Comissão dos Resíduos Sólidos promove debate sobre lixões na terça

A Comissão Especial dos Resíduos Sólidos, da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, promoverá, nesta terça-feira (23...

19/05/2006 - 00:00
 

Comissão dos Resíduos Sólidos promove debate sobre lixões na terça

A Comissão Especial dos Resíduos Sólidos, da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, promoverá, nesta terça-feira (23/5/06), sua segunda reunião com convidados, desta vez para discutir normas reguladoras, assistência técnica, licenciamento ambiental, ações municipais e recuperação socioambiental (com a inclusão dos catadores de materiais recicláveis), todas relativas à erradicação dos lixões e aos aterros sanitários. O debate será às 10 horas, no Plenarinho IV. O requerimento para a realização da reunião é dos deputados Irani Barbosa (PSDB), presidente da comissão especial; Gustavo Valadares (PFL), vice-presidente; e Célio Moreira (PSDB), relator.

A realidade da destinação dos resíduos sólidos em Minas ainda é preocupante, conforme demonstram os números da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Segundo dados de abril de 2006, dos 853 municípios, 562 ainda possuem lixões, depósitos de lixo a céu aberto, sem qualquer tratamento, onde sobrevivem milhares de famílias. Além desses, 193 cidades contam com aterros controlados, locais onde o lixo recebe apenas camadas de terra para minimizar os impactos ambientais. Vinte e cinco municípios mineiros são atendidos por 16 aterros sanitários; 54 possuem usinas de compostagem ou triagem licenciadas e 18 cidades têm usinas não licenciadas. Claraval deposita seu lixo em São Paulo.

Convidados - Foram convidados a participar dos debates o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho; o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior; a secretária de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Flávia Mourão Parreira do Amaral; os presidentes da Feam, Ilmar Bastos Santos; da Associação Mineira de Municípios (AMM), Celso Cotta Neto; e da Copasa, Márcio Augusto Vasconcelos Nunes; além da assessora do Movimento Muda Aterro Mônica Chaves e do representante dos moradores do bairro Glória, Rafael Afonso Silva.

Instalada em 2 de maio deste ano, a comissão especial tem 60 dias para discutir o gerenciamento de resíduos sólidos e todos os aspectos relativos ao tema lixo no Estado. Na primeira reunião com convidados, na última terça (16), o presidente da Feam, Ilmar Bastos Santos, informou que, no final de 2002, apenas 15,9% da população urbana de Minas tinha seu lixo destinado para aterros adequados. Hoje, o índice subiu para 30%, e a meta é atingir 70% em dezembro de 2007. De acordo com ele, o aumento do lixo destinado a aterros deve-se à implementação do programa "Minas sem lixões", que tem priorizado as ações em 81 municípios com mais de 30 mil habitantes e que são responsáveis por mais de 70% dos resíduos sólidos urbanos gerados em Minas.

Conheça as normas do Copam

Segundo a Deliberação Normativa (DN) 81/05, do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), os municípios com população urbana superior a 50 mil habitantes precisam formalizar a Licença de Operação (LO) de seus aterros sanitários até setembro de 2006. Já a DN 75/04 determinou o prazo de abril deste ano para que os municípios entre 30 mil e 50 mil habitantes formalizassem o processo de Licença de Instalação (LI) de aterro sanitário. Essas cidades de médio porte têm, ainda, prazo até abril de 2007 para formalizar o processo de Licença de Operação (LO) de seus aterros sanitários.

Em outubro do ano passado, 603 municípios foram autuados por não apresentarem à Feam medidas de redução dos impactos causados por lixões ou por descumprirem os prazos previstos nas normas reguladoras. As multas a serem aplicadas podem chegar a R$ 74 mil, dependendo da análise do Copam. Entre essas medidas de redução dos impactos causados por lixões, destacam-se: recobrir o lixo com terra ou entulho, no mínimo, três vezes por semana; isolar o local com arbustos ou árvores que contribuam para dificultar o acesso de pessoas e animais; proibir a permanência de pessoas no local para fins de catação de lixo.

Já as medidas de recuperação socioambiental, com a inclusão social dos catadores de material reciclável, estão previstas na DN 67/03. Essa deliberação determina que os municípios deverão inserir os catadores em suas alternativas técnicas, sanitárias e ambientais aos lixões, a fim de garantir a manutenção da renda dessas pessoas que hoje sobrevivem dos e nos depósitos de lixo a céu aberto. Deverão, portanto, aproveitar os catadores em seus projetos de reciclagem e em seus programas de coleta seletiva de resíduos sólidos, entre outras iniciativas.

 

 

 

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