço

* 13h30: continuação das atividades dos grupos de trabalho

* 15h30: plenária final, com o relato das atividades desenvolvidas nos grupos e a eleição dos representantes regionais. Serão coordenadores dos trabalhos o vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Gilberto Abramo (PMDB), e a vice-presidente da Comissão de Cultura e integrante da Comissão de Redação, deputada Vanessa Lucas

* 17 horas: encerramento

 

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