Equilíbrio nas contas estaduais se deve à participação da sociedade

O assessor da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento do Estado, Angelo Luiz Rezende, abriu os trabalhos do primeir...

25/05/2006 - 00:01
 

Equilíbrio nas contas estaduais se deve à participação da sociedade

O assessor da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento do Estado, Angelo Luiz Rezende, abriu os trabalhos do primeiro painel da tarde do debate público "Participação Popular no Legislativo", nesta quinta-feira (25/5/06), no Plenário da Assembléia Legislativa. O assessor fez um panorama da situação orçamentária do Estado desde 2003, quando, segundo ele, as condições eram extremamente difíceis: "Havia um déficit de R$ 2,4 bilhões, faltava planejamento e o orçamento era elaborado com receita superestimada. As ações programadas não eram implementadas. Os recursos eram insuficientes para as despesas obrigatórias. Não havia dinheiro para pagar o 13° salário dos servidores. Além disso, o Estado tinha dívida de R$ 1,3 bilhão só com fornecedores", afirmou.

Para Angelo, o panorama desfavorável só foi modificado com a adoção de estratégias de ação como o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) e do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG). "Para isso, contamos com a participação da sociedade organizada, do Executivo e do Legislativo. O PPAG é instrumento estratégico de transparência de ação, que nos permite uma gestão orientada para resultados. Hoje, foi restabelecida a confiança dos credores; o gasto com pagamento de pessoal, por exemplo, está dentro do que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Estado voltou a ter capacidade para captar recursos", complementou.

Desafios - O deputado André Quintão, presidente da comissão, destacou a importância da participação popular na elaboração das leis orçamentárias. "Qualquer lei orçamentária é estratégica para a implementação de políticas públicas. Todo governo tem que apresentar metas para os próximos quatro anos. E devem estar de acordo com as necessidades da população", afirmou. Ele lembrou ainda o desafios para os próximos anos: "É preciso regionalizar o debate, divulgar mais as ações, qualificar mais pessoas para que possam participar dos debates. Além disso, cada município tem que desenvolver planos locais de médio prazo". A opinião foi compartilhada pela coordenadora da Frente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Minas Gerais, Glaucia Barros. "Temos que melhorar a comunicação do processo e desenvolver indicadores da avaliação de efetividade do cumprimento de metas".

O secretário executivo do Núcleo Mobilizador de Minas Gerais, José Abílio Belo Pereira, destacou que atualmente, no Brasil, 1.700 cidades estão fazendo planos diretores. Em Minas, são 184 municípios, sendo que 23 já concluíram os trabalhos. "Percebemos muita dificuldade das prefeituras na hora de elaborar os planos. Nossa missão principal é capacitar o pessoal dos executivos municipais. Em Minas, com a ajuda da Escola do Legislativo, já capacitamos mais de 1.500 pessoas", finalizou.

Municípios apresentam seus projetos

O secretário de Urbanismo e Meio Ambiente e Coordenador do Plano Diretor de Itaúna, Lessandro Lessa, apresentou a experiência do município na implantação do Plano Diretor. A página da prefeitura na internet, segundo o secretário, é uma ferramenta importante para aperfeiçoamento do projeto. Por meio do site, é possível fazer sugestões de iniciativas e modificações. Também estão disponíveis artigos que explicam o processo de discussão do Plano, a infra-estrutura da cidade e da zona rural. Com a mesma função, foi também criado um número de telefone para uso da população, que pode discar gratuitamente para fazer suas sugestões.

O prefeito de Itaúna, Eugênio Pinto (PT), destacou o bom nível de participação popular no processo de discussão do Plano Diretor do município. "Foram 6.200 pessoas participando diretamente do processo, sem falar naqueles que usam a internet", afirmou o prefeito. Ele destacou a união de todos os setores da cidade no desenvolvimento do projeto como um fator fundamental para seu sucesso.

A assessora da prefeitura de Caeté no desenvolvimento do Plano Diretor, Labib Lima Syho, falou a respeito da dinâmica de implantação do projeto no município. Segundo ela, o Plano Diretor dividiu a cidade em oito regionais e quatro distritos. Apesar de alguma dificuldade inicial para envolver a Câmara Municipal no processo, hoje essa participação já acontece, assim como o envolvimento de escolas, igrejas e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O deputado Domingos Sávio (PSDB), que presidiu a reunião, destacou a importância de se executar o Plano Diretor, já em uma etapa posterior à sua implementação. Ele defendeu que esse tipo de projeto seja colocado acima de rivalidades políticas, a fim de que se mantenha a continuidade entre administrações de diferentes partidos.

Presenças - Deputados André Quintão (PT); Domingos Sávio (PSDB); João Leite (PSDB); Maria Tereza Lara (PT); Miguel Martini (PHS); e Rogério Correia (PT).

 

 

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