Integração das polícias e profissionalização vão ser prioridade

Representantes do Executivo e das polícias Militar e Civil fizeram nesta terça-feira (11/4/06), no Teatro da Assemblé...

11/04/2006 - 00:00
 

Integração das polícias e profissionalização vão ser prioridade

Representantes do Executivo e das polícias Militar e Civil fizeram nesta terça-feira (11/4/06), no Teatro da Assembléia Legislativa, um balanço das políticas de segurança realizadas nos últimos anos em Minas. O encontro fez parte da terceira reunião preparatória para o Seminário Legislativo sobre Segurança Pública, marcado para agosto. Os participantes do encontro foram unânimes em concordar que, entre as prioridades atuais, estão a integração das polícias e a profissionalização e modernização do sistema prisional do Estado.

"Se unificar as instituições não é possível, pois depende de mudanças profundas na legislação federal, é perfeitamente viável a integração das mesmas", constatou Sabino José Fortes Fleury, gerente-geral de Consultoria. Temática da Assembléia.

Para o diretor de Modernização e Informática da Secretaria de Estado de Defesa Social, Luís Otávio Milagres de Assis, é preciso avançar mais nas melhorias do sistema penitenciário: "É necessária uma política duradoura de formação cultural dos servidores. Para isso, é fundamental investir em educação. Uma medida que tem sido relevante é a transferência gradativa de presos sob a guarda da Polícia Civil para a Subsecretaria de Administração Penitenciária. Nosso objetivo é liberar um número cada vez maior de policiais para a atividade investigativa, ou seja, sua atividade fim. Até o final deste ano serão contratados 3.197 agentes penitenciários por meio de concurso público e criadas mais 1.110 vagas no sistema prisional", afirmou, depois de mostrar os avanços do governo na área de segurança. Segundo ele, desde 2003, o Estado abandonou uma política reativa e de contenção de crises e improvisação para adotar uma postura proativa, com foco na prevenção. "O investimento em segurança pública em Minas para 2006 deverá ser de R$ 192 milhões, contra R$ 30 milhões em 2003, um crescimento significativo", informou.

O chefe de Comunicação Organizacional da Polícia Militar, tenente coronel Alexandre Soares Cordeiro, além de destacar os feitos da corporação, também enumerou as iniciativas já tomadas para a integração das polícias em Minas Gerais, como a criação do Sistema Integrado de Defesa Social, que unificou controle de informações, estatísticas operacionais e base cartográfica, além de permitir entrada única de dados e uniformização de tecnologias; e a integração das áreas de atuação dos batalhões e delegacias. "Em 2004 e 2005, 3.136 policiais civis e militares participaram de treinamento integrado, e outros 1.600 fizeram curso de capacitação juntos", relatou.

Polícia Civil busca aproximação com a comunidade

Já a representante da Polícia Civil, Eloína Luzia, destacou o esforço da instituição na tentativa de se aproximar da população. "Houve uma mudança de filosofia a partir de projetos de humanização dos integrantes da instituição para que o policial atue dialogando com a comunidade", enfatizou.

Previsto para acontecer no fim de agosto, com a participação de entidades e instituições, o seminário terá uma etapa de interiorização em junho e julho. A idéia de promovê-lo surgiu em dezembro de 2005, quando foi criada a Frente Parlamentar pela Segurança Pública, coordenada pelos deputados Edson Rezende (PT) e Sargento Rodrigues (PDT). Maior evento institucional da Casa, o seminário, que tem planejamento compartilhado, busca colher sugestões de órgãos de governo, instituições, parlamentares e da sociedade civil para subsidiar ações legislativas ou executivas

Pedidos - O público que assistiu às apresentações teve a chance de apresentar sugestões para serem levadas ao seminário, entre elas, uma maior atenção aos salários dos policiais e a necessidade de maior independência das polícias em relação às prefeituras das pequenas cidades do interior, que costumam arcar com despesas como aluguel, e manutenção das viaturas. Modesto Caetano, da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Belo Horizonte, pediu para discutir o método da pastoral, que, segundo ele, tem 85% de eficiência, que aproxima a sociedade civil e segurança pública. "A reincidência dos apenados, por sua vez, é de 85%.

A defensora pública Marolinta Dutra, do Atendimento Criminal de Urgência, pediu maior atenção aos encarcerados. "É preciso avaliar melhor a política de recuperação de egressos, seja quem cumpriu a pena ou está em liberdade provisória. Estas pessoas têm que ser acompanhadas, principalmente os jovens. E o absurdo é que ainda há muitas comarcas sem um defensor", lamentou.

Nas considerações finais, o deputado Edson Rezende marcou para a próxima terça-feira (18) outra reunião preparatória, às 14h, para fechar o programa do seminário. Além dele, compareceu ao encontro a deputada Maria Tereza Lara (PT).

 

 

 

 

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