Especialistas discutem disseminação da educação ambiental

No segundo painel do Fórum Técnico Educação Ambiental - conjuntura atual e perspectivas - realizado pela Assembléia L...

08/06/2006 - 00:00
 

Especialistas discutem disseminação da educação ambiental

No segundo painel do Fórum Técnico Educação Ambiental - conjuntura atual e perspectivas - realizado pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quinta-feira (8/6/06) e que tem o apoio de 20 entidades, entre órgãos públicos, universidades e ONGs, as ações nacionais foram detalhadas por representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação. O governo federal trabalha na área com ações integradas dos dois ministérios, por meio do Sistema Nacional de Educação Ambiental, encarregado de definir e implantar políticas para o segmento. O sistema é composto por: um órgão gestor de Educação Ambiental; um comitê assessor, que possui 13 representações da sociedade; pelas Comissões Interinstitucionais de Educação Ambiental (Cieas); pelos Coletivos Educadores; pelas Comissões ou Comunidades de Meio Ambiente (ConVidas); e pelas Redes de Educação Ambiental (iniciativas articuladas da sociedade).

As informações foram prestadas pelo diretor do Programa Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Sorrentino, e pela coordenadora da mesma área, do Ministério da Educação, Raquel Tragiber. Sorrentino destacou que a educação ambiental deve ser um processo radical de mudança de comportamentos, de compromisso de todos com a vida, em ações sincronizadas entre poder público e sociedade. Raquel Traiber falou sobre as ações desenvolvidas pelo Sistema Nacional de Educação Ambiental, como as conferências nacionais e o trabalho conjunto com escolas do País. E exemplificou como uma das ações positivas o programa Educação Chico Mendes, que financia projetos de escolas na área ambiental. Minas Gerais encaminhou 23 propostas, de 83 escolas, beneficiando 20 mil alunos e 360 professores. Foram repassados para estes projetos R$ 160 mil.

Modelo - Para o educador ambiental Mauro Guimarães, a crise ambiental é a crise do modelo da sociedade, "que levou ao colapso da superexploração dos recursos do planeta". Os desafios, segundo ele, são deter a degradação ambiental, apesar da existência de "tanta educação" e transformar essa educação em mudança de paradigmas. Lembrando que pesquisa do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), de 2004, constatou que 96% das escolas do Brasil desenvolvem algum tipo de atividade relacionada com educação ambiental, Mauro Guimarães questiona que educação ambiental é esta, para quê e onde é feita. "Que educação ambiental é esta que não supera a crise ambiental"?, concluiu.

Programa estadual de educação ambiental

O terceiro painel do Fórum Técnico teve como tema o Programa Estadual de Educação Ambiental. Idárci Esteves Lasmar, diretora de Educação e Extensão Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), começou falando sobre a Comissão Interestadual de Educação Ambiental de Minas Gerais (Ciea/MG). Os Cieas, já existentes em 20 Estados da Federação, são espaços públicos colegiados, paritários, consultivos e deliberativos no seu âmbito de atuação, e devem ser criados por decretos ou leis estaduais para introduzir as diretrizes de educação ambiental nas políticas públicas dos respectivos Estados.

No caso mineiro, o Ciea/MG nasceu em 1999, sendo oficializado por decreto no ano seguinte com o nome de Comissão Interinstitucional Coordenadora do Fórum Permanente de Educação Ambiental (Comfea). Em 2006, foi instituído como Ciea por meio do Decreto Estadual 44.264, que prevê, também, a criação de Cieas regionais. Das nove mesorregiões do Estado, quatro já têm Cieas regionais e em outras três as comissões estão em processo de criação.

De acordo com Idárci Lasmar, o Programa Estadual de Educação Ambiental, lançado oficialmente em novembro de 2004 e contemplado no projeto estruturador "Participação Cidadã", na área de atuação da Semad, prevê a elaboração de políticas públicas com os objetivos de divulgar, debater e implementar ações de educação ambiental; de propor diretrizes para a política de educação ambiental no Estado; de promover intercâmbio de informações e debate de idéias e formação de parcerias; e de promover ações coordenadas nos âmbitos municipal, estadual e federal.

A assessora de Educação da Secretaria de Estado de Educação (SEE) e especialista em educação ambiental Inês Tourino Teixeira apresentou o "Programa de Educação Ambiental de Minas Gerais", que visa formalizar o que algumas escolas faziam pontualmente e que tem como linhas de ação e objetivos: ampliar a educação ambiental por meio do ensino formal; articular e integrar as comunidades em favor da educação ambiental; promover a articulação intra e interinstitucional; implementar a pesquisa e capacitação de educadores e atividades extensionistas na área ambiental; e produzir e distribuir material didático. "O maior desafio é implementar o programa em cada região do Estado, respeitando-se as suas peculiaridades", avaliou a assessora da SEE.

Finalizando o painel, Marília de Dirceu Ferreira de Oliveira, coordenadora de Educação Ambiental do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), discorreu sobre o processo histórico de constituição da Comfea e da Ciea, desde 1999 até 2006, passando pela realização do I e II Fórum de Educação Ambiental, em 2000 e 2002, respectivamente. Ela enfatizou, em sua exposição, a importância da parceria entre órgãos e entidades da área e a questão da ética. "Participação não se faz por processo de imposição ou de autoridade. Esse é um tipo de consciência que tem que ser conquistada", afirmou.

Presenças - Esta fase de painéis, que teve ainda a apresentação do Programa Estadual de educação ambiental, foi coordenada pelo deputado Doutor Viana (PFL), presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembléia e contou com as presenças dos deputados Carlos Gomes (PT), Gustavo Valadares (PFL) e Leonídio Bouças (PSC), e da deputada Elisa Costa (PT). À tarde, os participantes foram divididos em três grupos de trabalho para discutir os subtemas: Educação ambiental e poder público; parcerias e financiamentos; e terceiro setor. Nesta sexta-feira (9/6), acontece a plenária final, a partir de 8 horas, com a discussão, votação e aprovação de propostas e a eleição da comissão de representação para entrega do documento final ao presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB).

A TV Assembléia vai reprisar na íntegra os debates do Fórum nos dias 1º e 2 de julho. No dia 1º, serão reprisadas as atividades do dia 8 de junho; e no dia 2/7, as do dia 9 de junho.

 

 

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