Caratinga inicia aterro sanitário e faz dragagem de rio

Caratinga está iniciando nesta semana a construção do seu aterro sanitário e a recuperação do atual lixão localizado ...

10/03/2006 - 00:00
 

Caratinga inicia aterro sanitário e faz dragagem de rio

Caratinga está iniciando nesta semana a construção do seu aterro sanitário e a recuperação do atual lixão localizado na Saibreira. O terreno do aterro foi comprado, pago e o projeto aprovado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Os recursos disponíveis são de R$ 1,2 milhão doados pela Cia. Vale do Rio Doce. Enquanto isso, prosseguem as obras de dragagem do rio Caratinga entre os municípios de Santa Bárbara e Dom Cavati, com o objetivo de prevenir as desastrosas enchentes que têm atingido Caratinga nos últimos anos. A dragagem está a cargo do Exército Brasileiro, com recursos de R$ 2 milhões liberados pelo Governo Federal.

Essas notícias positivas foram dadas aos deputados da Cipe Rio Doce pelo prefeito de Caratinga, Ernani Campos Porto, durante a reunião da caravana Rio Doce Limpo realizada na manhã desta sexta-feira (10/3/06) no Plenário da Câmara Municipal. Os deputados José Henrique (PMDB) e Elisa Costa (PT) estiveram na cidade para mobilizar lideranças, ambientalistas e a comunidade no esforço de despoluir o rio Doce e seus afluentes, como é o caso do rio Caratinga.

O deputado José Henrique, presidente da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce, também fez um comunicado importante: a criação de uma promotoria ambiental do rio Doce foi a ele anunciada pelo procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Jr. "Desde a nossa visita anterior a Caratinga, já houve avanços significativos na proteção do meio ambiente", avaliou o deputado.

Elisa Costa cumprimentou o prefeito e os vereadores da cidade pelo início da construção do aterro, que permitirá ao município receber o ICMS ecológico, e convidou a todos para participarem do II Fórum das Águas do Rio Doce em Colatina (ES), de 21 a 23 de março. "Vamos fazer avançar a consciência ambiental em prol do desenvolvimento da bacia do rio Doce", disse a deputada. Ela relatou também a formação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Suaçuí Grande, recém-instalado em Guanhães, e o estágio atual de tramitação da lei de destinação final dos resíduos sólidos no Congresso Nacional, informando que o projeto recebeu fundamentação do seminário "Lixo e Cidadania" e está sendo relatado pelo deputado federal mineiro Ivo José (PT).

Prioridade é para quem tiver projeto

Três técnicos convidados fizeram exposições sobre o programa Rio Doce Limpo. Sebastião Virgílio Figueiredo, da Agência Nacional das Águas (ANA), disse que o programa hoje está orçado em R$ 850 milhões para, num prazo de 15 anos, tratar os esgotos que 210 cidades lançam diretamente no rio e seus afluentes. Ele disse que a comunidade e as lideranças precisam estar cientes de que o gasto feito em redes coletoras e tratamento de esgotos resulta em economia de internações hospitalares, médicos e medicamentos. "Esse argumento precisa ser entendido porque o projeto só se sustenta se a prefeitura fizer a tarifação efetiva. Social, mas efetiva", frisou o técnico.

Paulo Pardini, da Caixa Econômica Federal, resumiu as 67 linhas de financiamento da instituição que podem servir às prefeituras para fazer obras de saneamento, e insistiu que os municípios menores, sem capacidade individual para fazer projetos, instalem escritórios técnicos dentro dos consórcios intermunicipais. João Alves, gerente regional leste do Ibama, acrescentou que a prioridade para destinação dos recursos é para os municípios que já possuem projeto. "Muitos recursos de emendas ao orçamento se perdem por falta de capacidade técnica dos municípios em fazer projetos", disse o gerente.

Outro assunto que dominou as discussões foi o contrato com a Copasa, que há sete anos estaria cobrando 50% sobre a conta de água para tratar os esgotos sem implantar o projeto. O vereador Guerra disse que quer ver o povo pescando e nadando no rio Caratinga, sem morrer envenenado ou de esquistossomose. O presidente da Câmara, José do Carmo Pontes, disse que viaja freqüentemente a Belo Horizonte para tentar negociar com a Copasa. O vereador Enoque pediu leis mais severas para punir prefeitos e dirigentes de empresas públicas culpados de agressões ao meio ambiente.

Elisa Costa preveniu as autoridades de que não é fácil renegociar contratos com a estatal de saneamento. Acrescentou que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) tem recursos para acudir prefeituras de municípios de até 30 mil habitantes para implantar estações de tratamento de esgotos. Divulgou ainda a importância de se fazer coleta seletiva não só para limpar a cidade e diminuir o volume do lixo, mas também para promover a inclusão social de famílias de catadores.

Presenças: Deputado José Henrique (PMDB), presidente; deputada Elisa Costa (PT), 1ª-secretária; além das autoridades citadas, assinalaram presença também o secretário de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Caratinga, cel. José Carlos de Souza e o prefeito de Manhumirim, Padre Ronaldo.

 

 

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