Gasmig garante investimentos no gasoduto do Vale do
Aço
Apesar da crise do gás na Bolívia, a Companhia de
Gás de Minas Gerais (Gasmig) mantém a previsão de expandir sua rede
de distribuição de gás natural no Vale do Aço. A garantia foi dada
pelo gerente de captação de clientes da empresa, José Góis Júnior,
em reunião da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais, realizada em Ipatinga, nesta
terça-feira (16/5/06).
A reunião foi convocada a pedido do presidente da
comissão, deputado Leonardo Quintão (PMDB), diante do temor de
empresários da região após a nacionalização das unidades da
Petrobras na Bolívia. "Todos os nossos planos de investimentos
continuam, assim como nosso cronograma para atender o Vale do Aço",
assegurou o representante da Gasmig.
Góis explica que, por força de contrato firmado com
a Petrobras, 30% do gás distribuído pela Gasmig vêm da Bolívia, e o
restante vem da Bacia de Campos (RJ). Os incidentes na Bolívia não
preocupam a estatal mineira porque as novas reservas descobertas na
Bacia de Santos (SP) equivalem às do país vizinho, de acordo com
Góis. Ele avalia que a situação do mercado de gás é confortável a
longo prazo. "É prematuro dizer se vai haver reajuste nos preços a
curto prazo e quais seriam esses percentuais de aumento",
considera.
Obras devem ser concluídas em 2007
As obras do gasoduto do Vale do Aço devem iniciar
até o fim de julho, e devem estar totalmente concluídas até dezembro
de 2007. A previsão é de que até fevereiro de 2008, o gás já poderá
ser utilizado pelas indústrias da região. Os investimentos para
expansão da rede no Vale do Aço são da ordem de R$ 150 milhões, dos
quais R$ 43 milhões já foram investidos na primeira etapa do
gasoduto, do city-gate (ponto de entrega do gás pela Petrobras) em
São Brás do Suaçuí, nos Campos das Vertentes, até Ouro Branco e
Congonhas.
As próximas etapas de expansão serão licitadas de
modo que as obras sejam tocadas simultaneamente. O gás vai passar
por Ouro Preto e chegar a João Monlevade, de onde segue para
Timóteo, Ipatinga e Belo Oriente, beneficiando grandes empresas como
Belgo-Mineira, Acesita, Usiminas e Cenibra. Hoje são consumidos 377
mil metros cúbicos de gás por ano no Vale do Aço. A previsão da
Gasmig é de que o consumo na região atinja 2,5 milhões de metros
cúbicos anuais em 2013, o equivalente a cerca de 20% da oferta de
gás da empresa na próxima década.
A Usiminas, gigante da siderurgia baseada em
Ipatinga, ainda não assinou nenhum contrato com a Gasmig, mas já
manifestou interesse em utilizar o gás que será oferecido pela
empresa. A siderúrgica, no entanto, não revela o montante dos
investimentos para conversão de sua planta nem o valor da economia
que seria gerada com a adoção do gás natural. A unidade de Ipatinga
consome 300 toneladas de óleo combustível por dia, de acordo com o
superintendente geral da usina, Romel Erwin de Souza.
O deputado Leonardo Quintão ressaltou a importância
do gasoduto para a competitividade das indústrias da região e
lembrou o interesse do governo do Estado em expandir a oferta de gás
o mais rápido possível. A previsão de operação do gasoduto foi
antecipada de 2009 para 2008, segundo o parlamentar.
Investimentos - Até 2013,
os investimentos da Gasmig devem somar R$ 10,2 milhões e vão servir
para triplicar a sua rede de distribuição, que hoje é de 333
quilômetros. O objetivo é levar o gás natural também para o
Triângulo Mineiro e Sul de Minas. Atualmente, a empresa atende Juiz
de Fora, Barbacena, Sete Lagoas e a Região Metropolitana de Belo
Horizonte. Segundo o representante da empresa, a substituição dos
combustíveis líquidos pelo gás é uma tendência mundial. Nos últimos
dez anos, a participação do gás na matriz energética brasileira
passou de 2% para 7%, e deve chegar a 12% nos próximos anos. Nos
países desenvolvidos, esse percentual já está na casa dos 30%.
Presenças - Deputado
Leonardo Quintão (PMDB), presidente. Também compuseram a mesa dos
trabalhos o vereador Nardyello Rocha (PMDB); o secretário municipal
de Desenvolvimento Econômico, Marco Aurélio Sena; o gerente regional
da Fiemg, Plínio Verçosa Perruci; a representante dos postos de
gasolina, Cláudia Brum; e o comandante da 14a Cia. de Meio Ambiente
e Trânsito da Polícia Militar, capitão José Carlos de Oliveira.
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