Mototaxistas reivindicam direito de continuar trabalhando em Nanuque

Cerca de 150 mototaxistas fizeram uma manifestação antes da reunião da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalizaç...

24/05/2006 - 00:01
 

Mototaxistas reivindicam direito de continuar trabalhando em Nanuque

Cerca de 150 mototaxistas fizeram uma manifestação antes da reunião da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizada em Nanuque, no Vale do Mucuri, nesta quarta-feira (24/5/06). Eles reivindicam o direito de continuarem trabalhando, uma vez que o serviço de mototáxi está suspenso na cidade desde o dia 17 de abril. Outra reclamação da categoria diz respeito ao rigor da fiscalização da Polícia Militar, que vem fazendo blitzen com freqüência e aplicando multas nos motoqueiros que insistem em continuar transportando passageiros.

Os mototaxistas atuam em Nanuque desde 1998. Em maio do ano passado, a prefeitura sancionou a Lei 1.630, que regulamentou o serviço de mototáxi, e em seguida abriu licitação para escolha dos concessionários do serviço. A lei autorizou a criação de 155 vagas e 12 pontos de mototáxi. Mas o Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCMG) entendeu que a legislação municipal é inconstitucional, uma vez que o Código de Trânsito Brasileiro não prevê a exploração do serviço de táxi utilizando motocicletas. Além disso, no entendimento do TCMG, os municípios não têm competência para legislar sobre trânsito e transporte.

Após essa decisão, o Ministério Público considerou o serviço de mototáxi ilegal e determinou a suspensão da licitação para escolha dos concessionários do sistema. A Polícia Militar tem aplicado multas de 80 Ufir para os motoqueiros pegos nas blitzen. Segundo o líder dos profissionais da categoria, Elson de Souza Lima, os mototaxistas faziam diariamente cerca de 3 mil viagens, transportando passageiros e mercadorias. Eles reclamam que o sustento de suas famílias está ameaçado desde que a categoria caiu na clandestinidade.

Concorrência - Segundo jornal O Exemplar, a Viação Expresso Três Fronteiras, que detém a concessão para o transporte coletivo em Nanuque, foi quem entrou com uma ação administrativa pedindo a suspensão do serviço de mototáxi. A empresa perdeu em primeira instância, mas recorreu ao TCMG, que declarou ser inconstitucional a legislação municipal que regulamentou o serviço. A empresa alega que não há demanda para as duas modalidades de transporte público em Nanuque (cidade de 40 mil habitantes), e ameaça abandonar suas linhas caso os mototaxistas continuem atuando. Nenhum representante da empresa compareceu à reunião da comissão.

Deputados vão ao TCMG

O deputado Antônio Júlio (PMDB), que solicitou a realização da reunião, considera equivocada a decisão do TCMG. "Para mim, o Tribunal de Contas não tem essa competência. Além disso, a maioria da população é favorável aos mototaxistas", afirma. O presidente da comissão, deputado Leonardo Quintão (PMDB), também não concorda com a suspensão do serviço, uma vez que ele é regulamentado em várias cidades do interior do Estado. "Ou o TCMG acaba com todos ou dá permissão para todos", defende.

Os integrantes da comissão pretendem visitar nesta quinta-feira (25) o TCMG, para pedir que a decisão seja revertida. Os dois deputados também vão apresentar um requerimento para pedir ao comando da Polícia Militar a interrupção da fiscalização até a obtenção de uma decisão judicial favorável aos mototaxistas.

Presenças - Deputados Leonardo Quintão (PMDB), presidente; e Antônio Júlio (PMDB). Compuseram a mesa de trabalhos o juiz Sérgio Castro da Cunha Peixoto; o procurador do município, Roberto de Jesus; o vereador Solon Ferreira Filho; o delegado de trânsito, Alfredo Ferreira de Menezes; o presidente da Associação dos Mototaxistas Profissionais e Proprietários de Pontos de Nanuque, Elson Souza Lima; o assessor jurídico da associação, Hivaldo Costa; e o ex-prefeito Jorge Miranda.

 

 

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