Mais um veto parcial recebe parecer e está pronto para ir a Plenário

O Veto Parcial à Proposição de Lei 16.814, que trata da política estadual de incentivo à cultura do bambu, recebeu pa...

14/03/2006 - 00:00
 

Mais um veto parcial recebe parecer e está pronto para ir a Plenário

O Veto Parcial à Proposição de Lei 16.814, que trata da política estadual de incentivo à cultura do bambu, recebeu parecer da comissão criada para analisá-lo nesta terça-feira (14/3/06). O relator, deputado Adalclever Lopes (PMDB), opinou pela manutenção do veto ao inciso III do artigo 4º e pela rejeição do veto ao artigo 5º e aos incisos III e VII do artigo 6º da proposição. O governador do Estado justificou o veto parcial à proposição de lei por inconstitucionalidade (inciso III do artigo 4º) e contrariedade ao interesse público (artigo 5º e os incisos III e VII do artigo 6º).

O inciso III do artigo 4º da proposição estabelece como instrumentos da política estadual de incentivo à cultura do bambu a promoção e a comercialização. O relator concordou com a argumentação do governador de que a comercialização de produtos não cabe ao Estado, excetuados os casos expressamente definidos na Constituição da República. No entanto, os outros dispositivos vetados não tiveram o mesmo entendimento por parte da comissão.

Deputados opinam por rejeição do veto a alguns dispositivos

O artigo 5º da proposição, que determina prioridade de atendimento para as pequenas e médias propriedades, segundo o relator, é feito sob argumentos questionáveis. O deputado Adalclever Lopes afirmou, em seu parecer, que o texto aprovado pela Assembléia deixa claro que o dispositivo vetado estabelece uma prioridade de atendimento, com a clara intenção de promover equilíbrio social. Isso porque as pequenas e médias propriedades rurais, ainda segundo o relator, representam a parte mais frágil da economia rural mineira. "Portanto, tal medida não segrega e não impõe qualquer barreira ao desenvolvimento da produção e utilização do bambu em propriedades de grande porte. Ao contrário, a idéia central da proposição de lei é a de incentivar a cultura dessa gramínea gigante em todo o Estado", concluiu o deputado. Ele acrescentou ainda que o veto a esse artigo é prejudicial à integridade da proposição que, de acordo com o texto já aprovado, trata de forma diferenciada a agricultura familiar e o conjunto de pequenas e médias propriedades rurais, mesmo que entre esses dois grupos haja uma interseção.

O artigo 6º da proposição estabelece competências do Executivo na implantação da política que se pretende implantar. O inciso III determina incentivo à utilização do bambu, sem especificar de que espécie, na recomposição de matas ciliares, áreas degradadas e na composição de sistemas agroflorestais. O veto do governador é justificado com o argumento de que os bambuzais são prejudiciais aos maciços florestais e promovem a desertificação de terrenos e a extinção de nascentes. O relator não concordou com os argumentos citados como conhecimento "tecnicamente comprovado". "Há correntes na área agronômica e florestal que argumentam que a colonização de áreas degradadas com o bambu apresenta vantagens, como a fixação do solo, o aumento da permeabilidade e a formação de quebra-ventos, todos esses efeitos desejáveis para os processos naturais de proteção do solo contra a erosão e do ciclo hidrológico", afirmou.

A comissão também discordou das razões do governador para vetar o inciso VII do artigo 6º, que determina a produção de mudas de bambu em viveiros públicos estaduais. Segundo o relator, esses viveiros florestais públicos estão instalados estrategicamente nas diversas regiões do Estado e são gerenciados, em sua maioria, pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). "Assim como produzem mudas de espécies florestais arbóreas para distribuição entre produtores rurais, essas estruturas operacionais poderão contribuir com as ações da política em debate produzindo e disponibilizando, para esse mesmo público, mudas de diversas espécies de bambu, já que este também é uma essência florestal", afirmou o deputado Adalclever Lopes.

Presenças - Deputadas Maria Olívia (PSDB), que presidiu a reunião; Jô Moraes (PCdoB); e o deputado Adalclever Lopes (PMDB).

 

 

 

 

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