Deputados defendem reajuste salarial na Emater

Mais de 300 servidores da Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) lotaram o Plenário da Asse...

24/05/2006 - 00:00
 

Deputados defendem reajuste salarial na Emater

Mais de 300 servidores da Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) lotaram o Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (24/5/06) em busca de apoio dos deputados para obter, do governo estadual, a abertura de negociações salariais. As reivindicações dos servidores foram apresentadas durante reunião da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, por solicitação do deputado Padre João (PT), seu presidente. A reunião foi realizada no Plenário em função do grande número de presentes. O deputado afirmou a disposição dos integrantes da comissão em procurar, se possível ainda nesta quinta-feira (25), o presidente da Emater, José Silva Soares, e a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, com o fim de discutir uma proposta de reajuste salarial para a categoria.

A reivindicação dos servidores da Emater é de um reajuste de 19,33%, retroativo a maio de 2003, acrescido de INPC. O argumento é que a defasagem salarial é de 25%, desde 2003, e que a defasagem total, incluindo anos anteriores, chega a 75%. Eles lembram que o reajuste de 19,33% foi oferecido à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em 2003. De acordo com a diretora-geral do sindicato dos trabalhadores da Emater (Sinter), Ilka Santana, o salário-base dos servidores de nível superior da Emater é de quatro salários mínimos, enquanto o nível médio recebe três salários mínimos. "Nossa tabela salarial começa em R$ 217", afirmou a sindicalista. Ela acrescentou que, este ano, a direção da empresa sequer aceitou abrir negociações salariais.

O diretor da Emater, Roberval Andrade, afirmou que o presidente do órgão não compareceu à reunião por estar em viagem. Ele afirmou que a empresa está investindo em equipamentos e que cada um dos 767 escritórios da Emater no Estado deverá ganhar um novo computador. Sobre as reivindicações salariais, ele argumentou que a diretoria da empresa não tem autonomia para conceder reajustes sem autorização da Câmara de Gestão Governamental, comandada pela Secretaria de Planejamento e Gestão. "Cremos que no mês de junho teremos uma solução para esse problema", afirmou o dirigente.

O deputado Doutor Viana (PFL) disse ter conversado por telefone com o presidente da Emater, que teria garantido uma solução para a reivindicação salarial ainda em junho. "Ele disse que já fizerem três reuniões com a Seplag e duas com a Secretaria de Governo, e que até junho a questão será resolvida", afirmou Viana. O deputado Rogério Correia (PT) chamou atenção para a urgência de se encontrar uma solução, uma vez que a legislação limita a junho o prazo para reajustes salariais em ano eleitoral. "Se não resolver até junho, só no próximo governo", afirmou.

Deputado sugere solução por decreto

O deputado Domingos Sávio (PSDB) defendeu que se busque uma alternativa de recuperação salarial que possa ser implementada por decreto, por acreditar ser muito curto o prazo para aprovação de um projeto de lei nesse sentido. "A verdade tem que ser dita, não digo que é impossível, mas é muito difícil", afirmou o parlamentar. Servidores da Emater lembraram que são celetistas, e defenderam a tese de que poderiam receber reajuste por decreto.

O deputado Carlos Gomes (PT) lembrou o crescimento vertiginoso dos investimentos federais no Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), algo que aumentou a carga de trabalho dos servidores da Emater, em razão do convênio da empresa com o Ministério de Desenvolvimento Agrário. O mesmo acúmulo de trabalho e funções foi lembrado pelo deputado Edson Rezende (PT), que citou outros programas implementados com o apoio da Emater. "Há a compra antecipada, importante para os vicentinos e a merenda escolar, o turismo rural. O que seria da primeira bacia leiteira do país sem esses servidores?", questionou.

O deputado Paulo Piau (PPS) lembrou que a Emater, hoje, sobrevive do apoio das prefeituras e da cobrança de assistência técnica a médios e grandes produtores, o que diminui sua capacidade de atendimento aos pequenos. "A Emater não pode ser uma empresa de sobrevivência, tem que ser uma empresa proativa", afirmou o parlamentar.

O papel dos servidores da Emater no desenvolvimento da cafeicultura do Estado foi lembrado pelo deputado Dalmo Ribeiro (PSDB), que já foi relator de comissão especial que tratou do assunto. O deputado Adelmo Leão (PT) fez um apelo pela unidade dos três níveis de governo em favor dos funcionários da Emater, e disse que há espaço orçamentário para reajuste. "O Estado gasta 42% da receita corrente com a folha, mas podemos chegar a 50%", declarou o parlamentar.

O deputado Laudelino Augusto (PT) ressaltou a necessidade de valorização dos funcionários da Emater e lembrou a importância da mobilização para a conquista das melhorias reivindicadas. Servidores informaram que a defasagem salarial vem aumentando sua dívida com o fundo de previdência da Emater, o Ceres. Hoje, já seriam 905 funcionários com uma dívida de R$ 5,8 milhões, relativa a empréstimos feitos junto ao fundo.

Presenças - Deputados Padre João (PT), presidente; Doutor Viana (PFL), Paulo Piau (PPS), Domingos Sávio (PSDB), Dalmo Ribeiro (PSDB), Edson Rezende (PT), Carlos Gomes (PT), Adelmo Leão (PT), Rogério Correia (PT) e Laudelino Augusto (PT). Além das autoridades citadas na matéria, participaram da reunião o delegado federal do Ministério de Desenvolvimento Agrário, Higino Marcos, o representante da Fetaemg, Guilherme Gonçalves, e o secretário de Política Social da CUT, Geraldo Nascimento.

 

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