Sabatina aprova duas professoras para Conselho Estadual de Educação

As educadoras Avani Avelar Xavier Lanza e Arminda Rosa Rodrigues da Matta Machado foram sabatinadas pelos deputados d...

25/04/2006 - 00:02
 

Sabatina aprova duas professoras para Conselho Estadual de Educação

As educadoras Avani Avelar Xavier Lanza e Arminda Rosa Rodrigues da Matta Machado foram sabatinadas pelos deputados de uma Comissão Especial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais durante a tarde desta terça-feira (25/4/06) e consideradas aptas a integrarem o Conselho Estadual de Educação, por um período de dois anos. Os pareceres favoráveis à indicação foram dados pela deputada Ana Maria Resende (PSDB), presidente da comissão, e o deputado Weliton Prado (PT). O deputado Doutor Ronaldo (PDT) ajudou a aprová-los.

Avani tem uma carreira de magistério composta principalmente na escola pública. Formou-se em Pedagogia pela UFMG, trabalhou na rede pública e no Colégio Aplicação, principalmente lecionando Português e alfabetização. Cursou Letras no Izabela Hendrix e Mestrado na UFMG. Hoje é aposentada do Centro Pedagógico da UFMG, após 20 anos como supervisora. Tem trabalhos publicados e atua como consultora dos planos de desenvolvimento pedagógico-institucionais para as escolas estaduais.

Arminda, por sua vez, tem uma biografia profissional voltada principalmente para o ensino particular. Formada em Psicologia pela UFMG em 1971, tomou gosto pela educação a ponto de empreender uma escola. Lecionou na UFMG e na Ciências Médicas, trabalhou para a Cia. Vale do Rio Doce em Itabira e em Trombetas (PA). De volta a Belo Horizonte, dirigiu as prestigiosas escolas Albert Einstein e Escola da Serra. Integrou a equipe do então secretário da Educação Walfrido Mares Guia e teve outra experiência fora de Minas, no Espírito Santo.

Arguídas pelos deputados, as candidatas mostraram vasto conhecimento da área de Educação e sobre a realidade da educação pública. Arminda Matta Machado não se esquivou de opinar sobre as mazelas da área. Declarou-se incomodada com a realidade da escola pública. "Há muita dificuldade para concretizar o que se põe no papel, pois a realidade concreta interfere muito. Há mais choques do que sintonia dentro dessa estrutura gigantesca, que é a Secretaria da Educação", afirmou.

Ensinar a pensar é mais democrático

O deputado Weliton Prado discorreu sobre o sucateamento da Educação pública, com baixos salários, piso irrisório, escolas mal-conservadas, mobiliário insuficiente. Perguntou a Avani Lanza se concordava com a proposta de expansão da cobertura do Fundeb. A professora considerou benéfica a extensão da verba até o ensino médio, porque fecharia o ciclo da educação básica. Ela criticou muito as deficiências de compreensão de textos e domínio da língua evidenciadas nas avaliações. "Ensinar a pensar é muito mais democrático que ensinar a repetir o que a gente pensa", declarou.

As indicadas e os deputados debateram vários outros temas, como a imposição a professores não especializados que lecionem matérias que não dominam, a questão das 109 faculdades não reconhecidas pelo MEC que podem deixar mais de 100 mil alunos sem o diploma do curso superior, a depredação de escolas estaduais tradicionais que foram municipalizadas, e a proposta de reforma universitária que reserva 50% das vagas nas universidades públicas para alunos oriundos do ensino público.

A respeito desse último tema, Arminda Matta Machado concorda com a reserva, desde que o critério de seleção seja semelhante ao do Coltec, em que os beneficiários concorrem entre si, mas com provas que tragam o mesmo nível de dificuldade na seleção. O deputado Weliton Prado criticou também que, criadas para serem gratuitas, as unidades da UEMG no interior cobram mensalidades.

Arminda explicou que, sem dotação orçamentária, nenhuma universidade pode oferecer educação gratuita, e estendeu suas críticas à falta de compromisso nacional com a educação e à mentalidade dos homens públicos que cortam recursos da área social para pagar juros da dívida, sem compreender que estão comprometendo o futuro de toda uma geração.

A deputada Ana Maria Resende acrescentou que educação não deve ser considerada gasto, mas investimento, e que educação é sonho para o futuro. Elogiou o Projeto Veredas, que leva habilitação de 3º grau aos professores de 1ª a 4ª séries. Ao aprovar os nomes, o deputado Weliton Prado lhes pediu que defendam, no âmbito do Conselho Estadual de Educação, a inclusão das matérias de Filosofia e Sociologia no ensino médio.

Próximo encontro - Nova reunião da comissão foi marcada para esta quarta-feira, às 10 horas, quando serão ouvidos outros nomes indicados para o Conselho Estadual de Educação: professor emérito da UFMG, Francisco de Sá Barreto; e reitor da Universidade de Itaúna, Faiçal David Freire Chequer.

Presenças - Deputada Ana Maria Resende (PSDB), presidente; deputados Weliton Prado (PT) e Doutor Ronaldo (PDT).

 

 

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