Comissão discute situação do programa habitacional PAR em Contagem

Para tentar apurar as denúncias e esclarecer as dúvidas dos arrendatários do Plano de Arrendamento Residencial (PAR),...

28/03/2006 - 00:01
 

Comissão discute situação do programa habitacional PAR em Contagem

Para tentar apurar as denúncias e esclarecer as dúvidas dos arrendatários do Plano de Arrendamento Residencial (PAR), da Caixa Econômica Federal (CEF), a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa promoveu uma audiência pública em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na tarde desta terça-feira (28/3/06). De um lado, os arrendatários reclamam da Caixa e da administradora Exacta, uma das responsáveis pela supervisão dos condomínios PAR em Contagem, que abrigam 2.800 moradias. Do outro, representantes da CEF e da administradora tentam explicar as regras de funcionamento do programa federal, que tem atualmente 14 mil unidades em Minas Gerais.

O objetivo do PAR é atender a necessidade de moradia da população de baixa renda, de até quatro ou seis salários mínimos, dos grandes centros urbanos, mediante arrendamento residencial com opção de compra ao final do período contratado, que é de 15 anos. Até completar esse período, os imóveis arrendados permanecem como propriedade do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), gerido pela Caixa Econômica Federal. A administradora contratada mediante licitação funciona como preposto da CEF.

E os serviços prestados pela administradora responsável por vários condomínios em Contagem - a Exacta - motivou as denúncias feitas à Comissão de Direitos Humanos pelo representante do Residencial Três Barras, Airlem Froes. Segundo ele, a administradora é omissa em relação à prestação de serviços do condomínio assim como a Caixa, que não acompanha o trabalho da Exacta. Disse ainda que a prestação de contas não é enviada ao condomínio no mês corrente, entre outras reclamações. Em resposta, o gerente de serviços na Gerência de Filial de Alienação de Minas Gerais da Caixa, Ângelo de Faria Fernandes, informou que a prestação de contas não estava sendo entregue mensalmente porque antes de enviar para os condomínios precisava passar pela aprovação da Caixa. Desde dezembro do ano passado, o sistema foi modificado para evitar atrasos: um resumo da prestação de contas é apresentado até a aprovação final da CEF.

Administradora rebate acusações

O gerente administrativo da Exacta, Paulo Marques Antônio, discordou dos problemas apresentados por Froes e informou que vai apresentar documentação legal refutando as acusações. Como exemplo citou que a prestação de contas é entregue mensalmente. Sugeriu ainda que o condomínio passe a ter uma comissão de 10 a 15 moradores para representá-lo e não apenas uma pessoa só. De acordo com Ângelo de Faria Fernandes, da CEF, existem reuniões mensais de prestação de contas com representantes dos condomínios e a informação que ele tem é que, em muitas delas, os representantes não comparecem.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), rebateu as informações ao dizer que, na documentação recebida por ele, essas reuniões mensais não ocorreram e se aconteceram não houve a participação dos moradores. O representante dos arrendatários, Airlem Froes, disse que nunca foi convidado para participar dessas reuniões. Já o gerente da Caixa, Ângelo de Faria Fernandes, informou que a convocação dessas reuniões são afixadas nos quadros de avisos dos condomínios e que são abertas para qualquer arrendatário.

Visita - Para tentar resolver esses impasse, o deputado Durval Ângelo informou que vai solicitar uma visita aos cinco condomínios que tiveram representantes participando da audiência pública. São eles: Residencial Três Barras, Vila Paris, Jacarandá, Capricórnio e São Expedito. Para a visita, serão convidados representantes Procon Assembléia, Ministério Público, Polícia Civil e Câmara Municipal e Prefeitura de Contagem. Durval Ângelo solicitou ainda que os moradores apresentem, no dia da visita, uma lista com os problemas em cada condomínio. "O programa residencial PAR é importante, mas os direitos dos moradores devem ser observados", afirmou.

Números PAR - Até o final do ano, serão entregues em Minas mais 7.500 unidades. No País, serão, aproximadamente, 250 mil moradias. As administradoras dos condomínios são escolhidas por meio de processo de licitação e só podem administrar determinado condomínio no período máximo de cinco anos. Os candidatos à moradia são indicados pela prefeitura, avaliados pela Caixa e depois sorteados. O programa do governo federal foi criado em 1999.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão; e Roberto Ramos (PSDB), vice. Além das autoridades citadas na matéria, participaram da reunião diversos vereadores de Contagem. Também estiveram presente moradores arrendatários do PAR e o presidente da Associação Comunitária do Bairro Três Barras (ACBTB), Júnio Flávio Costa.

 

 

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