Projeto que cria abono de fardamento está pronto para o Plenário

Está pronto para ser votado pelo Plenário, em 1º turno, projeto do governador que cria o abono de fardamento para os ...

05/04/2006 - 00:01
 

Projeto que cria abono de fardamento está pronto para o Plenário

Está pronto para ser votado pelo Plenário, em 1º turno, projeto do governador que cria o abono de fardamento para os militares e servidores da segurança pública, com o objetivo de financiar a aquisição de fardas para os policiais. Nesta quarta-feira (5/4/06), a Comissão de Administração Pública aprovou parecer pela rejeição de emenda do deputado Weliton Prado (PT), apresentada em Plenário durante a fase de discussão, determinando que o Executivo envie à Assembléia, até 30 de maio, projeto que institua adicional de periculosidade em índice não inferior a 25%. Acompanhada por servidores da segurança e militares, a reunião foi marcada por palavras de apoio de parlamentares ao parecer do deputado Fahim Sawan (PSDB), que preside a comissão, e por críticas feitas pelo autor da emenda.

A emenda nº 1 ao PL 3.005/06 determina que o Executivo encaminhará à ALMG, até 30 de maio, projeto de lei instituindo a gratificação de periculosidade aos integrantes das carreiras de policial militar, bombeiro militar, policial civil, agente de segurança penitenciário e agente de segurança socioeducativo. Para o relator, a emenda é inconstitucional, pois a competência para apresentar a proposta é do Executivo. Além disso, acrescenta ele, a lei não pode fixar o momento em que o governo enviará projeto ao Legislativo, pois isso representa uma ofensa ao princípio de independência dos poderes. Também na avaliação do deputado, o prazo de 30 de maio é reduzido, tendo em vista a complexidade do tema e seus reflexos financeiros e orçamentários.

O parecer foi questionado pelo deputado Weliton Prado, que alegou estar apenas cobrando o cumprimento da Constituição e o direito dos servidores cuja profissão é de risco. Ele informou que o adicional de periculosidade já foi implantado em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. Na opinião de Prado, a emenda repara uma injustiça contra os servidores da segurança, que teriam fechado acordo com o Executivo, na greve de 2004, visando à concessão do adicional. O deputado informou ainda que já apresentou requerimento à Presidência da Casa para agilidade na votação do PL 3.005/06. A mesma solicitação foi feita ao presidente Fahim Sawan, a quem Weliton Prado pediu o convencimento dos líderes para rapidez na votação.

Requerimento - Assim como Weliton Prado, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) votou contrariamente ao parecer. Ele esclareceu, no entanto, que sua posição é favorável à emenda pelo mérito, mas não pela forma - que questionou. Acompanhando a opinião do relator, Rodrigues lembrou que a iniciativa cabe ao Executivo. Referindo-se à informação prestada anteriormente por vários deputados, citou requerimento de sua autoria que solicita o envio, pelo Executivo, de projeto de lei concedendo o adicional de periculosidade. Em fase de coleta de assinaturas, o requerimento será entregue em mãos ao governador pelo deputado. "É uma solução não demagógica e viável; é a construção de um caminho", resumiu.

Apoiaram a análise do relator os deputados Sebastião Costa (PPS), Gustavo Valadares (PFL), Domingos Sávio (PSDB) e Dinis Pinheiro (PSDB), que avaliou a emenda como "inoportuna politicamente e descabida legalmente". Os outros deputados ponderaram que a concessão do adicional de periculosidade é uma reivindicação justa, mas reafirmaram que a iniciativa de apresentar matéria dessa natureza é do governador. Gustavo Valadares e Domingos Sávio criticaram ainda o fato de que, com a apresentação da emenda, a votação do PL 3.005/06 pelo Plenário foi atrasada, prejudicando os militares e demais servidores. Já para o deputado Sebastião Costa, o requerimento de Rodrigues é "a via da cobrança, mas também da conciliação".

Conteúdo do projeto - De acordo com o PL 3.005/06, que altera a Lei Delegada 37, de 1989, o abono de fardamento será pago anualmente aos militares da ativa, sempre no mês de abril. O aluno do curso de formação também receberá a indenização no mês de sua inclusão. Ainda serão contemplados com o abono o agente de segurança penitenciário e agente de segurança socioeducativo. O valor da indenização será equivalente a 40% da remuneração básica do soldado de 1ª classe.

Efetivo dos bombeiros - A comissão não apreciou o PL 2.915/06, que fixa o efetivo do Corpo de Bombeiros Militar de Minas. O projeto aumenta o efetivo de 4.804 para 7.994 oficiais e praças. Aprovada em Plenário em 1º turno, a proposição agora precisa receber parecer da comissão, antes de estar pronta para discussão e aprovação pelo Plenário em 2º turno. Segundo o presidente Fahim Sawan, as assessorias técnicas do Executivo e do Legislativo estão em contato para aprimorar o projeto, que apresenta problemas de ordem constitucional. O deputado Sargento Rodrigues avaliou como positivo o contato com o governo para aprimorar o projeto.

Foram aprovados ainda dois requerimentos que dispensam a apreciação do Plenário.

Mudança de data e horário - Ficou definido ainda que as reuniões ordinárias da comissão serão realizadas às terças-feiras, às 15h15.

Presenças - Deputados Fahim Sawan (PSDB), presidente; Gustavo Valadares (PFL), vice-presidente; Dinis Pinheiro (PSDB), Sargento Rodrigues (PDT), Domingos Sávio (PSDB), Weliton Prado (PT), Sebastião Costa (PPS) e Miguel Martini (PHS).

 

 

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