Projeto da Cemig está pronto para ser votado pelo Plenário

Está pronto para ser votado em 1º turno pelo Plenário projeto que autoriza o Executivo a oferecer garantias em operaç...

08/03/2006 - 00:00
 

Projeto da Cemig está pronto para ser votado pelo Plenário

Está pronto para ser votado em 1º turno pelo Plenário projeto que autoriza o Executivo a oferecer garantias em operações de crédito em que sejam mutuárias a Cemig e suas subsidiárias. O Projeto de Lei (PL) 2.357/05, do governador, foi apreciado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária nesta quarta-feira (8/3/06). A votação do parecer da comissão sobre emenda apresentada ao projeto, em Plenário, foi a conclusão de um processo de entendimento entre Assembléia e governo que incluiu uma visita de parlamentares ao presidente da Cemig, Djalma Morais, na última terça (7). A visita teve como objetivos buscar esclarecimentos sobre a proposição e a garantia de que o controle acionário da companhia continuará com o Estado.

O entendimento proporcionado pela visita à Cemig está explicitado em parecer favorável do deputado Domingos Sávio (PSDB), presidente da comissão, aprovado nesta quarta. Esse parecer refere-se à emenda nº 1, do deputado Adalclever Lopes, líder do PMDB, que unificou dois trechos do projeto: que a garantia ou contragarantia real poderá ser prestada sob a forma de caução ou penhor de ações do capital da Cemig de propriedade do Estado; e que estão excluídas dessa autorização as ações que garantam o controle direto ou indireto da Cemig pelo Estado. Esses dois trechos, englobados pela emenda, eram os parágrafos 1º e 2º do artigo 7º da Lei 8.655, a que se refere o artigo 1º do substitutivo apresentado ao projeto pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - a primeira a analisá-lo.

Para os deputados Sebastião Helvécio (PDT), Elisa Costa (PT), Jayro Lessa (PFL), a emenda é importante e fortalece a Cemig, pois garante que a companhia continuará a manter a decisão majoritária tanto na holding quanto nas subsidiárias. O deputado Ermano Batista (PSDB), que leu o parecer, lembrou que a garantia da manutenção do controle acionário pelo Estado já havia sido contemplada no substitutivo da CCJ. Acrescentou, por outro lado, que o ato de englobar os dois parágrafos do substitutivo assegura que o texto da futura lei permanecerá da forma como sair da Assembléia, eliminando a hipótese de veto. Isto porque, ressaltou, o Regimento Interno determina que o veto parcial abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

Na reunião anterior da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, a deputada Elisa Costa havia pedido vista do parecer do deputado Domingos Sávio sobre a emenda nº 1. Esse primeiro parecer, lido antes da visita à Cemig e dos entendimentos entre Assembléia e governo, opinava pela rejeição da emenda.

Conteúdo do projeto

O PL 2.357/05 dá nova redação ao artigo 7º da Lei 8.655, de 1984, que dispõe sobre a mudança de denominação das Centrais Elétricas de Minas Gerais S.A. para Companhia Energética de Minas Gerais e sobre a ampliação de seu objetivo social. Com isso, é adaptada a lei de regência da Cemig à nova estrutura societária da companhia que foi implementada com a criação das subsidiárias integrais Cemig Distribuição S.A e Cemig Geração e Transmissão S.A., constituídas para o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão e distribuição. O projeto altera também trecho da lei de 1984 para incluir as subsidiárias no que diz respeito às operações de crédito.

Controle acionário - O substitutivo apresentado pela Comissão de Constituição e Justiça, durante a tramitação do projeto, dispõe que somente as ações excedentes da empresa poderão ser utilizadas como garantia, assegurando o seu controle acionário por parte do Estado. Outra alteração diz respeito à restrição ao uso da cota do Fundo de Participação dos Estados como garantia somente para o pagamento de débitos com a União.

Tarifas - Um outro assunto abordado na reunião foram as tarifas cobradas pela Cemig, consideradas elevadas pela deputada Elisa Costa. Ela citou estudo do Sindieletro que aponta serem as tarifas da estatal algumas das mais altas do País. O estudo compara a participação dos setores industrial e residencial na receita e no consumo de energia. Enquanto a participação na receita por parte das indústrias é de 32%, a participação no consumo é de 58,85%. Os índices são de 35% e de 16% no que diz respeito ao setor residencial. Para a deputada, é preciso promover uma audiência pública para discutir o tema. Já o deputado Jayro Lessa opinou que a tarifa é cara tanto para a indústria quanto para os consumidores, mas elogiou a atuação da Cemig. Ponderou, por outro lado, que, quando se vende no atacado, vende-se mais barato.

Outros projetos analisados

Também foram aprovados pareceres favoráveis sobre os seguintes projetos que tramitam em 1º turno:

* PL 2.132/05, do deputado Domingos Sávio, que autoriza o Executivo a doar ao município de Dores do Indaiá imóvel que especifica. O relator, deputado Ermano Batista, opinou pela aprovação da matéria com a emenda nº 1, da CCJ. A emenda destina o imóvel para o atendimento de dependentes químicos ou alcoólatras e não para este fim e também para o acolhimento de crianças, adolescentes, órfãos ou abandonados, como previa o projeto original.

* PL 2.840/05, do governador, que autoriza a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) a doar imóvel que especifica. O relator, deputado Sebastião Helvécio, opinou pela aprovação da matéria na forma apresentada. O imóvel é destinado à Penitenciária Jason Soares Albergaria.

Taxas em eventos - A comissão também aprovou requerimento do Domingos Sávio para reunião conjunta das Comissões de Fiscalização Financeira e Orçamentária e de Cultura. O objetivo da audiência pública é discutir os critérios usados tanto pela PM quanto pelo Corpo de Bombeiros na cobrança de taxas para a realização de eventos.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Jayro Lessa (PFL), vice-presidente, que a presidiu; Elisa Costa (PT), Ermano Batista (PSDB), José Henrique (PMDB), Sebastião Helvécio (PDT) e Adalclever Lopes (PMDB).

 

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