Condições de trabalho no setor de reflorestamento em debate na
quarta
As condições subumanas de trabalho daqueles que
atuam nas empresas do setor de reflorestamento, a terceirização
indiscriminada da mão-de-obra e a degradação ambiental provocada por
essas companhias serão temas de audiência pública da Comissão de
Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Solicitada em requerimento do presidente da comissão, deputado
Durval Ângelo (PT), a reunião está marcada para as 9 horas desta
quarta-feira (26/4/06), no Auditório. Outro aspecto a ser abordado
nos debates é o rol de requisitos para a certificação ambiental das
empresas do setor de reflorestamento.
Foram convidados a participar da reunião o delegado
regional do Trabalho em Minas Gerais, Antônio Roberto Lambertucci; a
procuradora do Trabalho da 3ª Região, Marilza Geralda do Nascimento;
o diretor adjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
José Carlos Ferreira; a secretária especial de Inspeção do Trabalho,
Ruth Beatriz de Vasconcelos; e a gerente comercial da SGS ICS
Certificadora Ltda, empresa sediada em São Paulo, Vanda Nunes.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores
na Indústria Extrativa do Estado de Minas Gerais (Ftiemg), José
Maria Soares, que também participará da reunião, é preocupante a
situação dos trabalhadores terceirizados. O sindicato informa que
são cerca de 80 mil trabalhadores do setor de reflorestamento em
Minas. De acordo com Soares, os profissionais submetem-se a
condições degradantes, são expostos a acidentes, sem qualquer
assistência médica por parte das empresas. Muitos ficam em
acampamentos e são transportados para os locais de plantio em
caminhões em péssimas condições.
José Maria Soares cita como grave a terceirização
em empresas como a Cenibra (que possuiria 1,8 mil trabalhadores
diretos e 10 mil terceirizados), Acesita Energética, Companhia
Agrícola Florestal, ligada ao grupo Arcelor, e V & M Florestal,
da Mannesman.
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