Comissão do Cooperativismo ouve
transportadores
Dando seqüência às reuniões para ouvir os diversos
setores cooperativados do Estado, a Comissão Especial do
Cooperativismo da Assembléia Legislativa de Minas reuniu-se, nesta
terça-feira (21/3/06), com representantes de cooperativas de táxis,
vans e motos. A comissão já colheu informações dos setores
agropecuário, creditício, saúde, consumo, trabalho, educação e
habitação. O propósito dos deputados é, dentro de 60 dias, elaborar
um diagnóstico do cooperativismo em Minas e propor novas políticas
de desenvolvimento do sistema.
Segundo informações da BHTrans, Belo Horizonte tem
6.000 táxis, que transportam diariamente 120 mil passageiros. O
representante da empresa na reunião, Paulo Bamberg, informou que os
veículos passam por vistorias regulares e que a idade média da frota
é de 2,3 anos.
A carga tributária é uma das principais reclamações
dos transportadores cooperativados. O presidente da Ligue Táxi-BH,
Evaldo Moreira de Matos, afirmou que o alto custo de tributos tem
inviabilizado a manutenção da frota de táxi da cooperativa. Segundo
ele, o gasto anual com manutenção, incluindo seguros, pneus e
combustível, representa um prejuízo de quase 45% à cooperativa.
Já o presidente da Federação das Cooperativas de
Transporte de Minas (Fetranscoop), José Acácio Carneiro, criticou o
governo por não incentivar as cooperativas de táxis, vans e motos.
Segundo ele, o déficit das cooperativas poderia ser reduzido com a
abertura de novas linhas de crédito e incentivo fiscal com alíquotas
mais baixas.
Quanto às queixas dos cooperados em relação a
possíveis abusos na fiscalização, o comandante da 7ª Companhia da
Polícia Rodoviária Estadual, major Antônio de Carvalho, afirmou que
desconhece qualquer fato relacionado ao abuso de multas por parte de
policiais rodoviários de sua corporação nas estradas. Já o
representante da Polícia Rodoviária Federal, Waltair Sobrinho,
garantiu que a fiscalização nas estradas é feita com a verificação
dos documentos dos motoristas e através de conversas com os
passageiros e que os veículos fretados irregularmente são autuados.
Bamberg, da BHTrans, citou que o município conta com uma lei para
regulamentar o transporte fretado dentro da cidade e que seu
cumprimento é exigido pela fiscalização.
O presidente da Cooperativa dos Transportadores de
Uberaba Ltda. (Ubervan), pediu ao representante da Agência Nacional
de Transporte Terrestre (ANTT), Frederico Tavares, que o órgão
reconsidere a proibição do transporte escolar interestadual por meio
de vans.
Depois de ouvir os convidados, os deputados fizeram
considerações elogiosas à Organização das Cooperativas do Estado de
Minas Gerais (Ocemg). Segundo o presidente da comissão, Paulo Piau
(PPS), a organização faz parte do Conselho de Desenvolvimento de
Minas Gerais. Padre João (PT), vice-presidente, avaliou que a Ocemg
favorece a união de todos os ramos do cooperativismo.
Presenças - Deputados
Paulo Piau (PPS), presidente; Padre João (PT), vice-presidente;
Doutor Viana (PFL); e deputadas Ana Maria Resende (PSDB) e Maria
Tereza Lara (PT). Participaram também diversos representantes de
cooperativas, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária
Estadual, ANTT, Sebrae/MG e BHTrans.
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