Comissão do Protocolo de Quioto tem primeiro debate nesta 5ª

A Comissão Especial sobre o Protocolo de Quioto promove, nesta quinta-feira (18/5/06), sua primeira reunião com convi...

17/05/2006 - 00:00
 

Comissão do Protocolo de Quioto tem primeiro debate nesta 5ª

A Comissão Especial sobre o Protocolo de Quioto promove, nesta quinta-feira (18/5/06), sua primeira reunião com convidados. O debate será às 9 horas, no Plenarinho IV, quando será abordada, em audiência pública, a situação institucional de Minas Gerais em relação ao protocolo. O requerimento da reunião é da deputada Elbe Brandão (PSDB) e dos deputados Doutor Viana (PFL) e Laudelino Augusto (PT).

São presenças confirmadas as do superintendente de Desenvolvimento Minero-metalúrgico e Política Energética da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Francisco de Assis Soares, representando o secretário; Geraldo Moura, da empresa Plantar, representando a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg); e Odair dos Santos Júnior, assessor da Presidência do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea/MG). Foi convidado também o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho.

Segundo informações do gabinete do deputado Laudelino Augusto, que preside a comissão, os parlamentares querem saber sobre a implantação e as atividades desenvolvidas pelo Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas, criado pelo Decreto 44.042, de 2005. A experiência do Fórum Estadual pela Construção da Agenda XXI deverá ser mostrada, assim como os trabalhos de grupo temático sobre mudanças climáticas, criado recentemente. As oportunidades geradas para o setor industrial pelo Protocolo de Quioto também serão abordadas na audiência pública.

Sobre a comissão - A comissão especial foi criada para estudar, conhecer e debater, no prazo de 60 dias, a aplicação dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto na gestão de resíduos sólidos nos municípios de Minas Gerais. O deputado Doutor Ronaldo (PDT) é o vice-presidente da comissão, e o relator é o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB). De acordo com o cronograma aprovado, serão realizadas 10 reuniões com convidados e três visitas técnicas às cidades de Patos de Minas, Salvador (BA) e Nova Iguaçu (RJ).

O que diz o Protocolo de Quioto

O Protocolo de Quioto, que entrou em vigor em 16/2/2005 e do qual o Brasil é signatário, prevê atitudes enérgicas para a contenção das emissões dos chamados gases de efeito estufa (GEE), o dióxido de carbono e metano. O aumento da concentração desses gases tem provocado sérias alterações climáticas, como mudanças dos ciclos de chuva, da força e da direção das correntes marítimas, da manutenção das geleiras e calotas polares, além de elevar a temperatura média do planeta, colocando em risco o equilíbrio ambiental.

O documento estabelece o limite mínimo de 5,2% de redução das emissões desses gases com relação aos níveis de 1990, pelos países desenvolvidos, e regras rígidas de acompanhamento e verificação do cumprimento das metas. O protocolo também leva em consideração a dificuldade de os países desenvolvidos cumprirem as metas de emissão e criou, como alternativa a esse problema, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Esse mecanismo permite a aquisição, pelos países desenvolvidos (que têm metas de redução de emissão de gases de efeito estufa), de créditos de carbono gerados em países em desenvolvimento signatários, caso do Brasil.

Em 2005, a Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais promoveu um debate sobre a política estadual de apoio a projetos para geração de crédito de carbono, estabelecida nos moldes do Protocolo de Quioto. A proposta de criação dessa política está detalhada no Projeto de Lei (PL) 2.146/05, do deputado Carlos Pimenta, anexado ao PL 2.070/05, do deputado Gustavo Valadares (PFL), que trata da política estadual de apoio às ações e empreendimentos voltados para a implantação de MDL. O PL 2.070/05 está pronto para ser apreciado pelo Plenário em 1º turno.

Entre exemplos de projetos para geração de crédito de carbono já em estudo no Brasil, estão o plantio de florestas artificiais, a não-substituição de carvão vegetal na siderurgia pelo coque metalúrgico, a coleta de gases em aterros sanitários e sua conversão em energia elétrica, a coleta e biodigestão de dejetos de suínos e a queima desses gases para geração de energia. Os defensores dessas alternativas defendem sua elegibilidade como MDL porque, além de contribuírem para uma menor emissão de GEE, geram empregos e renda e estimulam a preservação ambiental.

A aprovação dos projetos é feita em cada país. No Brasil, o órgão responsável é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, criada em 1999. Só então os projetos são submetidos à ONU. Não são previstos órgãos certificadores pertencentes a governos estaduais. A estes caberá, se julgarem válido, adotar ações autônomas de apoio e incentivo à formulação de projetos elegíveis e tutoria desses projetos junto aos órgãos federais.

 

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