Comissão visita conjuntos habitacionais de Contagem

Infiltrações, rachaduras, cerca elétrica e portão eletrônico estragado e até superfaturamento de notas. Estas foram a...

09/05/2006 - 00:00
 

Comissão visita conjuntos habitacionais de Contagem

Infiltrações, rachaduras, cerca elétrica e portão eletrônico estragado e até superfaturamento de notas. Estas foram as principais denúncias dos moradores dos cinco conjuntos habitacionais de Contagem - Fone Grande, Capricórnio, Santo Expedito, Três Barras e Jacarandá - visitados pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (9/5/06). A visita foi solicitada pelo deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, depois da audiência pública realizada no final de março, onde os condôminos questionaram o funcionamento do Plano de Arrendamento Residencial (PAR).

O PAR é um programa da Caixa Econômica Federal (CEF), destinado a atender a necessidade de moradia de pessoas de baixa renda, de até seis ou quatro salários mínimos. O contrato é realizado mediante arrendamento residencial, com opção de compra ao final do período de 15 anos. Até que esse tempo seja completado, os imóveis são de propriedade do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), gerido pela Caixa Econômica Federal. A Caixa contrata uma administradora, mediante licitação, que funciona como sua preposta.

Os moradores estão insatisfeitos com o trabalho da administradora Exacta, uma das responsáveis pela supervisão dos condomínios do Plano de Arrendamento Residencial de Contagem. "A gente foi abandonada pela Exacta, hoje é que o pessoal está aparecendo aqui porque souberam que vocês viriam, a gente tentou falar com eles pelo telefone, mas ninguém atende", desabafou a moradora do conjunto Jacarandá, Celina dos Santos Lopes.

Já o representante dos moradores do condomínio, Cláudio Henrique Moreira, mostrou as rachaduras nas paredes externas de quase todos os apartamentos, reparadas com massas e sem nenhuma pintura. Ao lado, há um córrego, que não é canalizado, em um terreno abandonado que, segundo ele, é de propriedade da prefeitura. Cláudio denunciou superfaturamento em notas de prestação de serviço da empresa MRS - Serviços Eletrônicos, que foi contratada pela Exacta para prestar serviços de manutenção elétrica, hidráulica e eletrônica no condomínio.

Já no conjunto Santo Expedito a situação ainda é mais grave porque a empreiteira LHM Construções faliu assim que entregou a obra, há cinco anos. "O grande problema é que como não existe mais uma construtora para dar manutenção no condomínio, a responsabilidade passou a ser da Caixa Econômica Federal, e quando há verba", admitiu o gerente da Exacta, Paulo Marques. Ele disse que todas as reclamações foram justificadas em um documento entregue ao deputado Durval Ângelo.

As visitas, que começaram no início da tarde e terminaram somente à noite, foram acompanhadas pelo responsável pela Gerência de Alienação de Bens Móveis e Imóveis da Caixa, Ângelo de Faria Fernandes, que respondia às dúvidas e denúncias dos moradores De acordo com o deputado, será feito um relatório contendo tudo que foi constatado na visita e todas as reclamações. O CREA será acionado para fazer um laudo pericial nos condomínios, e o Corpo de Bombeiros para verificar se existe algum risco de acidentes. Com relação à denúncia de superfaturamento, Durval Ângelo informou que levará o caso à Polícia Civil de Contagem. "O PAR é um bom programa que acabou sendo desmoralizado pela falta de transparência da própria Caixa Econômica", concluiu o deputado.

Presenças - Deputado Durval Ângelo (PT), presidente.

 

 

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