Governo falará sobre meta fiscal; analisado PL sobre turismo educativo

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária vai receber os secretários de Estado da Fazenda e do Planejament...

05/04/2006 - 00:00
 

Governo falará sobre meta fiscal; analisado PL sobre turismo educativo

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária vai receber os secretários de Estado da Fazenda e do Planejamento para que falem aos deputados sobre o cumprimento das metas fiscais dos quadrimestres de 2005, como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal. Requerimento nesse sentido, do presidente da comissão, deputado Domingos Sávio (PSDB), foi aprovado na manhã desta quarta-feira (5/4/06). Segundo ele, reuniões dessa natureza vêm sendo promovidas desde o ano passado pela comissão, à qual cabe o papel de fiscalização e acompanhamento da execução orçamentária.

Além desse requerimento votado, a comissão aprovou pareceres favoráveis a oito projetos, entre eles o Projeto de Lei (PL) 2.675/05, do deputado George Hilton (PP), que dispõe sobre a Política Estadual de Incentivo ao Turismo Educativo. O deputado Sebastião Helvécio (PDT), relator da matéria, opinou por sua aprovação na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. A justificativa para apresentá-lo é que não seria razoável instituir um plano voltado apenas para o turismo educativo. O mais adequado é incluir a política no Plano Mineiro de Turismo. Agora o projeto está pronto para ser discutido e votado pelo Plenário em 1º turno.

O substitutivo acrescenta dois dispositivos ao artigo 3º da Lei 12.398, de 1996, que dispõe sobre o Plano Mineiro de Turismo. O artigo determina que o Estado implementará ações estratégicas para o setor por meio de projetos desenvolvidos no âmbito de políticas específicas, como o incentivo ao turismo de negócios e de eventos. Os dispositivos acrescentados tratam do incentivo ao turismo educativo como política específica (inciso XI) e a determinação de que os projetos e programas de incentivo ao turismo educativo definirão diretrizes e normas para viabilizar excursões pelas escolas da rede pública, considerando-se: a ampliação do conhecimento dos alunos, por meio de visitas a pólos industriais, cidades históricas e turísticas e estâncias hidrominerais; e a seleção de excursões de acordo com o programa pedagógico da unidade de ensino (parágrafo único).

Deputado quer analisar parecer sobre taxas de cartório para microempresa

Por causa do pedido de vista feito pelo deputado José Henrique (PMDB), a comissão não analisou o PL 2.433/05, do deputado Sebastião Costa (PPS), que tramita em 1º turno e concede às pequenas e microempresas do Estado benefício financeiro relativo aos preços cobrados pelos cartórios de protesto de títulos (acrescenta dispositivo à Lei 15.424, de 2004). O pedido de vista foi apresentado porque o parlamentar quer analisar melhor o parecer do relator, deputado Domingos Sávio, que apresentou o substitutivo nº 2. Essa é a última comissão a analisar o projeto, antes de ele ser apreciado pelo Plenário.

Originalmente, o projeto fixa o valor dos emolumentos devidos ao cartório de protesto de títulos pelas pequenas e microempresas em no máximo 2%, observado o limite de R$ 20,00. O objetivo, segundo o autor, é proteger as pequenas e microempresas da burocracia e dos altos custos das tabelas praticadas pelos cartórios de protestos de títulos, que variam de 10% a 12% do valor do título.

O substitutivo nº 2 acrescenta parágrafo 4º ao artigo 6º da Lei 15.424, que dispõe sobre fixação, contagem, cobrança e pagamento de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. O parágrafo 4º determina que serão aplicadas às pequenas e microempresas os seguintes critérios em relação aos atos do tabelião de protestos de títulos: os emolumentos devidos pelos atos do tabelião de protestos, incluindo despesas de apresentação, protesto, intimação, certidão e outras relativas à execução dos serviços, não excederão a R$ 20,00; os títulos não quitados em 72 horas após a intimação deverão ser protestados nos moldes acima; a despesa com a baixa do título, mediante carta de anuência, não excederá a R$ 5,00 por título.

Comissão - O substitutivo também determina que o governador nomeará uma comissão integrada por Executivo e Judiciário, OAB/MG, Ministério Público e sindicatos da categoria dos Notários e Registradores. Esse grupo vai promover o estudo, revisão e consolidação da legislação regulamentadora dos serviços notariais e, observada a legislação federal, elaborar anteprojeto de lei a ser encaminhado à Assembléia.

Além disso, o substitutivo revoga o parágrafo único do artigo 31 da Lei 15.424, que, segundo o parecer, "cuida do percentual a ser destinado à compensação dos atos gratuitos e à complementação de receita às serventias deficitárias, cuja despesa correrá, até o final do exercício, à conta do saldo verificado na arrecadação promovida até a data da futura lei".

Justificativa do relator

Segundo o relator, ao fixar o valor dos emolumentos devidos ao cartório de protesto de títulos pelas pequenas e microempresas em no máximo 2%, observado o limite de R$ 20,00, o PL 2.433/05 contraria a Lei Federal 10.169, de 2000. Além de vedar expressamente a fixação de emolumentos em percentual incidente sobre o valor do negócio jurídico, objeto dos serviços notariais e de registro, essa lei determina que os valores dos emolumentos, quando fixados pelos Estados, deverão corresponder ao efetivo custo e à adequada e suficiente remuneração dos serviços prestados.

Por outro lado, Domingos Sávio pondera que o projeto é relevante e atende ao interesse público, já que beneficia um segmento empresarial cuja contribuição para a geração de emprego e renda é de fundamental importância para o desenvolvimento econômico e social do Estado. Por isso apresentou o substitutivo nº 2, que, segundo ele, promove a adequação do projeto às normas gerais para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro, estabelecidas pela Lei Federal 10.169.

O relator considera, ainda, irrisória a perda de arrecadação decorrente da redução na arrecadação da Taxa de Fiscalização Judiciária, em função da redução nos valores cobrados da pequena e da microempresa relativos aos serviços prestados pelo tabelião de protestos. Segundo os dados apresentados na proposta orçamentária do governo para 2006, a receita total estimada com a taxa, que engloba o montante a ser arrecadado por todas as empresas que se utilizarem dos serviços notariais e de registro, é de R$ 120 milhões, ou seja, 0,64% da receita tributária total estimada para o período.

Comissão analisa sete projetos de doação e reversão de imóveis

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou pareceres favoráveis aos seguintes projetos:

* PL 2.643/05, do deputado Luiz Fernando Faria (PP), que tramita em 2º turno e autoriza o Executivo a doar ao Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Pomba (Cefet) imóvel que especifica, para construção e funcionamento de uma unidade descentralizada de ensino em Lima Duarte. O relator, deputado Sebastião Helvécio, opinou pela aprovação na forma do vencido em 1º turno.

* PL 2.413/05, do deputado Zé Maia (PSDB), que tramita em 1º turno e autoriza o Executivo a doar à Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab) o imóvel que especifica. O objetivo é implantar empreendimento habitacional de interesse social para atendimento de famílias de baixa renda. O relator, deputado José Henrique, opinou pela aprovação na forma proposta.

* PL 2.581/05, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que tramita em 1º turno e autoriza o Executivo a doar imóvel a São João da Mata. O relator, deputado José Henrique (PMDB), opinou pela aprovação na matéria na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. O substitutivo determina que o imóvel reverterá ao patrimônio do Estado se, após cinco anos da lavratura da escritura pública de doação, ele não tiver sido destinado a atividades no campo da assistência social, da criança e do adolescente e se o município não tiver construído prédio para instalar a Escola Municipal Rosa Alvim.

* PL 2.696/05, do deputado Leonardo Moreira (PFL), que tramita em 1º turno e autoriza o Executivo a doar a São Sebastião do Rio Verde imóvel que especifica, destinado a acomodar o Programa de Saúde da Família. O relator, deputado Dilzon Melo (PTB), opinou pela aprovação da matéria com a emenda nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, com a subemenda nº 1, que apresentou.

* PL 2.744/05, do deputado Zé Maia, que tramita em 1º turno e autoriza o Executivo a doar a Conceição das Alagoas imóvel que especifica, para a implantação da Escola Municipal Querobino Gomindes. O relator, deputado José Henrique, opinou pela aprovação da matéria na forma proposta.

* PL 2.764/05, da deputada Ana Maria Resende (PSDB), que tramita em 1º turno e autoriza o Executivo a fazer reverter a Rio Pardo de Minas imóvel que especifica. O relator foi o deputado Dilzon Melo, que opinou pela aprovação da matéria com a emenda nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. A emenda registra a matrícula do imóvel e promove a adequação do texto à técnica legislativa.

* PL 2.866/05, do deputado Zé Maia, que tramita em 1º turno e autoriza o Executivo a doar a Campina Verde imóvel que especifica, destinado ao funcionamento de posto de saúde municipal. O relator foi o deputado Sebastião Helvécio, que não apresentou emendas.

Projetos têm análise adiada

Tiveram a análise adiada os seguintes projetos, que tramitam em 1º turno:

* PL 48/03, do deputado Rogério Correia (PT), que cria a Área de Proteção Ambiental de Vargem das Flores, situada nos municípios de Betim e Contagem. O projeto não foi analisado pois o relator, deputado José Henrique, pediu prorrogação do prazo para dar seu parecer.

* PL 2.305/05, do deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), que altera dispositivo da Lei 14.623, de 2003, que autoriza o Executivo a doar a Tocantins imóvel que especifica. O relator, deputado Jayro Lessa (PFL), opinou pela aprovação na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, mas o deputado Sebastião Helvécio pediu o adiamento da discussão.

Presenças - Deputados Domingos Sávio (PSDB), presidente, Jayro Lessa (PFL), Dilzon Melo (PTB), Elisa Costa (PT), José Henrique (PMDB) e Sebastião Helvécio (PDT).

 

 

 

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