Moradores da região do Barreiro lutam por água e esgoto há três anos

Há três anos, cerca de 200 famílias lutam para ter serviços de água e esgoto em suas casas, após terem adquirido lote...

10/05/2006 - 00:00
 

Moradores da região do Barreiro lutam por água e esgoto há três anos

Há três anos, cerca de 200 famílias lutam para ter serviços de água e esgoto em suas casas, após terem adquirido lotes nos bairros Tirol II, Tirol III e Condomínio Serrinha, região do Barreiro, em Belo Horizonte. Na manhã desta quarta-feira (10/5/06), a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais foi até o Tirol e realizou audiência pública na Escola Helena Antipoffi, para discutir o assunto. O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo, lembrou que já foram realizadas várias reuniões com representantes da Copasa, da Prefeitura e do Ministério Público (MP), mas até hoje os moradores continuam sem a regularização dos loteamentos.

A Copasa e o Ministério Público não mandaram representantes para a reunião. O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo, convocou nova reunião para esta quarta-feira, às 15 horas, na Assembléia, para aprovar requerimentos com pedidos de providência sobre o assunto, uma vez que não havia quórum na reunião da manhã para aprová-los. O deputado promete apresentar requerimento pedindo a prisão provisória do responsável legal pela Prisma Empreendimentos Imobiliários, que fez os loteamentos.

A promotora Marta Alves Lacher, da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo, mandou uma carta à comissão informando sobre os últimos procedimentos do Ministério Público. Em reunião no último dia 24 de janeiro de 2006, o MP deu mais um prazo para que a empresa Prisma Empreendimentos Imobiliários cumpra o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado ano passado, conclua o restante das obras e apresente a documentação necessária para regularizar os loteamentos. O novo prazo venceu em 20 de março último. A presidente da Associação Comunitária Vida e Esperança, do bairro Tirol, Marlene das Dores Lana, foi enfática: "As famílias compraram os lotes, não invadiram! Só queremos o que é nosso direito - água e esgoto".

Postura do Ministério Público é questionada

Os moradores criticaram a postura do Ministério Público, que estaria sendo pouco rigoroso com a Prisma, e denunciam que a empresa continua vendendo terrenos nesses bairros, apesar de todas as irregularidades já constadas pela Justiça. A moradora Marizete Gomes Pires afirma que vários pessoas já ouviram o responsável pelos loteamentos dizer que não vai fazer as obras, porque elas são muito caras: "Não adianta dar mais prazo, nós avisamos isso para a promotora. Ele não vai cumprir!". Enquanto isso, a Copasa se diz impedida, por força da legislação vigente, de fazer as ligações de água no local. A moradora afirmou que foram feitas algumas ligações clandestinas de água nos loteamentos e que a promotora teria conhecimento disso.

O deputado Célio Moreira (PSDB) disse que foi informado pela promotora de que a empresa já apresentou a maioria dos documentos, mas que ainda falta a escritura pública de um dos loteamentos e a formalização junto a Prefeitura de Belo Horizonte do pedido de regularização. Na opinião do deputado, que não faz parte da comissão de Direitos Humanos, mas mora no Barreiro e acompanha o assunto, está claro que há irresponsabilidade do empreendedor e também omissão da Prefeitura de Belo Horizonte, que não deveria ter permitido a abertura do loteamento.

"O Estado terá que fazer as obras para que o problema seja resolvido? Estive na Copasa, eles disseram que se o Ministério Público liberar, eles ligam a água. O MP não libera porque a responsabilidade de fazer as obras é da empresa!", afirmou Célio Moreira. Na opinião do deputado Durval Ângelo, é mentira que a Copasa não possa ligar a água. "Como é que são feitas as ligações em tantas vilas e favelas que há na cidade?", questionou.

O deputado Durval Ângelo também criticou a postura da promotora Marta Lacher, que teria "feito de tudo" para impedir a participação da comissão de Direitos Humanos em uma das reuniões com a empresa, em setembro de 2006. Ele afirma que não foi avisado sobre a última reunião ocorrida em janeiro, quando foi concedido novo prazo à Prisma. "Tive que fazer ofício para pedir a cópia da ata da reunião. Entrei na Justiça, a promotora não agiu de forma correta! Vou dizer isso em meu depoimento", lamentou Durval.

O deputado Célio Moreira esteve na reunião em janeiro. Ele disse que ficou sabendo do encontro, que seria apenas entre a empresa e a promotora, porque ligou para o Ministério Público. "Estivemos lá porque estamos acompanhando esse assunto de perto, iria mesmo sem ter sido convidado, mas nenhum deputado tem poder para interferir nisso, é o Ministério Público que define os prazos; isso é entre eles e a empresa", argumentou Célio.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, e Célio Moreira (PSDB).

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715