Comunidade de Manhumirim quer transformar cadeia local em APAC

Manhumirim, no Leste mineiro, com cerca de 21 mil habitantes, enfrenta o mesmo problema de outras cidades do interior...

16/03/2006 - 00:01
 

Comunidade de Manhumirim quer transformar cadeia local em APAC

Manhumirim, no Leste mineiro, com cerca de 21 mil habitantes, enfrenta o mesmo problema de outras cidades do interior, em relação a sua população carcerária. Com apenas uma cadeira pública com capacidade para 30 presos, costuma abrigar até 15 a mais. Tal situação foi constatada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, em visita nesta quinta-feira (16/3/06). Um grupo da sociedade trabalha para que seja construída uma Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), já se mobilizando para conseguir recursos e um terreno.

A cadeia tem seis celas, sendo que uma está desativada. Em cada uma, há presos condenados, misturados com recém-detidos, menores e doentes. A visita da comissão foi acompanhada por integrantes da Pastoral Carcerária e do Conselho Comunitário do Fórum, entidade criada em fevereiro passado.

Durante a permanência do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), que coincidiu com a visita dos familiares dos presos, as reclamações foram muitas: condições precárias de higiene, falta de assistência médica e odontológica e assistência jurídica gratuita para acompanhamento dos casos.

Durval Ângelo (PT) disse que, além dos problemas citados, pôde observar a deficiência de pessoal para atendimento: " a delegacia que funciona no mesmo local conta com um delegado, dois escrivães e dois detetives". O deputado disse que vai ajudar na luta pela implantação da Apac e reivindicar do Estado a designação de agentes carcerários para a cidade, "senão, corre-se o risco de um gargalo no sistema prisional, como acontece em outras áreas do Estado". Ele disse que a falta de assistência médica se torna mais grave, porque quando há consultas médicas fora da cadeia, não há escolta para levar os presos.

As precárias condições, que incluem até o fornecimento de comida estragada, foram endossadas pela coordenadora da Pastoral Carcerária, Irmã Helena das Graças Burinati, e pela presidente do Conselho Comunitário, Lucíula Rodrigues. Segundo a Irmã Helena, as celas não foram totalmente reconstruídas e ainda guardam as marcas da última rebelião, em dezembro de 2004.

Lucíula Rodrigues preocupa-se com as condições de saúde dos presos e com a presença de menores nas mesmas celas de presos já sentenciados. Ela disse que há um preso portador de asma brônquica que é afetado permanentemente com ataques por causa da umidade da cela.

Presenças - Participou da visita o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT).

 

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