Secretário de Saúde apresenta relatório do 1º trimestre de 2006

No primeiro trimestre de 2006, a Secretaria de Estado de Saúde repassou R$ 12,1 milhões para 120 hospitais mineiros q...

09/05/2006 - 00:00
 

Secretário de Saúde apresenta relatório do 1º trimestre de 2006

No primeiro trimestre de 2006, a Secretaria de Estado de Saúde repassou R$ 12,1 milhões para 120 hospitais mineiros que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo R$ 4,8 milhões para 35 hospitais macrorregionais e R$ 7,3 milhões para 85 hospitais microrregionais. No mesmo período, 561 municípios receberam R$ 88 milhões para reforma, ampliação e compra de equipamentos para unidades básicas de saúde. O repasse para os hospitais aconteceu em função do Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do SUS/MG (Pro-Hosp); e o envio de recursos para os municípios refere-se ao Programa Saúde em Casa, lançado em abril do ano passado como ação complementar ao Programa Saúde da Família (PSF), do governo federal.

As informações são do secretário Marcelo Gouvêa Teixeira, que apresentou à Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta terça-feira (9/5/06), o relatório das ações da secretaria no primeiro trimestre de 2006, conforme dispõe a Lei Federal 8.689, de 1993. Marcelo Gouvêa ressaltou, em sua apresentação, as ações relacionadas ao cumprimento das metas dos dois programas estruturadores da SES: Regionalização da Assistência à Saúde e Saúde em Casa. No primeiro programa, além do Pro-Hosp o secretário destacou, entre outras ações, o projeto Viva Vida, que visa reduzir a mortalidade infantil e materna e que repassou R$ 4,3 milhões para a construção de centros de referência secundária em diversos municípios. Também no âmbito desse projeto, foi assinado convênio com a Pastoral da Criança, no valor de R$ 1,5 milhão. No programa Saúde em Casa, além do repasse aos municípios, foram entregues 863 veículos para as equipes do PSF. O programa, de acordo com Marcelo Gouvêa, já atinge 788 municípios e cobre 58,8% da população do Estado. A meta da secretaria é alcançar uma cobertura de 70% da população até o final de 2007.

Deputado aponta irregularidades e diz que apresentará denúncia ao MP

A apresentação do secretário foi elogiada pelos deputados da base governista presentes à reunião, mas o presidente da Comissão de Saúde, deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), disse que a prestação de contas da secretaria deixa dúvidas em diversos pontos e que irá denunciar o governo de Minas ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal. Entre outros questionamentos, o parlamentar quer saber onde foram contabilizados os "restos a pagar" relativos aos anos de 2004 e 2005. Na execução orçamentária de 2005, o montante relacionado como "restos a pagar" foi de R$ 230 milhões.

Emenda 29 - O parlamentar insistiu, também, numa crítica que vem sustentando há vários anos e que se refere ao descumprimento, ou não, pelo governo estadual, da Emenda 29 à Constituição Federal, que determina a obrigatoriedade de os Estados aplicarem no mínimo 12% dos recursos provenientes da arrecadação de impostos em ações e serviços de saúde. Para Adelmo, "é inadmissível que gastos da Copasa sejam contabilizados como gastos do setor saúde". "Na verdade, o Estado destinou apenas 6,7% para a saúde. Espero que sua gestão não seja de continuidade, mas de resgate da saúde", afirmou o parlamentar, referindo-se ao fato de Marcelo Gouvêa ter assumido a titularidade da pasta da Saúde no mês passado.

Ambulâncias - Adelmo Carneiro Leão disse, ainda, que estudos realizados por sua assessoria indicaram possíveis irregularidades em compras de ambulâncias, que teriam sido feitas acima do preço de mercado; e na compra de medicamentos. Ele propôs que a comissão investigue, com representantes da Secretaria de Saúde e do Ministério da Saúde, por que 15% dos medicamentos adquiridos pelo governo do Estado foram comprados abaixo do preço mínimo referencial do Ministério e 17% acima do preço máximo. "Qual a razão disso?", perguntou. O presidente da Comissão de Saúde indagou, também, quais foram os critérios para destinação de recursos do Pro-Hosp; disse estranhar relatório com gastos de R$ 100 mil com "análise de qualidade de café"; e denunciou que há servidores da SES recebendo menos de um salário mínimo.

O secretário respondeu que todas as compras da secretaria foram feitas mediante pregão eletrônico, e que não houve irregularidades. Afirmou, também, que as ambulâncias foram distribuídas para todos os municípios e que os repasses do Pro-Hosp foram definidos nas microrregiões, de acordo com critérios de necessidade e atendimento de metas. E, sobre os "restos a pagar", disse que ainda há muitas ações em andamento.

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), Doutor Ronaldo (PDT), Fahim Sawan (PSDB), Fábio Avelar (PSC), Domingos Sávio (PSDB), Rêmolo Aloise (PSDB), Zé Maia (PSDB), João Leite (PSDB), Ana Maria Resende (PSDB) e Irani Barbosa (PSDB).

 

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