Comissão de Participação Popular debate projeto da LDO 2007

Deputados e representantes de diversas entidades e conselhos estaduais da área social, como saúde, criança e adolesce...

14/06/2006 - 00:00
 

Comissão de Participação Popular debate projeto da LDO 2007

Deputados e representantes de diversas entidades e conselhos estaduais da área social, como saúde, criança e adolescente e assistência social, participaram, na manhã desta quarta-feira (14/6/06), de audiência pública da Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, para debater sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro de 2007. O PL 3.293/06, de autoria do Poder Executivo, foi recebido pelo Plenário no dia 16 de maio, e o prazo para apresentação de emendas termina às 18 horas desta quarta-feira.

A reunião aconteceu a requerimento do deputado André Quintão (PT), que lembrou que esse foi o único debate público promovido pela Assembléia antes de o projeto ser analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). Ele manifestou sua convicção de que a FFO e o governo do Estado saberão dialogar e negociar com os parlamentares as propostas de emendas ao PL 3.293/06. A presidente da Comissão de Participação Popular, deputada Maria Tereza Lara (PT), também ressaltou a importância do debate sobre as questões orçamentárias, dizendo que isso permite a ampliação do controle social sobre as ações governamentais. A deputada Elisa Costa (PT) e o deputado Sebastião Helvécio (PDT), membros da FFO, também participaram da reunião.

Projeto da LDO é complexo

O consultor da Gerência de Orçamento da ALMG, Rogério Gurjão Pinheiro, explicou aos representantes de entidades presentes à reunião os principais pontos do projeto da LDO, que contém 48 artigos. Ele começou lembrando que a Constituição Federal de 1988 remete para lei complementar a determinação da função de cada peça do ciclo orçamentário - Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei do Orçamento Anual - e, como essa lei complementar ainda não foi editada, a função da LDO acaba ficando muito ampla.

Segundo ele, a cada ano a LDO do ano subseqüente repente as diretrizes dos exercícios anteriores, trazendo metas e outros aspectos de execução orçamentária relativos, principalmente, a transparência e publicação de documentos. O consultor lembrou, ainda, que a Lei 15.033, que dispõe sobre o PPAG para o quadriênio 2004-2007, prevê a discussão pública anual da revisão do plano, e que no segundo semestre de 2006 a discussão da revisão do PPAG coincidirá com a elaboração do orçamento do ano que vem.

Superávit - Rogério Gurjão destacou, em sua exposição, a importância da meta de superávit primário contida no projeto da LDO. Desde a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal - Lei Complementar Federal 101, de 2000 -, a fixação desse superávit, que é a diferença entre as receitas e despesas não-financeiras, tornou-se obrigatória. Ao frisar a relevância dessa meta de superávit, Gurjão explicou que o simples risco dela não ser cumprida implica na limitação do empenho orçamentário. "Isso é uma novidade importante da LRF", disse.

O consultor salientou ainda, em sua fala, os artigos 7º do projeto, com os demonstrativos que acompanharão a lei do orçamento 2007; 14, que trata da reserva de contingência; 15, que se refere às limitações para emendas parlamentares, além das restrições constitucionais; e 28, que traz as condições para realização de convênios com os municípios. Rogério Gurjão ressaltou também, como novidade no projeto da LDO de 2007, o inciso V do artigo 15, que impede a anulação de dotação do Fundo de Incentivo ao Desenvolvimento (Findes). O fundo, criado pela Lei 15.981, de 2006, tem como objetivo dar suporte financeiro a programas de financiamento destinados ao desenvolvimento e à expansão do parque industrial mineiro e das atividades produtivas e de serviços nele integradas.

O técnico da ALMG chamou atenção também para o Anexo I do projeto, que traz as metas para 34 programas estruturadores do governo para 2007. Apenas um dos 35 programas não foi contemplado no anexo. "A análise dessas metas vai ilustrar bem as intenções do Executivo com relação ao orçamento 2007", avaliou.

Propostas de emenda à LDO foram apresentadas por parlamentares e entidades

Temas ligados à assistência social, direitos e proteção das crianças e adolescentes e educação infantil dominaram a pauta das propostas de emendas à LDO, apresentadas pelos participantes da reunião. O deputado André Quintão mencionou diversas emendas aprovadas no ano passado que não foram contempladas no projeto da LDO para 2007, tais como programas de proteção à criança e adolescente ameaçado de morte, destinação de recursos para áreas com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), garantia de implantação da política de segurança alimentar e promoção de políticas de igualdade racial.

Representantes do Conselho Estadual de Assistência Social, do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, do Fórum Mineiro de Assistência Social, do Fórum Mineiro de Educação Infantil e do Conselho Estadual de Inclusão da Comunidade Negra apresentaram propostas de emendas que alteram metas e redefinem textos da LDO, relativos aos assuntos pertinentes a cada uma dessas entidades.

Ao final da reunião, todas as propostas de emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias foram contempladas em bloco de sugestões aprovado pela comissão e serão apresentadas à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. A deputada Maria Tereza Lara reafirmou o compromisso da comissão em negociar a aprovação da maior parte delas com o governo do Estado. "O nosso empenho será para que a base aliada do governo na Assembléia discuta todas as propostas apresentadas nesta reunião. E o objetivo é que a maior parte delas seja aprovada", disse.

Requerimentos - Foi aprovado requerimento de autoria da deputada Maria Tereza Lara, que solicitou a presença do consultor da Assembléia Legislativa, Rogério Gurjão, como convidado da reunião da Comissão de Participação Popular realizada nesta quarta-feira; e do deputado André Quintão, que solicita realização de audiência pública da comissão para debater as Normas Operacionais Básicas de Minas Gerais (NOB) e temas relativos ao Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Presenças - Deputadas Maria Tereza Lara (PT), presidente da comissão, e Elisa Costa (PT); e deputados André Quintão (PT) e Sebastião Helvécio (PDT).

 

 

 

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