Comissão busca soluções para diminuir desemprego no Estado

Meio milhão de pessoas desempregadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em todo o Estado, o número chega a 1,...

03/04/2006 - 00:00
 

Comissão busca soluções para diminuir desemprego no Estado

Meio milhão de pessoas desempregadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em todo o Estado, o número chega a 1,2 milhão. Para tentar minimizar esses dados e promover os programas federal, estadual e municipais de geração de emprego e renda, a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa de Minas promoveu, nesta segunda-feira (3/4/06), em Contagem, a primeira, de uma série de seis audiências públicas, para debater o assunto. Os debates foram solicitados pela deputada Elisa Costa (PT), vice-presidente da comissão, que reconhece a importância de levar o assunto a diversas regiões do Estado, prosseguindo um trabalho iniciado no ano passado.

Segundo a deputada Jô Moraes (PCdoB), o objetivo central das audiências, promovidas em parceria com o Conselho Estadual do Trabalho, do Emprego e da Renda (Ceter), é elaborar uma reflexão sobre as experiências regionais e, assim, elaborar políticas públicas. "Queremos saber quais são as necessidades e qual é o retorno desses programas de geração de emprego e renda nas seis cidades-pólo do Estado", afirmou. Além do debate em Contagem, estão marcadas audiências publicas em Juiz de Fora (12/4), Governador Valadares (11/5), Itabirito (23/5), Montes Claros (6/6) e Uberlândia (20/6).

Desigualdade - Um dos caminhos para aumentar a geração de emprego e renda é diminuir as diferenças sociais no Brasil. Essa é opinião da secretária de Articulação Institucional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Heliana Kátia Tavares Campos. Alguns dos números apresentados por ela refletem a realidade do País: 1,8 milhão de pessoas (1% da população) detêm 50% da renda produzida; 20 milhões de pessoas (1/6 da população) vivem com menos de R$ 50 por mês; 15 milhões de pessoas (12% da população) - são analfabetas. Como caminho para mudar esse quadro, Heliana Kátia apresentou algumas das quase 200 ações de transferência de renda promovidas pelo governo federal, como Bolsa Família, Fome Zero, Programa Nacional de Biodiesel e Programa de Aquisição de Alimentos.

Para que os programas funcionem plenamente, a representante do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome listou alguns desafios que devem ser vencidos: participação efetiva da família envolvida no processo; integração das políticas nos diferentes níveis de governo e identificação de novas tecnologias para auxiliar a execução dos programas. Heliana Kátia argumentou ainda que muitos programas são executados, mas sua manutenção não é feita. A integração entre os governos também foi defendida pelo presidente do Conselho Estadual do Trabalho, do Emprego e da Renda (Ceter), Wagner Francisco Alves Pereira. Ele sugeriu que seja feito um arquivo público, com o cadastro das pessoas que estão à procura de emprego. "Existem ofertas de emprego nos jornais, mas muitas vezes você não consegue cruzar com o cadastro de trabalhadores".

Contagem e Vespasiano relatam suas experiências

As políticas públicas existentes em Contagem foram apresentadas pelos representantes da cidade. O presidente da Comissão Municipal do Trabalho, Márcio Luiz Guglielmoni, destacou o projeto Cidade da Solda, que atende jovens entre 16 e 24 anos. Eles fazem cursos, durante cinco meses, que os qualificam para trabalhar nas indústrias. Este projeto também foi lembrado pelo delegado Regional do Trabalho, Carlos Calazans. Segundo ele, até maio deste ano, mil jovens serão atendidos pelo programa. Calazans informou que outras ações serão feitas para a região: a revitalização do Centro Industrial de Contagem (Cinco) e a construção de um pólo petroquímico em Ibirité, para produzir aço acrílico. Para o chefe de gabinete da prefeita Marília Campos, André Teixeira, o desafio é promover emprego aliado ao desenvolvimento sustentável. Ele acredita em melhorias: "temos um futuro adiante melhor do que tivemos, embora seja aquém do ideal".

Um futuro melhor é o que busca o secretário adjunto de governo de Vespasiano, Fábio Bittencourt. Ele citou números preocupantes. Segundo, Fábio Bittencourt, Vespasiano passa por uma situação diferente das demais cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. "Caímos da 12a posição no Estado em qualidade de vida para a 36a colocação. Deixamos de figurar entre as principais economias do Estado. O desemprego é quatro vezes maior do que o da RMBH", listou.

Presenças - Deputadas Elisa Costa (PT), vice-presidente; e Jô Moraes (PCdoB), além de representantes de sindicatos e entidades da região.

 

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