PEC que reduz recesso parlamentar vai ser votada pelo Plenário

Já está pronta para entrar na pauta do Plenário, para discussão e votação em 1o turno, a Proposta de Emenda à Constit...

08/03/2006 - 00:02
 

PEC que reduz recesso parlamentar vai ser votada pelo Plenário

Já está pronta para entrar na pauta do Plenário, para discussão e votação em 1o turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 67/04, que reduz o recesso parlamentar. Nesta quarta-feira (8/3/06), a Comissão Especial criada para analisar a proposta aprovou parecer favorável à matéria, na forma do substitutivo nº 1, apresentado pelo relator, deputado José Henrique (PMDB). Pelo substitutivo, a sessão legislativa ordinária (independente de convocação), passaria a acontecer de 1º de fevereiro a 18 de julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro de cada ano. Hoje, a duração da sessão vai de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro. Pela nova proposta, então, o recesso parlamentar passaria dos atuais 90 dias para 55 dias.

O substitutivo também propõe a vedação do pagamento de parcela indenizatória (subsídio) em razão de convocação extraordinária, que hoje é efetuado. A apresentação do substitutivo foi acordada pelo Colégio de Líderes em reunião no último dia 21 de fevereiro. Antes de aprovarem o parecer, vários deputados usaram a palavra para ressaltar a importância da atuação político-parlamentar no exercício do mandato legislativo.

A PEC, de autoria dos deputados Ivair Nogueira (PMDB) e outros, muda o artigo 53 da Constituição do Estado. Segundo o relator, a proposta vai ao encontro dos anseios da sociedade e dos mais modernos princípios administrativos, seguindo o modelo semelhante recentemente adotado pelo Congresso Nacional. Para ele, a opção pelo modelo federal, proposta pelo substitutivo, com uma pequena adaptação no dia de início da sessão, foi escolhida não por imposição, mas por se fazer necessária. Originalmente, a PEC 67 propunha a ampliação da sessão de 15 de janeiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 31 de dezembro. A PEC também teve anexada a seu texto outra PEC, a 68/04, do ex-deputado Chico Simões (atual prefeito de Coronel Fabriciano), que trata do mesmo tema.

Convocação - O fim do pagamento de subsídios por eventual convocação também não estava previsto na proposta original. Hoje, nesse caso, é pago a cada deputado R$ 9.635,40 no início da sessão e igual valor no fim. Outras mudanças propostas pelo substitutivo são manter a permissão constitucional para uma única recondução da Mesa da ALMG para o mesmo cargo na eleição subseqüente, na mesma legislatura ou na seguinte (vedada pela PEC original) e ratificar na Constituição, como já está disposto no Regimento Interno, que a sessão ordinária não se encerra sem a votação do orçamento.

Ainda na reunião, a comissão elegeu o deputado José Henrique como vice-presidente.

Recesso parlamentar não é férias, afirmam deputados

Primeiro a discutir o parecer, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) repudiou a postura que considera recorrente na imprensa de que recesso parlamentar seja sinônimo de férias para os deputados. Ele afirmou que a função político-parlamentar é determinada pelo Regimento Interno e, para ser exercida, exige a presença freqüente do deputado em várias cidades, para interagir com a população e conhecer seus problemas. Ele pediu apoio aos deputados para a discussão de propostas de sua autoria, como a que permite aos deputados mudar o Regimento Interno.

"Parlamentar não tem carteira assinada, portanto não existem férias", endossou o deputado Sebastião Helvécio (PDT), explicando que a representação parlamentar é mantida durante o recesso, o que não acontece nos outros Poderes. Ele ressaltou o trabalho desenvolvido pelas comissões, que debatem de forma ampliada temas importantes para a sociedade, e defendeu que a Assembléia aprimore suas funções de fiscalização e avaliação das políticas públicas. Para ele, as casas legislativas devem se valorizar e buscar mais autonomia em relação ao Congresso.

Reeleição - Já o deputado Célio Moreira (PSDB) criticou a proposta de manutenção, pelo substitutivo, da possibilidade de reeleição da Mesa para o mesmo cargo na eleição subseqüente. Para ele, a medida, implementada pela Assembléia em 2004, não foi positiva para a Casa e precisa ser novamente discutida. Em resposta ao deputado Célio Moreira, o relator, José Henrique, afirmou que a PEC em questão trata de recesso; e que, mesmo considerando a reeleição questionável, acredita que inserir o tema na matéria seria casuísmo, visto a proximidade das eleições. Também usando a palavra, o deputado Jayro Lessa (PFL) reafirmou sua posição contrária à reeleição, em qualquer nível. Lessa disse também ter considerado casuísmo uma suposta pressão do Executivo para que a permissão da reeleição fosse acatada pelos deputados.

O presidente da comissão, deputado Ermano Batista (PSDB), parabenizou a iniciativa da PEC, por absorver a demanda da população; e a atuação do relator, por não aderir ao "casuísmo" de mudar as normas em véspera de eleição. Assim como Jayro Lessa, ele falou sobre a admiração e respeito pelo presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB), mas disse que proibir a reeleição impede a perpetuação do poder.

Presenças - Deputados Ermano Batista (PSDB), presidente; José Henrique (PMDB), vice-presidente e relator; Sargento Rodrigues (PDT), Jayro Lessa (PFL), Célio Moreira (PSDB) e Sebastião Helvécio (PDT).

 

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