| Audiência debate exploração de águas minerais no Circuito das 
            Águas Por que nenhuma empresa quis participar da 
            concorrência para exploração das águas minerais de Caxambu, 
            Cambuquira, Lambari e Araxá? Essa é a pergunta que a Comissão de 
            Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa queria 
            ver respondida na audiência pública realizada nesta quinta-feira 
            (9/3/06) mas que acabou ficando sem resposta devido à ausência, na 
            reunião, de representantes da Companhia de Desenvolvimento de Minas 
            Gerais (Codemig), estatal que gerencia o arrendamento de termas e 
            fontes das estâncias hidrominerais e responsável pela licitação. A 
            ausência foi duramente criticada pelo presidente da comissão e autor 
            do requerimento que deu origem à audiência, deputado Laudelino 
            Augusto (PT), e por representantes de organizações 
            não-governamentais (ONGs) e vereadores dos municípios envolvidos 
            presentes à reunião. A audiência foi convocada para debater os motivos 
            da ausência de propostas para o Edital "Concorrência Codemig nº 
            04/2005", que tinha o objetivo de arrendar direitos minerários, 
            equipamentos e instalações de engarrafamento das águas minerais de 
            Caxambu, Cambuquira, Lambari e Araxá, bem como buscar soluções para 
            o processo. De acordo com Laudelino Augusto, 81 empresas adquiriram 
            o edital, entre elas a Copasa, a Coca-Cola, a Construtora Cowan e 
            empresas do grupo Nestlé. Dessas, apenas nove chegaram a visitar as 
            estâncias, mas nenhuma apresentou proposta para o arrendamento. 
            "Além da ausência de propostas, estranhamos, também, a ausência de 
            prefeitos e vereadores dos municípios envolvidos no dia marcado para 
            a abertura dos envelopes, 16 de fevereiro", afirmou o 
            deputado. Fechamento da Superágua - A concorrência para exploração das águas minerais nas estâncias 
            já foi motivo de várias reuniões e audiências públicas da Comissão 
            de Meio Ambiente da Assembléia, e o processo arrasta-se há vários 
            anos. O problemas agravou-se em junho do ano passado, quando a 
            empresa Superágua, do grupo Supergasbrás, que engarrafava água 
            mineral nos quatro municípios em questão e operava irregularmente e 
            sem licenciamento ambiental, fechou as portas e deixou cerca de 200 
            trabalhadores sem emprego. Desde então, o deputado Laudelino 
            Augusto, que é natural de Caxambu, vem se empenhando, juntamente com 
            lideranças políticas e ONGs da região do Circuito das Águas, para 
            encontrar uma solução para o caso. Na sua opinião, diante do 
            fracasso da licitação, é preciso analisar quais são as saídas 
            viáveis para o desenvolvimento da região, a geração de empregos e a 
            promoção do turismo nas estâncias, que tiveram seu auge no tempo em 
            que a Crenologia e a Crenoterapia eram cadeiras obrigatórias nos 
            cursos de Medicina e os médicos prescreviam tratamentos à base de 
            águas minerais para seus pacientes. Além de criticarem o descaso da Codemig para com o 
            convite da comissão, dirigentes de ONGs e lideranças presentes à 
            audiência questionaram a conveniência de edital único para todos os 
            municípios, defenderam a exploração sustentável, criticaram a 
            "privatização" das águas e a forma de distribuição dos 
            royalties e mostraram-se temerosos com a possibilidade da 
            repetição dos problemas vividos pelo município de São Lourenço, que 
            sofre as conseqüências da superexploração de suas águas pela empresa 
            arrendatária, do grupo Nestlé. Ao final da reunião, os participantes sugeriram a 
            criação de um grupo de trabalho para estudar a transformação dos 
            parques das estâncias em entidades de interesse público, ficando os 
            mesmos responsáveis pela administração, gerenciamento e 
            engarrafamento das águas. A comissão vai agendar reunião com o 
            governador e o secretário de Desenvolvimento Econômico para tratar 
            do assunto. Presenças - Deputado 
            Laudelino Augusto (PT), presidente da comissão, e os convidados José 
            Eduardo Martinez, chefe do 3º Distrito do DNPM; Maria Antônia Muniz 
            Barreto, presidente da ONG Associação Amigos do Parque das Águas de 
            Caxambu (Ampara); Adolfo Maurício, secretário executivo da 
            Associação dos Municípios do Circuito das Águas (Amag); Marília 
            Noronha, da ONG Nova Cambuquira; vereador Marial Cândido Murta, de 
            Cambuquira; vereadores Clóvis Renato Almeida e Maurílio Reis, de 
            Caxambu; e Nádia Maria Corrêa Gonçalves e Dóris Fonseca Oliveira, 
            dirigentes de ONGs de Caxambu e Lambari, respectivamente, entre 
            outros convidados.   
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