ALMG quer saber se Ministério Público apurou denúncias da CPI do Leite

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia se reuniu nesta terça-feira (23/5/06) para debater...

23/05/2006 - 00:00
 

ALMG quer saber se Ministério Público apurou denúncias da CPI do Leite

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia se reuniu nesta terça-feira (23/5/06) para debater, em audiência pública, os desdobramentos da CPI do Leite, realizada em 2001. O autor do requerimento, deputado Padre João (PT), disse que alguns problemas detectados na época da CPI do Leite ainda não foram solucionados. O deputado lamentou a ausência do Ministério Público na reunião, para explicar que iniciativas vem tomando desde que recebeu o relatório final dos integrantes da CPI.

O representante da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Carlos de Oliveira, falou que a secretaria tem implementado as ações propostas no relatório final. Uma delas é o fortalecimento do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), no que se refere à produção de leite e à contratação recente de cerca de 50 profissionais. Outra iniciativa é a criação do Programa Minas Leite, que conta com o investimento de R$ 88 milhões, em recursos próprios para modernizar o setor. O programa prevê ainda a abertura de linhas de crédito para financiar pequenos produtores, e a modernização de indústrias com a criação de um novo pólo tecnológico em Juiz de Fora, Zona da Mata, além de ser responsável pelo projeto "leite na escola", que beneficiará 400 mil crianças.

O assessor econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Márcio Carvalho, disse que participou dos trabalhos da CPI do Leite e que, na época, ficou evidente a "parceria fortíssima" criada entre a Assembléia Legislativa, produtores e órgãos do setor. Para ele, o Ministério Público não participou desta reunião porque até hoje, não tomou providências com relação às denúncias contidas no relatório. O deputado Paulo Piau (PPS) também lamentou a ausência do Ministério Público na reunião. Na opinião dele, no que diz respeito às denúncias de abuso do poder econômico e de monopólio, por exemplo, parece não ter havido nenhum avanço após a aprovação do relatório final.

Relatório da CPI - A CPI do Preço do Leite comprovou a existência de cartelização na indústria para reduzir o preço pago ao produtor, o abuso econômico do comércio varejista na venda do leite aos consumidores e o monopólio da Tetra Pak na embalagem do leite longa vida. O relatório final da CPI também cobrou ações civis contra as indústrias de laticínios acusadas de promover reuniões para uniformizar e reduzir os preços pagos aos fornecedores; contra as grandes redes de supermercados por cobrança de luvas, bonificações e descontos; e contra a CCPR (Cooperativa Central dos Produtores Rurais), por práticas comerciais abusivas, características de aliciamento de fornecedores e dumping contra a Cooperativa Agropecuária de Divinópolis.

Produtor rural tem dificuldade de competir com mercado externo

Para o presidente da Associação dos Produtores Integrados de Minas Gerais (Aprimig), Thomé Palhares Filho, o uso do dinheiro público para a importação do leite deveria ser proibido. "!00% do leite consumido no Brasil, deve ser nacional", firmou Thomé. Na sua opinião, o produtor do leite tem grande dificuldade de competir com o mercado externo."O número de pequenos produtores e pequenas propriedades vem diminuindo a cada dia, devido à falta de incentivo do governo federal", observou.

Mas para o deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB) o governo do Estado tem promovido ações para melhoria no setor. Exemplo disso é a implantação de uma fábrica de leite em pó, da Itambé, no Triângulo Mineiro, que será concluída ainda este ano. "Nesta reunião ficou bem clara a participação do governo mineiro para minimizar a crise, como por exemplo, o programa Minas Leite", observou Luiz Humberto.

Ao final da reunião, a comissão aprovou requerimento para que seja enviado ofício ao procurador-geral de Justiça do Estado e também ao Ministério Público pedindo informações sobre as providências tomadas pela Justiça a partir das recomendações feitas pela CPI do Preço do Leite, cujos trabalhos foram realizados entre 2001 e 2002, na Assembléia Legislativa. Participaram também dos debates o vice-presidente da Aprimig, Flávio Pinheiro Silva; e a assessora especial da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, Adriane Barbalho.

Terras Devolutas - Foram aprovados ainda os pareceres de 1º turno a dois projetos de resolução de alienação de terras devolutas de autoria da comissão. O projeto 2.923/06, aliena duas terras, na Fazenda São Camilo, no município de Rio Pardo de Minas; e cinco terras, da Fazenda Curral Novo, em Indaiabira. Já o Projeto de Resolução 2.888/05, autoriza as seguintes alienações: fazendas Cabeceira do Poço Dantas, Jardim, Vereda da Estiva, e Nossa Senhora do Patrocínio no município de Rio Pardo de Minas; fazendas Vereda Pasto do Cavalo, Barbosa - Mata de São João, Buracos, Àgua Santa, e Jaqueira, em Santo Antônio do Retiro; dois terrenos da Fazenda Lobo, no município de Vargem Grande do Rio Pardo; e Fazenda Ingazeira, no município de Montezuma.

Presenças - Deputados Padre João (PT), presidente; Marlos Fernandes (PPS), vice; Luiz Humberto Carneiro (PSDB); e Paulo Piau (PPS).

 

 

 

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