Comissão volta a discutir situação dos moradores de Nova Ponte

A situação dos moradores de Nova Ponte, no Alto Paranaíba, volta a ser discutida pela Comissão de Direitos Humanos da...

20/04/2006 - 00:01
 

Comissão volta a discutir situação dos moradores de Nova Ponte

A situação dos moradores de Nova Ponte, no Alto Paranaíba, volta a ser discutida pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Desde a implantação da Usina Hidrelétrica de Nova Ponte, na década de 90, alguns moradores ainda não tiveram regularizada a situação de seus imóveis. Eles não conseguem receber a escritura dos novos lotes e se tornar, assim, proprietários. Estima-se que há 400 lotes sem regularização. Para a construção da hidrelétrica, cerca de 45 mil pessoas foram removidas para uma nova cidade construída pela Cemig. A audiência pública será no Auditório, às 15 horas desta quarta-feira (26/4/06).

O requerimento é dos deputados Paulo Piau (PPS), Fahim Sawan (PSDB), Paulo Cesar (PDT) e Weliton Prado (PT), que estiveram em Nova Ponte em outubro de 2005 para discutir o mesmo assunto, além do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), e do deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB). O objetivo é saber qual a realidade vivida pelos moradores, depois de meses da primeira audiência. Foram convidados o diretor-presidente da Cemig, Djalma Morais; o prefeito de Nova Ponte, Lindon Carlos Resende da Cruz; o juiz e o promotor da Comarca, José Roberto Poiani e Hamilton Ribeiro; e Eliana Aparecida de Oliveira, representante dos moradores.

Em outubro de 2005, Eliana Aparecida de Oliveira argumentou que a escritura é essencial tanto para que os moradores façam empréstimo, a fim de melhorar sua habitação, quanto para resolver a situação dos herdeiros nos inventários daqueles que já morreram. "O direito à propriedade deve ser encarado também como fator de inclusão social", ponderou. Na audiência, moradores denunciaram que vigorariam critérios políticos na triagem de quem vai ou não receber a escritura.

A advogada da prefeitura, Alice Ribeiro de Souza, replicou que os administradores gostariam de resolver a situação, mas que estariam de mãos atadas pela Lei de Licitações, que proíbe a doação de patrimônio público. Maurício Messias Barbos, chefe de gabinete do prefeito Lindon Carlos Resende da Cruz, propôs que a Cemig receba de volta os lotes e os repasse diretamente aos moradores, após analisar cada caso. Na época da construção da usina, a Cemig habilitou a Associação dos Moradores de Nova Ponte para definir as relações de vizinhança e a correspondência entre os bairros. Realocados ou indenizados os proprietários, a companhia teria doado ao município os lotes remanescentes para serem incorporados ao seu patrimônio.

Entre os requerimentos aprovados na audiência de outubro de 2005, um solicita à Cemig cópias das relações de proprietários indenizados e não indenizados, na época da transferência; outro pede aos cartórios de notas e de registro de imóveis a lista das desapropriações amigáveis nas áreas alagadas; e um terceiro solicita ao juiz de Nova Ponte uma cópia das ações de desapropriação pela Cemig.

 

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