Clandestinidade ainda ameaça o transporte coletivo em
BH
O combate ao transporte clandestino e a redução dos
impostos foram apontados como duas das principais armas na luta pela
desoneração das tarifas de transporte coletivo nesta terça-feira
(21/3/06), durante audiência pública da Comissão de Trabalho, da
Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa. O deputado
Alencar da Silveira Jr. (PDT), colocou a comissão, da qual é
presidente, à disposição das entidades envolvidas com o transporte
público para discutir a elaboração de leis mais severas contra o
transporte clandestino.
Para dar aos presentes à reunião uma idéia dos
prejuízos causados pelo transporte irregular, a assessora técnica do
Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo
Horizonte (Setra-BH), Célia Macieira, informou que em 1998 eram
atendidos, em média, 40 milhões de passageiros por mês, número que
caiu para 34,5 milhões neste ano.
O chefe da Divisão Técnica do Departamento de
Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG), Hildan de Godoy,
mostrou um recuo semelhante no transporte metropolitano: de 26
milhões de passageiros em 1998 para 18 milhões atualmente. Ele disse
que no Aeroporto de Confins há 160 carros particulares fazendo
transporte ilegal de pessoas para Belo Horizonte. Esses números,
segundo o diretor de Transporte Metropolitano DER/MG, Nelson Alves
Santiago, provam que o transporte clandestino tem crescido, apesar
das iniciativas do poder público de coibir essa prática.
Outro problema apontado pela assessora do Setra-BH
diz respeito à carga de impostos: segundo ela, 30,65% da tarifa dos
ônibus refere-se a tributos federais, estaduais e municipais. Ela
acrescentou que os altos custos do transporte público coletivo se
devem ainda a gratuidades concedidas a certas categorias sem
contrapartida às empresas, ao preço elevado do óleo diesel e à falta
de prioridade aos ônibus no trânsito da cidade.
Meia Tarifa não reduziu faturamento das
empresas
A audiência também teve o objetivo de conhecer mais
detalhadamente o projeto Meia Tarifa, da BHTrans. A diretora de
Desenvolvimento e Implantação de Projetos da empresa, Jussara
Bellavinha, informou que ainda é cedo para se avaliar os resultados
da iniciativa, uma vez que o Meia Tarifa foi implementado no dia 11
de fevereiro em Belo Horizonte. Ela adiantou, porém, que dados
preliminares indicam que, apesar da expectativa de perda de 4% de
receita para as empresas, isso não ocorreu porque o número de
passageiros aumentou.
O projeto Meia Tarifa permite que o usuário que
utiliza duas linhas municipais diferentes, no intervalo de uma hora
e meia, pagando com o cartão BHBus, pague meia tarifa na segunda
viagem. Por enquanto, o sistema só funciona na Capital, onde já foi
implantada a bilhetagem eletrônica. Porém, o benefício poderá ser
estendido aos usuários de ônibus metropolitanos no próximo ano.
Segundo o diretor de Transporte Metropolitano do DER/MG, Nelson
Alves Santiago, a bilhetagem eletrônica será implantada nos ônibus
metropolitanos até o final de 2006.
Alencar da Silveira Jr. e a deputada Elisa Costa
(PT), vice presidente da comissão, elogiaram a iniciativa da
BHTrans. Elisa acrescentou que são importantes todas as iniciativas
que contribuam para reduzir as tarifas para a população e para
melhorar a qualidade do transporte coletivo urbano.
Presenças - Deputado
Alencar da Silveira Jr. (PDT), presidente; e deputada Elisa Costa
(PT), vice. Além dos convidados citados na reportagem, compareceu a
chefe da Divisão de Controle do DER/MG, Eva Lansky.
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