Fórum enfatiza importância da educação para preservação do planeta

Ao falar na abertura do Fórum Técnico - Educação Ambiental - conjuntura atual e perspectivas, que a Assembléia Legisl...

08/06/2006 - 00:01
 

Fórum enfatiza importância da educação para preservação do planeta

Ao falar na abertura do Fórum Técnico - Educação Ambiental - conjuntura atual e perspectivas, que a Assembléia Legislativa de Minas Gerais realiza nesta quinta-feira (8/6/06), o secretário de Estado de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, disse que a humanidade vive uma crise civilizatória. De acordo com dados do relatório da ONU divulgado no Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), citado pelo secretário, o planeta apresenta a pior degradação ambiental, desde a extinção dos dinossauros, com o comprometimento de 2/3 das bacias hidrográficas mundiais, mudanças climáticas que provocam o degelo das calotas polares e a maior perda da biodiversidade já registrada. Tudo isto em apenas três décadas.

O secretário destacou que a mudança de paradigmas da sociedade passa necessariamente pela educação. "Fiscalização é importante para deter a degradação, mas não muda comportamentos, o que muda paradigmas é a educação ambiental, mobilizadora e não só transferidora de conhecimento". Junto com o secretário, os demais integrantes da mesa de trabalhos da manhã, como representantes do Ministério do Meio Ambiente, da Educação e das secretarias estaduais de Educação e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, enfatizaram a necessidade de disseminação da educação ambiental, como forma de garantia de permanência da espécie humana sobre a terra.

O fórum, que continua nesta sexta-feira (9), foi aberto pelo 2º vice-presidente da Assembléia, deputado Rogério Correia (PT) que destacou todas as iniciativas da Assembléia nesta área, como os fóruns, os encontros, os seminários. Segundo ele, os desafios para o setor são como lidar com a degradação dos rios, a coleta de lixo, o tratamento dos esgotos, a disseminação de doenças. E informou ainda sobre o objetivo do fórum, que é fomentar a educação ambiental no Estado, subsidiar a estruturação de uma política estadual e contribuir para a divulgação do Programa Estadual de Educação Ambiental.

Também centrando na importância da educação como forma de mudança de comportamento, o deputado Laudelino Augusto (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa, e autor do requerimento que originou o encontro, disse que a melhor homenagem ao meio ambiente será formatar e divulgar as ações que estão ocorrendo na área de educação.

A representante do Ministério Público, Marta Alves Larcher, reconheceu que o órgão trabalha mais na repressão do que na educação, enquanto Luiz Fontes, do Fórum das Ongs Ambientalistas de Minas Gerais explicou que a entidade congrega o terceiro setor nessa área, atuando na fiscalização e denúncias, junto com os órgãos oficiais.

Conceitos básicos de educação ambiental

O primeiro painel abordou o tema dos conceitos básicos de educação ambiental e foi apresentado pela geógrafa Márcia Andréa Nogueira Magalhães. Ela defendeu a idéia da presença formal da disciplina Educação Ambiental nos cursos de graduação das mais diversas áreas, como acontece com outras disciplinas. Márcia Andréa lembrou que o termo surgiu pela primeira vez em uma Conferência de Educação realizada pela Universidade Keele, da Inglaterra, em 1965. Naquele evento, chegou-se à conclusão de que a questão ambiental deveria ser parte essencial da educação de todos os cidadãos, e trabalhou-se com uma visão do problema focado nos conceitos de conservação ou ecologia aplicada, relacionado à área da biologia.

Posteriormente, em 1968, também na Inglaterra, foi constituído o primeiro conselho de educação ambiental, reunindo mais de 50 organizações. Ainda na década de 60, a Unesco, órgão das Nações Unidas que trata de educação e cultura, fez seu primeiro estudo relacionando meio ambiente e escola.

Em 1972, em Estocolmo, na Suécia, aconteceu a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente. Na época, propunha-se estabelecer um plano de luta contra diversos tipos de poluição e favorecer a elaboração de um plano de ação contra o subdesenvolvimento, preconizando-se a transferência significativa de recursos técnicos para o Terceiro Mundo. Paralelamente à conferência oficial, milhares de jovens lançaram o que veio a ser a palavra de ordem do ecologismo ou ambientalismo: "a nossa Terra é única". Na avaliação de Márcia Andréa, foi a Conferência de Estocolmo que inaugurou pontos fundamentais para a questão da educação ambiental, que, a partir daí, ganhou destaque como assunto oficial nos organismos internacionais e passou a ter importância estratégica na busca de uma vida saudável.

 

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