Educação à distância e novas tecnologias reúne especialistas na
ALMG
A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e
Informática da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reuniu
nesta quinta-feira (20/4/06) para debater a educação à distância e o
desenvolvimento das novas tecnologias de informação e da
comunicação. Especialistas da área que participaram da reunião
afirmaram que não basta investir no uso de novas tecnologias. O mais
importante, no momento, é criar mecanismos para que a comunidade
tenha informações sobre como adquirir o programa e como criar
condições para que o município receba o investimento.
De acordo com o deputado Doutor Viana (PFL), autor
do requerimento que solicitou a reunião, o ensino à distância no
Brasil tem apresentado resultados bastante positivos e crescimento
considerável, "De acordo com o Anuário Brasileiro Estatístico de
Educação Aberta e à Distância (Abraead), do Ministério da Educação e
Cultura (MEC), da Secretaria de Educação à Distância e do Instituto
Monitor, já são mais de R$ 1,2 milhão de alunos no Brasil. O Brasil
possui mais de 52 mil escolas públicas equipadas com computadores e
27 mil escolas com uso pedagógico". Para o deputado, o ensino à
distância contribui para o crescimento da educação em Minas e no
Brasil, mas como toda escola convencional, deve ter critérios de
qualidade através da regularização de órgãos competentes.
A deputada Ana Maria Resende (PSDB), disse que o
Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha precisam ser incluídos em
programas de educação à distância. "Montar uma estrutura física para
instalar uma universidade é um investimento muito caro, e a educação
à distância poderá suprir essa carência da região, além de
democratizar o saber, contribuindo para a diminuição da desigualdade
social", afirmou a deputada.
A chefe e coordenadora de Educação à Distância da
UFMG, Juliane Correa, disse que incentivar a educação à distância
não significa somente investimento em tecnologia de ponta, mas
principalmente a valorização da pesquisa de outros meios de
comunicação como o rádio e o vídeo. "O governo tem vários programas
que investe em equipamentos e treinamento de equipe. O que falta é
um diagnóstico do contexto institucional para esses investimentos"
destacou. Juliane Correa lembrou que o espaço físico para a
implementação de projetos e a capacidade do público usufruir do
investimento devem ser considerados quando se pretende implementar a
educação à distância.
O gerente de Projetos da PUC Virtual, Eduardo
Ladeira, concorda que é necessário fazer um levantamento
institucional e social do perfil do público alvo. Para ele, é grande
a dificuldade em acessar o município e convencer as autoridades da
importância da educação à distância. "Muitas prefeituras dizem que
não podem implementar projetos por falta de verba quando, na
verdade, têm que investir somente na hora-aula do professor. Estive
em quase quatro mil secretarias de educação em todo o país e a
maioria não sabe como pleitear verba para implementação do
programa", explicou Eduardo Ladeira.
O gerente geral da Escola do Legislativo da
Assembléia, Alaôr Messias Marques Júnior, disse que a escola é
especializada em temas relacionados ao Poder Legislativo,
direcionado ao público interno e externo. Ele citou o curso de
capacitação criado para as câmaras municipais, com o objetivo de
reciclar agentes públicos como técnicos, prefeitos, secretários e
vereadores. Na opinião dele, a educação à distância na Escola do
Legislativo ainda é tímida, e já fez uso de instrumentos como TV,
rádio e internet. Ele lembrou também o programa Interlegis, do
Senado Federal, que interliga as câmaras municipais e assembléia
legislativas de todo o País.
O deputado Doutor Viana disse que o Legislativo
mineiro vai fazer conexão com outros órgãos e para investir na
universidade à distância. "É a nossa obrigação reduzir as distâncias
e diferenças regionais, seremos parceiros da UFMG, PUC e de outras
entidades ligadas ao assunto.
Requerimento - A comissão
aprovou requerimento de autoria do deputado Doutor Viana que
solicita a realização de audiência pública para discutir a situação
dos professores designados da Universidade do Estado de Minas Gerais
(UEMG). Serão convidadas para a reunião a secretária de Estado de
Educação, Vanessa Guimarães Pinto; a secretária de Estado de
Planejamento e Gestão, Renata Vilhena; e o reitor da Universidade do
Estado de Minas Gerais (UEMG), José Antônio dos Reis.
Outro requerimento, de autoria do deputado
Laudelino Augusto (PT), solicita uma audiência pública conjunta com
a comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais para conhecer e
discutir o "Programa Mineiro de Educação Ambiental" desenvolvido
pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) em parceria com
organizações públicas, privadas e ONG's. "Esta audiência, além de
ser uma importante oportunidade para se conhecer e analisar as
iniciativas do Governo do Estado voltadas para a educação ambiental,
é um evento preparatório para o Fórum Técnico sobre Educação
Ambiental que será realizado pela Assembléia Legislativa nos de 8 e
9 de junho deste ano", afirmou o deputado.
Já o deputado Rogério Correia (PT) quer discutir a
situação das aposentadorias do funcionários designados e a demora na
publicação da aposentadoria dos funcionários afastados. Serão
convidados, além das secretárias de Educação e Planejamento, a
coordenadora geral do Sind-UTE, Maria Inês Camargos; e o presidente
do Sind-Públicos, Geraldo Antônio da Conceição. Foram aprovados
ainda dez projetos de lei de utilidade pública, três que dão
denominação à escolas públicas, seis requerimentos de manifestação
de aplauso e seis de voto de congratulação, e mais um requerimento
de formulação de apelo à Secretaria da Educação para agilizar a
implantação do programa "Escolas em Rede", em Uberlândia.
Presenças - Deputado
Doutor Viana (PFL), presidente; deputada Ana Maria Resende (PSDB),
vice; e deputada Elisa Costa (PT).
|