Servidores administrativos da Educação querem reajuste salarial

Servidores do quadro administrativo da Secretaria de Estado de Educação (SEE) lotaram o Plenário e parte das galerias...

17/05/2006 - 00:00
 

Servidores administrativos da Educação querem reajuste salarial

Servidores do quadro administrativo da Secretaria de Estado de Educação (SEE) lotaram o Plenário e parte das galerias da Assembléia Legislativa de Minas Gerais na tarde desta quarta-feira (17/5/06). Representando várias entre as 46 superintendências regionais de ensino (SREs) do Estado, eles reivindicaram junto à Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, a isonomia salarial com os quadros técnicos de outras secretarias.

Atualmente, os funcionários administrativos do ensino somam 2.927 servidores, entre 1.292 de nível superior e 1.635 de nível técnico. As informações foram divulgadas pela presidente da Associação dos Servidores da Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A (Assuma), Clemilda Fagundes. Há também cerca de 500 servidores de nível fundamental, que atuam como auxiliares de serviço. Ela detalhou a proposta da categoria, considerando-a modesta, uma vez que, mesmo com o reajuste, o maior salário ficaria em R$ 1.561,62, para analistas (nível superior). Esse valor, segundo Clemilda, está abaixo do de técnicos com atividades similares em outras secretarias, como a Seplag e órgãos como o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem).

INPC - Para chegar a esse valor, explicou a dirigente, a categoria reivindica a unificação do vencimento básico com a VTI, aplicando a esse somatório o índice de 55%, correspondente ao INPC acumulado nos últimos 12 anos. Para o nível fundamental, aplicando-se essa regra, o vencimento básico passaria de R$ 300 para R$ 407,50, e com os 55%, para R$ 661,62. No nível médio, o salário passaria de R$ 544,10 para R$ 667,50, e mais o INPC acumulado, chegaria a R$ 1.034,00. Os analistas, de nível superior, para atingir os R$ 1.561,62, passariam de R$ 884,10 para R$ 1.007,50, aplicando a esse último valor os 55% de reajuste.

Por fim, Clemilda Fagundes, da Assuma, afirmou que a proposta da categoria tem como base o princípio da isonomia (com base nas Constituições Federal e Estadual e outras leis). "O que queremos é que as leis sejam cumpridas", defendeu, lembrando ainda que o impacto na folha de pagamento do Estado seria "irrelevante". E acrescentou que a situação da categoria era emergencial.

Parlamentares apoiam reivindicações da categoria

Todos os deputados presentes manifestaram apoio às reivindicações dos servidores administrativos da SEE. O presidente da Comissão de Educação, deputado Doutor Viana (PFL), colocou a comissão à disposição da categoria para ouvir e intermediar a negociação junto à Secretaria de Educação e à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag). O deputado Gil Pereira (PP) elogiou a mensagem encaminhada à ALMG pelo governador, que representaria um avanço para a categoria, ao reduzir de cinco para quatro os níveis na carreira de analistas educacionais e de educação básica.

Já a vice-presidente da comissão, deputada Ana Maria Resende (PSDB), anunciou a reunião que marcou com a titular da Seplag, Renata Vilhena, e com subsecretária de Gestão, Fádua Baião, no dia 7 de junho, às 15 horas, para tratar das reivindicações do pessoal administrativo da SEE. Já o deputado Arlen Santiago (PTB) declarou que a categoria precisava avançar em três reivindicações: o aumento dos vales transporte e alimentação e na equiparação com outros quadros técnicos do Estado.

Salário mínimo - Apresentando contracheques de servidores que ganham abaixo do salário mínimo, Weliton Prado (PT) citou o caso de um motorista da SEE, que ganha apenas R$ 309. Ele leu também carta enviada pela SRE Campo Belo, em que os servidores reiteram as reivindicações da categoria. O 2º-vice-presidente da Assembléia, deputado Rogério Correia (PT), denunciou que "em Minas Gerais não se respira liberdade". Ele relatou que um programa político do PT teve sua veiculação proibida por afirmar o que Weliton Prado havia dito: servidores ganhando menos que o mínimo. De acordo com Correia, a Justiça ainda determinou que ele terá que pagar multa. O deputado reclamou também da ausência de representantes do governo do Estado na reunião.

"Solidariedade é pouco; trago o meu compromisso de entrar com vocês nessa luta, que é muito justa", solidarizou-se a deputada Elbe Brandão (PSDB). Por sua vez, o deputado Leonídio Bouças (PSC) considerou justas as reivindicações da categoria, mas afirmou que a luta da educação não deve ser partidarizada. Ele avaliou também que "a copa da educação está sendo perdida há décadas". Segundo o parlamentar, o Brasil apresenta índices de repetência e nível de escolaridade abaixo do de muitos países da África.

A deputada Elisa Costa (PT) mostrou preocupação com o prazo limite de 30 de junho (devido ao período eleitoral) para que o governo envie o projeto para a Assembléia. Por isso, reivindicou uma negociação rápida, para que dê tempo de conceder o reajuste. Para agilizar esse processo, o deputado Edson Rezende (PT) sugeriu a criação de um grupo tarefa. Também os deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e a deputada Lúcia Pacífico (PSDB) manifestaram solidariedade com os servidores, considerando justas suas propostas.

Requerimento - Ainda na reunião, foi aprovado requerimento do deputado Adalclever Lopes (PMDB), solicitando audiência pública em Carangola. O objetivo é discutir os problemas enfrentados pela Fundação Fafile, mantenedora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola, cujos reflexos atingem toda a comunidade daquele município.

Presenças - Deputados Doutor Viana (PFL), presidente; Ana Maria Resende (PSDB), vice; Leonídio Bouças (PSC), Weliton Prado (PT), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Gil Pereira (PP), Arlen Santiago (PTB), Lúcia Pacífico (PSDB), Elbe Brandão (PSDB), Carlos Pimenta (PDT) e Adelmo Carneiro Leão (PT). Além da convidada citada, participaram também da reunião: a assessora da Diretoria da SRE - Metropolitana A, Maria Adelaide de Bergo Barros; a professora Lúcia Poli; e o presidente da Federação de Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas do Estado de Minas Gerais, Mário de Assis.

 

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