Gestão ambiental deve privilegiar a prevenção, diz consultor

Assim como na medicina, a prevenção é a melhor escolha quando se trata da gestão ambiental das empresas. Essa reflexã...

07/06/2006 - 00:00
 

Gestão ambiental deve privilegiar a prevenção, diz consultor

Assim como na medicina, a prevenção é a melhor escolha quando se trata da gestão ambiental das empresas. Essa reflexão foi feita pelo representante da empresa de consultoria Golder Associates Alberto Coppedê Júnior, durante reunião da Comissão Especial sobre Governança Ambiental da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, realizada nesta quarta-feira (7/6/06). Presidida pelo deputado Paulo Piau (PPS), a comissão foi formada para estudar as medidas necessárias para ajustar as exigências ambientais ao desenvolvimento do setor produtivo no Estado. O tema da reunião desta quarta foi a gestão do passivo ambiental.

"A medicina preventiva serve para evitar que a pessoa fique doente. No caso ambiental, existe também a possibilidade de evitar a existência desse passivo", afirmou Coppedê. Passivo ambiental é o conjunto de obrigações e investimentos que a empresa precisa aplicar para recompor um impacto socioambiental causado pela sua atividade produtiva. Ou seja, sob a ótica das empresas, quanto menos for necessário gastar para reparar um dano ambiental, maiores serão os lucros para os acionistas e melhor a imagem da companhia diante da sociedade e do governo.

No Brasil, porém, o foco nunca esteve na prevenção, mas na solução dos problemas, disse Coppedê. A cultura e a legislação foram desenvolvidas em função das sobras. Por isso, ele defendeu uma mudança na mentalidade ambiental, sugerindo um modelo que chamou de "gestão pró-ativa", na qual a educação, a integração dos sistemas de gestão e novas leis seriam algumas das iniciativas principais. Para o deputado Paulo Piau, "o melhor do passivo ambiental é não tê-lo".

O professor do Centro de Economia, Administração e Contabilidade da PUC de Campinas, Fábio da Silva Almeida, mostrou como a contabilidade pode contribuir para a gestão ambiental das empresas, na medida em que as auditorias sobre os passivos ambientais representam transparência sobre o patrimônio das corporações. Já o presidente do Conselho de Meio Ambiente da Fiemg, Vítor Feitosa, trouxe para a reunião a experiência em gestão ambiental da Samarco Mineração, na qual ele é gerente-geral de desenvolvimento sustentável.

Indicadores ambientais em Minas são negativos

Minas Gerais escolheu o pior modelo ambiental possível, disse o chefe da Assessoria de Meio Ambiente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), porque privilegiou a legislação e a fiscalização, em detrimento da educação ambiental. Com isso, os indicadores ambientais do Estado estão "muito ruins", avaliou. Cynthia Raposo Andrade, coordenadora da área de Promoção Social do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MG), apresentou um vídeo sobre o Programa Semeando, desenvolvido junto a cerca de 8 mil escolas em 768 municípios mineiros. O programa de educação ambiental, criado em 2001 pela Faemg e pelo Senar/MG, pretende atingir este ano 2 milhões de estudantes.

Eleição - Pouco antes da reunião com os convidados, a comissão elegeu o deputado Carlos Gomes (PT) como seu vice-presidente. O presidente, Paulo Piau (PPS), designou como relator o deputado Doutor Ronaldo (PDT).

Presenças - Deputados Paulo Piau (PPS), presidente; Carlos Gomes (PT), vice; e Doutor Ronaldo (PDT), relator. Participaram ainda, além das personalidades citadas na matéria, a técnica ambiental da Faemg Adriana Augusta Marques; o representante do Grupo Plantar, Antônio Tarcizo de Andrade Silva; o representante do Sindifer, Carlos Alberto Baltazar; o secretário da Abes/MG, Cláudio Moreira da Silva; o assessor da Fetaemg Eduardo Nascimento; o assessor técnico da Secretaria de Estado da Agricultura, Fernando Antônio Cardoso; o representante da Universidade Federal de Uberlândia, José Geraldo Mageste; o superintendente-geral da Siamig/Sindaçúcar, Luciano Rogério de Castro; o representante da CVRD, Marco Aurélio Borges; a secretária executiva da Amda, Maria Dalce Ricas; a representante da Ocemg, Nilde Russo Silva Ferreira; o consultor da Fosfértil, Noé Chaves; o representante da Sema, Ricardo Barbosa dos Santos; o conselheiro do Sindiextra e da Câmara da Indústria Mineral da Fiemg, Ricardo Castilho; o representante da Cedro Cachoeira, Rodrigo Flávio Zanasi; a consultora da Samarco, Rosângela Ferreira; a gerente da SMC Consultoria e Assessoria, Soraya Carneiro; a advogada de meio ambiente da Fiemg, Taís Rego de Oliveira; e o gerente de meio ambiente da Fiemg, Wagner Soares Costa.

 

 

 

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