Servidores do IEF pedem enquadramento imediato em carreira

Servidores do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e de outros órgãos ligados ao Sistema Estadual de Meio Ambiente (...

07/06/2006 - 00:00
 

Servidores do IEF pedem enquadramento imediato em carreira

Servidores do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e de outros órgãos ligados ao Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) de Belo Horizonte e do interior do Estado lotaram o auditório da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (7/6/06), durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais. Os técnicos reivindicam a aplicação imediata dos critérios de escolaridade adicional e tempo de serviço para o enquadramento nas carreiras, conforme estabelecido pela Lei 15.961, de 2005. A reunião foi solicitada pelo deputado Laudelino Augusto (PT) que recebeu, na semana passada, uma carta aberta dos servidores do IEF pedindo melhores condições salariais. "Na Semana Mundial do Meio Ambiente, precisamos prestar nossa homenagem com a valorização dos servidores", afirmou o deputado.

A presidente da Associação dos Servidores do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Assema), Míriam Regina de Oliveira, explicou que a carreira unificada, que reuniu os quatro órgãos ligados ao meio ambiente - Igam, Feam, IEF e Semad - trouxe divergências. "O sistema de meio ambiente foi integrado e as estruturas unificadas em um mesmo prédio. Mas não temos isonomia salarial", ponderou. Míriam de Oliveira acredita que essas diferenças salariais só podem ser minimizadas com a incorporação da escolaridade adicional e o tempo de serviço, previstos nos artigos 22 e 24 da lei. "Viemos de quatro órgãos diferentes, com salários diferentes", explicou.

Fiscalização - Por outro lado, a presidente da Assema defendeu a necessidade de que os servidores do Sisema sejam tratados de forma diferenciada dos demais servidores da Administração Pública Direta, em virtude da natureza da atribuição de fiscalização que desempenham. "Somos de carreira exclusiva de Estado", completou. Ela também disse que os servidores querem a regulamentação por decreto dos dispositivos que tratam dos critérios de antigüidade e escolaridade adicional, conforme previsto também na lei.

O deputado Paulo Piau (PPS) lembrou as atribuições que são próprias do Estado - Justiça, polícia e fiscalização - para defender que os reajustes salariais sejam concedidos aos servidores segundo critérios de prioridade que levassem em conta o desempenho dessas atribuições.

Diretor diz que IEF terá arrecadação de R$ 103 milhões este ano

O coordenador da Comissão de Mobilização dos Servidores do IEF, João Paulo Sarmento, apresentou dados sobre a estrutura e as atribuições do instituto que, segundo ele, tem cerca de 800 servidores efetivos na ativa, além dos terceirizados, estagiários e funcionários de recrutamento amplo. Ele informou que o IEF foi o primeiro órgão a aderir ao acordo de resultados proposto pelo governo estadual e que tem cumprido rigorosamente todas as metas. O coordenador informou ainda que a arrecadação do órgão aumentou de R$ 24 milhões, em 2002, para R$ 43 milhões até o momento, mas com estimativa de atingir R$ 103 milhões até o fim do ano. Ele salientou que as autarquias têm receita própria e acrescentou que o IEF não compromete nem 18% da sua receita com de Pessoal.

Serviço de qualidade - "Pergunto-me se a Cemig, a Copasa, o IEF, a Epamig e outros órgãos são para dar lucro ou para prestar um serviço", questionou o deputado Padre João (PT). Ele provocou os participantes da reunião a buscarem encaminhamentos concretos para o problema dos servidores e afirmou que, prestar serviço de qualidade depende da valorização do servidor. Na mesma linha de raciocínio, o deputado Carlos Gomes (PT) disse que a luta dos servidores não é só por salário, mas por valorização profissional. "A revisão salarial não é uma questão de caridade, mas de justiça", afirmou.

O diretor-geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcanti, afirmou que o objetivo do instituto é zerar as multas que, segundo ele, não entram no cálculo das receitas de arrecadação. "O crescimento da arrecadação é resultado da fiscalização bem feita e da aplicação das taxas", explicou. Ele enfatizou ainda que o IEF tem hoje uma "estrutura invejável". Ele disse ainda que o instituto e a comissão de servidores do IEF está se reunindo com a Seplag e a Semad para buscar um acordo e que, nesta quarta-feira (7), outra reunião seria realizada.

Debates - Na fase de debates, a presidente da Associação de Defesa do Meio Ambiente, Maria Dalce Ricas, disse que a infra-estrutura não representa nada sem a qualidade do material humano. Para ela, a situação salarial reflete o modelo adotado pelos governos, que valorizam o desenvolvimento industrial a qualquer custo. "É preciso mudar o referencial teórico. O governo precisa entender que o meio ambiente é tão importante quanto os setores que dependem dele", defendeu.

Os servidores que ocupavam o auditório pediram a aprovação de emendas ao orçamento prevendo o pagamento de precatórios aos servidores e de reajustes salariais para o próximo ano. Os funcionários de recrutamento amplo também pediram atenção quanto à revisão salarial.

Requerimentos - Ao final da reunião foram aprovados dois requerimentos dos deputados Laudelino Augusto, Padre João e Carlos Gomes, todos do PT. Eles pedem que seja enviado ofício ao governador do Estado solicitando o enquadramento e o posicionamento por tempo de serviço e escolaridade adicional para os servidores da Semad, Feam, Igam e IEF, conforme prevê a Lei 15.961. O segundo requerimento pede que as notas taquigráficas da reunião sejam enviadas ao governador, ao secretário de Estado de Meio Ambiente e à secretária de Estado de Planejamento e Gestão.

Presenças - Deputados Laudelino Augusto (PT), presidente; Paulo Piau (PPS); Padre João e Carlos Gomes, do PT; Zé Maia (PSDB); Doutor Viana e Jayro Lessa, do PFL. Além dos convidados citados na matéria, participou da reunião a presidente da Associação dos Servidores do IEF (Asief), Mariza Martins Gomes.

 

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