Desarticulação emperra atuação do Consad Urucuia-Grande Sertão

Articular políticas públicas voltadas para a segurança alimentar sustentável e o desenvolvimento integrado. Este é o ...

08/06/2006 - 00:00
 

Desarticulação emperra atuação do Consad Urucuia-Grande Sertão

Articular políticas públicas voltadas para a segurança alimentar sustentável e o desenvolvimento integrado. Este é o objetivo do Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (Consad) Urucuia-Grande Sertão, que reúne diversos municípios do Noroeste do Estado. Mas a falta de recursos e de articulação entre o poder público e a sociedade organizada emperram a atuação do órgão. Os problemas enfrentados pelo Consad motivaram uma audiência pública da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa, realizada em Arinos nesta quinta-feira (8/6/06).

O papel do Consad é articular o poder público e a sociedade civil para o desenvolvimento de projetos voltados para ações no campo da produção e comercialização de alimentos, de modo a beneficiar a população carente. O órgão funciona também como porta de acesso a diversos programas federais de redistribuição de renda, uma vez que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) privilegia os municípios organizados em consórcios na distribuição de verbas.

Dois terços dos integrantes do consórcio são representantes de entidades não-governamentais e da iniciativa privada, e os demais componentes representam o poder público. Mas a falta de articulação entre esses componentes causou a paralisia total do órgão. Nenhuma das 11 prefeituras cumpre o dispositivo legal de repassar ao órgão mensalmente 0,3% dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Desarticulado e sem dinheiro, o Consad não consegue contratar técnicos para a elaboração de projetos.

Só em 2006, o MDS reservou R$ 5,2 milhões para projetos diversos desenvolvidos pelos consads, que vão desde a capacitação de agricultores até a aquisição de equipamentos para o processamento de alimentos. "O Vale do Uurucuia perdeu inúmeras chances de captar recursos através dos editais do MDS", lamenta o presidente do Consad, Francisco Pinto da Silva.

Deputado cobra responsabilidade

O presidente da comissão, deputado Padre João (PT), que solicitou a reunião, reiterou a importância do Consad e cobrou maior responsabilidade da sociedade civil e das autoridades locais. "Qualquer política pública tem que estar acima de partidos políticos e questões eleitoreiras", afirmou. Ele pretende aprovar um requerimento pedindo ao MDS ações para mobilizar as prefeituras e fortalecer o Consad. Outros encaminhamentos sugeridos ao final da reunião foram a revisão do plano de ações de consórcio e novas reuniões entre os prefeitos e representantes do MDS.

Região pobre - O Consad reúne os municípios de Arinos, Buritis, Bonfinópolis de Minas, Chapada Gaúcha, Formoso, Riachinho, Urucuia, Uruânia, Pintópolis, São Romão e Cabeceira de Goiás. É uma nova fronteira agrícola, mas o diagnóstico do Consad feito com base em dados do Censo 2000 do IBGE revelam que a região é muito pobre. Dos cerca de 100 mil habitantes das 11 cidades, 60% sobrevivem com menos de dois reais por dia. Em Arinos, 28% da população adulta é analfabeta. A cidade mais pobre é Pintópolis, onde a taxa de mortalidade infantil é de 45,7 por mil, e 75% da população vive abaixo da linha da pobreza. Apenas três municípios - Arinos, Buritis e Bonfinópolis - contam com acesso pavimentado.

Presenças - Deputado Padre João (PT), presidente. Também participaram da reunião o presidente da Câmara Municipal, vereador Aldir da Silva Ramos; a representante da Agência do Vale do Rio Urucuia, Irene Gomes Guedes; a conselheira da comissão regional de segurança alimentar do Consea, Ana Amélia de Melo Medeiros; e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Lúcio Chaves.

 

 

 

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