Discutidos projetos de combate à pobreza rural e sobre pitbulls

Está pronto para ser discutido e votado pelo Plenário, em 2° turno, o projeto que amplia a área de abrangência dos mu...

14/06/2006 - 00:00
 

Discutidos projetos de combate à pobreza rural e sobre pitbulls

Está pronto para ser discutido e votado pelo Plenário, em 2° turno, o projeto que amplia a área de abrangência dos municípios beneficiados pelo Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR), incluindo as 11 cidades da microrregião de Curvelo e as 10 do Vale do São Mateus. A matéria foi analisada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas Gerais na manhã desta quarta-feira (14/6/06). Os recursos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) a serem alocados no projeto somam US$ 93,6 milhões, que devem ser distribuídos para quase 200 municípios, incluindo a alteração prevista pelo projeto. Já o projeto que disciplina a criação de pitbulls e outros cães ferozes teve a análise adiada.

Financiamentos - De autoria do deputado Doutor Viana (PFL), o Projeto de Lei (PL) 2.979/06 recebeu parecer favorável para 2° turno do deputado Sebastião Helvécio (PDT). Ele opinou pela aprovação da matéria na forma do vencido em 1° turno, ou seja, como foi votada pelo Plenário. O projeto modifica a área de abrangência da Lei 14.364, de 2002, que prevê a destinação dos recursos do empréstimo ao financiamento de empreendimentos "nos municípios do Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri". A proposição substitui a expressão por "nos municípios da área de abrangência do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene)". A alteração não vai acarretar novos ônus, havendo apenas o redimensionamento dos recursos.

Os municípios da microrregião de Curvelo são: Augusto de Lima, Buenópolis, Corinto, Curvelo, Felixlândia, Inimutaba, Joaquim Felício, Monjolos, Morro da Garça, Presidente Juscelino e Santo Hipólito. Os municípios do Vale do São Mateus são: Central de Minas, Itabirinha de Mantena, Mantena, Nova Belém, Mendes Pimentel, Nova Módica, Pescador, São Félix de Minas, São João do Manteninha e São José do Divino. São 188 os municípios da área de abrangência do Idene.

Projeto que disciplina a criação de cães ferozes tem análise adiada

Teve a análise adiada pela comissão o PL 161/03, do deputado Rogério Correia (PT), que tramita em 1° turno e estabelece medidas de controle sobre a criação e a condução, em vias públicas, de cães das raças pastor alemão, pitbull, dobberman, fila brasileiro, rottweiller, seus mestiços e outros de porte físico e força semelhantes. O objetivo principal é evitar que esses animais ataquem pessoas, provocando acidentes graves e até mesmo mortes. Para isso, prevê, entre outras medidas, a proibição da adoção e da procriação de cães da raça pitbull e prevê sua esterilização.

A requerimento do deputado Sebastião Helvécio (PDT), foi adiada a votação do parecer da deputada Elisa Costa (PT), que opinava pela aprovação da matéria. O requerimento foi aprovado com voto contrário da relatora, que apresentou duas emendas ao substitutivo n° 2, da Comissão de Segurança Pública, e que defendeu o aprofundamento do debate em Plenário.

Também presente à reunião, o deputado Rogério Correia defendeu sua proposição, que tramita na Assembléia há cerca de três anos e meio, a partir de desarquivamento de projeto da legislatura passada. O deputado lembrou que, num primeiro momento, a esterilização da raça pitbull - prevista no projeto - poderia parecer desumana. Mas ele ponderou que esta não é uma medida absurda, citando como exemplo que a esterilização de animais encontrados na rua já foi solicitada à Prefeitura da Capital pela Sociedade Protetora dos Animais, como alternativa à morte deles quando recolhidos.

O deputado Rogério Correia também lembrou que a proibição da procriação do pitbull já é adotada em outras unidades da Federação e em países da Europa. Enfatizou que esta é uma raça de rinha, criada para ser feroz, e que os cães acabam trazendo insegurança a seus proprietários por conta de seu comportamento agressivo, além de danos à população por seus ataques. Ele defendeu a necessidade de existir uma lei sobre o assunto para toda Minas Gerais, a fim de que os órgãos de Estado atuem nas tarefas de esterilização e de fiscalização do cumprimento da lei.

Ao contrário de Correia, o deputado Sebastião Helvécio (PDT) afirmou que a matéria não é de competência da Assembléia, mas sim de cada cidade, defendendo a autonomia municipal para legislar sobre o assunto. Ele lembrou que várias câmaras já votaram leis que tratam do convívio com animais ferozes. Já o deputado Dilzon Melo (PTB), que presidia a reunião, alertou que o prazo regimental para que a comissão aprecie a matéria vence na próxima semana.

Emendas tratam do Disque Cão e de índice de referência para aplicação de multas

A relatora do PL 161/03, deputada Elisa Costa, lembrou que a Comissão de Segurança Pública, segunda a analisá-lo, classificou a iniciativa como de importância inquestionável. De acordo com essa comissão, a negligência e o descaso de proprietários de cães de raças perigosas justificam que os legisladores ofereçam, à sociedade, regras claras sobre a propriedade responsável desses animais, que têm provocado mutilações e mortes de pessoas. O substitutivo n° 2 preenche lacunas da proposição original quanto à responsabilização dos proprietários de animais que não adotarem medidas que visem à segurança das pessoas.

A deputada apresentou duas emendas a esse substitutivo. A de n° 1 propõe a criação do Disque Cão, um serviço telefônico gratuito para recebimento de denúncias de infração ao que dispõe a futura lei, e que constava no projeto original. A emenda n° 2 altera o índice de referência para a aplicação de multa prevista no projeto de Ufir para a Ufemg, conforme a Lei 14.136, de 2001.

A deputada lembra que, do ponto de vista financeiro e orçamentário, o projeto não gera despesas para os cofres públicos. Pelo contrário, pode gerar receita, pois sujeita os proprietários que descumprirem a futura lei às seguintes multas: 500 Ufemgs (equivalente a R$ 826) pela falta de registro do cão na Secretaria de Estado de Defesa Social, 1 mil Ufemgs (equivalente a R$ 1.654) se o animal ferir alguém e 3 mil Ufemgs (equivalente a R$ 4.974) no caso de ocorrência de lesão corporal grave.

Conteúdo do substitutivo n° 2 - O substitutivo acrescenta o artigo 4º ao projeto e proíbe a adoção e procriação de cães da raça pitbull, além de determinar a esterilização desses animais. Esses itens tinham sido suprimidos pelo substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. Também determina o registro dos animais ferozes na Secretaria de Estado de Defesa Social; impede seu acesso a caixas de correio, hidrômetros, caixas de leitura e de consumo de energia elétrica; determina o uso de equipamentos de contenção dos animais na condução em via pública; estabelece multas para os infratores, entre outros dispositivos.

Mais seis regimes especiais de tributação estão prontos para o Plenário

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária também analisou mais seis mensagens do governador que encaminham expedientes relativos a regimes especiais de tributação para as seguintes empresas: Fricon - Frigorífico Industrial de Contagem S/A; Hipercarnes Indústria e Comércio Ltda. - ME; Frigorífico Torino Comércio de Carnes Ltda.; Fridel - Frigorífico Industrial Del Rey Ltda.; Empresa ADM do Brasil Ltda. (que comercializa óleo de soja) e Indústria e Comércio de Carnes Henriques e Costa Ltda. A comissão opinou por ratificar os regimes por meio da apresentação de projetos de resolução, a serem votados agora pelo Plenário, em turno único.

Nas mensagens que reduzem a base de cálculo do ICMS para 7% na saída interestadual de carne e demais produtos comestíveis frescos, resfriados, congelados, salgados, secos ou temperados, a Subsecretaria da Receita Estadual justifica a medida considerando que o Estado de São Paulo já concedeu o crédito presumido de 7%. No caso da soja, a justificativa se baseia no tratamento fiscal diferenciado, também de 7%, já adotado pelos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Balanço - Em 2006, a Assembléia já aprovou 17 projetos de resolução que ratificam regimes especiais de tributação, sendo 16 deles para granjas e frigoríficos. Estão agora prontos para Plenário outros oito projetos de mesma natureza, com exceção de um, que contempla a Empresa ADM do Brasil Ltda, comercilizadora de óleo de soja.

Planos de saúde - A comissão também aprovou parecer favorável sobre o PL 2.998/06, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), que obriga os planos de saúde a manterem em funcionamento um centro de atendimento em todos os hospitais privados do Estado. O relator, deputado Sebastião Helvécio (PDT), apresentou o substitutivo n° 2. Na opinião dele, o projeto é oportuno, mas pode ser aperfeiçoado com o objetivo de reduzir custos.

Desta forma, ao invés dos centros de atendimento, o substitutivo obriga as operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde a manter sistema de comunicação on-line nos hospitais e nas clínicas credenciadas. O sistema deverá funcionar nas seguintes condições: propiciar atendimento ininterrupto pelas operadoras; permitir a deliberação imediata sobre solicitação de autorização para realização de procedimentos ou exames médicos e a expedição imediata de guia para a liberação de procedimento para diagnóstico e tratamento das doenças relacionadas no Código Internacional de Doenças (CID). Agora, o projeto está pronto para ser apreciado pelo Plenário em 1° turno.

Também recebeu parecer pela aprovação, aprovado, o PL 2.696/05, do deputado Leonardo Moreira (PFL), que tramita em 2° turno e autoriza o Executivo a doar a São Sebastião do Rio Verde imóvel que especifica. O relator foi o deputado José Henrique (PMDB).

Retirados de pauta - Foram retirados de pauta, por falta de pressupostos regimentais, o PLC 71/05, que altera lei que dispõe sobre a organização do Tribunal de Contas; e PL 3.333/06, que altera a norma que consolida a legislação tributária.

Presenças - Deputados Dilzon Melo (PTB), que a presidiu; Elisa Costa (PT), Sebastião Helvécio (PDT), José Henrique (PMDB) e Rogério Correia (PT).

 

 

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