Violência e acidentes na BR-381 preocupam população de
Igarapé
Cerca de 200 pessoas participaram, na quarta-feira
(12/4/06), de audiência pública da Comissão de Participação Popular
em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com o
objetivo de buscar soluções para o crescente número de assaltos e
acidentes no trecho da BR-381 que corta o município. Três
quilômetros da estrada percorrem o perímetro urbano da cidade, que
possui apenas uma passarela. A população quer pelo menos mais uma
passarela, telas de proteção às margens da rodovia, redutores
eletrônicos de velocidade, melhorias no policiamento, iluminação e
sinalização. Compareceram à reunião, realizada na Associação dos
Pais e Amigos do Excepcionais (Apae), a deputada Maria Tereza Lara
(PT), presidente da comissão, e o deputado João Leite (PSDB),
suplente do deputado Miguel Martini (PHS), autor do requerimento
para realização do evento.
A morte do garoto Mateus Henriques de Freitas, de
14 anos, foi o estopim para a mobilização dos moradores de Igarapé.
A mãe do adolescente, a professora Célia Freitas, é uma das
organizadoras do movimento. Mateus foi atropelado no último 25 de
fevereiro. "Ele sempre falava para as pessoas usarem a passarela.
Dessa vez, resolveu ganhar tempo. Por isso precisamos das telas,
para que as pessoas não se arrisquem mais", afirmou Célia. Muitos
moradores também dizem evitar a passarela à noite por medo de
assaltos, uma vez que a iluminação é deficiente.
De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais,
houve sete assaltos na rodovia durante 2004, número que cresceu para
13 em 2005. Este ano já ocorreram cinco assaltos. O comandante da 7ª
Companhia da Polícia Militar, major Geraldo Magela Pereira, afirmou
que esses registros podem estar subestimados, uma vez que muitas
pessoas não prestam queixa. Ele fez um apelo para que a população
procure a polícia, a fim de que isso se reflita no planejamento do
policiamento. Um levantamento feito pelos moradores indica que pelo
menos 295 alunos atravessam a rodovia todos os dias, a pé, para
chegar à escola.
O agente comercial da Cemig de Betim, Agnaldo
Novaes, representou a empresa na reunião e disse que apresentaria na
semana seguinte um novo projeto de iluminação para a rodovia. Ele
ressalvou, no entanto, que a responsabilidade de financiar o projeto
é da prefeitura. "A Cemig pode ajudar a viabilizar linhas de
crédito", afirmou. O projeto, segundo ele, é de iluminação central,
como o que existe em Betim.
Representantes da prefeitura e do Dnit não
compareceram
O prefeito não compareceu ao evento nem houve
representante do Departamento Nacional de Infra-estrutura de
Transportes (Dnit), motivo de decepção para os moradores. "É um
movimento popular, não é um movimento partidário. Não podemos sair
daqui frustrados porque não veio um representante do Dnit", afirmou
uma das organizadoras do movimento, Maristela Silva. A deputada
Maria Tereza Lara esclareceu que, apesar de não ter comparecido, o
Dnit se colocou à disposição para receber e estudar as
reivindicações da população de Igarapé. Os parlamentares decidiram
acompanhar uma comissão de moradores ao órgão federal.
O deputado João Leite disse estar impressionado com
a mobilização e alertou para a necessidade do Dnit e da prefeitura
atenderem suas reivindicações. "As comissões não têm cor partidária.
Nenhum deputado pode representar seu partido nas comissões, e sim a
comunidade", afirmou o parlamentar. Maria Tereza alertou que a
passarela pode ser mais demorada, por depender de previsão no
Orçamento da União, mas outras solicitações podem ser viabilizadas
mais rapidamente junto ao Dnit.
Presenças - Deputada Maria
Tereza Lara (PT), presidente da comissão; e deputado João Leite
(PSDB). Além das autoridades citadas na matéria, participou da
reunião o presidente da Câmara Municipal de Igarapé, vereador
Antônio da Silva Prado.
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