Articulação de programas de geração de emprego é defendida em JF

A difusão de informações sobre os programas de geração de trabalho e renda existentes e a aproximação das entidades s...

12/04/2006 - 00:00
 

Articulação de programas de geração de emprego é defendida em JF

A difusão de informações sobre os programas de geração de trabalho e renda existentes e a aproximação das entidades sociais com o poder público foram defendidas pelos participantes da audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa nesta quarta-feira (12/4/06), em Juiz de Fora. A reunião, solicitada pelas deputadas Elisa Costa (PT) e Jô Moraes (PCdoB), foi a segunda de uma série de seis que acontecerão nas várias regiões do Estado para debater alternativas para minimizar o problema do desemprego. Jô Moraes lembrou que o objetivo das audiências é colher opiniões sobre os programas que estão sendo implementados pelos governos federal, estadual e municipais.

O deputado Biel Rocha (PT) também acredita na importância da interiorização das reuniões para se formular uma política de geração de emprego e renda a partir das realidades diversas do Estado. "Precisamos de ações articuladas, que otimizem os resultados dos programas sociais", ressaltou. O deputado Sebastião Helvécio (PDT) lembrou que em 1993 o plano estratégico de Juiz de Fora apontava a vocação da cidade para a prestação de serviços, oferecendo muitas oportunidades nesta área. "Ficamos felizes hoje em poder dizer que, em breve, Juiz de Fora poderá oferecer mais empregos ainda, com o término das obras do Centro de Convenções (Conex), construído com recursos do governo estadual, e do Centro de Atenção à Saúde, com recursos federais", comemorou.

Técnica apresenta desafios e resultados de programas federais

Dados alarmantes sobre a desigualdade social brasileira foram apresentados na reunião pela assistente técnica do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Cláudia Cybelle. Segundo ela, o Brasil é o quarto país em desigualdade social, com um terço da população considerada pobre (60 milhões de pessoas) e um oitavo abaixo da linha da pobreza (22 milhões de pessoas). Em contraponto a estatísticas tão preocupantes, ela apresentou o resultado de alguns programas desenvolvidos pelo MDS, que prioriza o atendimento à população de rua, aos quilombolas, aos acampados da reforma agrária e aos indígenas. "Todos os municípios brasileiros são contemplados com programas do ministério. São 52 milhões de brasileiros atendidos", afirmou. Segundo a técnica do MDS, o orçamento da União para 2005 destinou R$ 17 bilhões para o ministério, e o de 2006 prevê recursos da ordem de R$ 21 bilhões.

Cláudia Cybelle comentou ainda as políticas do MDS, como a de transferência de renda (Programa Bolsa Família), de segurança alimentar e nutricional, a Política Nacional de Assistência Social, e as ações de inclusão produtiva apoiadas pelo ministério (geração de trabalho e renda). Nessa última ação, segundo ela, o governo federal investe R$ 62 milhões em 1.425 municípios brasileiros. "Trabalhamos com as mesmas famílias cadastradas nos outros programas do MDS, porque essas pessoas são as que estão em condições de maior vulnerabilidade social e precisam primeiro se alimentar, para depois terem condições de trabalhar", explicou.

Críticas - O presidente do Conselho Estadual do Trabalho, do Emprego e da Renda (Ceter), Wagner Francisco Alves Pereira, considera os programas de transferência de renda medidas paliativas. "Não podemos nos acomodar nesse processo", afirmou. "O trabalhador precisa ter condições de ter a própria renda", continuou. Cláudia Cybelle respondeu que o sonho do governo é acabar com o Bolsa Família e incluir as famílias nos programas emancipatórios. "Não é possível pensar em política social enquanto as famílias estão com fome", concluiu.

Wagner Pereira também falou da necessidade de se buscar saídas para a informalidade e de se unirem todos os atores sociais no combate ao desemprego. "Não há integração dos cadastros. É preciso que se cruzem os dados de oferta com os de demanda de emprego", acrescentou.

Aproveitamento - A assessora técnica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes, Sônia Regina Carvalho, informou que existe um aproveitamento de 62% das vagas ofertadas pelo Sistema Nacional de Empregos (Sine) por pessoas cadastradas no serviço. "Esse não é um número ruim, embora possa parecer. Em Juiz de Fora, por exemplo, o aproveitamento chegou a 85%, média superior à do Estado", afirmou. Ela explicou que o Sine indica onde estão as vagas, mas a seleção cabe ao empregador. "Daí a importância do Programa de Competências Básicas para o Trabalho, desenvolvido pelo governo do Estado", comentou. De acordo com Sônia Carvalho, esse programa tem o objetivo de qualificar o profissional que procura emprego, orientando-o quanto à elaboração do currículo, a postura durante uma entrevista de seleção e o comportamento no ambiente de trabalho, por exemplo.

Debates - No momento em que a palavra foi franqueada aos demais participantes da audiência, os representantes de entidades falaram da dificuldade de acesso a recursos para o financiamento de projetos de geração de renda, da omissão do poder público em debates de interesse da sociedade, e dos problemas enfrentados pelos trabalhadores com mais de 40 anos e também por aqueles que procuram o primeiro emprego.

Presenças - Deputada Jô Moraes (PCdoB), que presidiu a reunião; e os deputados Biel Rocha (PT) e Sebastião Helvécio (PDT). Além dos convidados citados na matéria, também participou da reunião a gerente de Mercado da Caixa Econômica Federal, Euneide Ferreira Costa.

 

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