CCJ analisa projeto que aumenta efetivo do Corpo de Bombeiros

Já começou a tramitar na Assembléia de Minas o projeto que aumenta o efetivo do Corpo de Bombeiros Militar. O Projeto...

07/03/2006 - 00:00
 

CCJ analisa projeto que aumenta efetivo do Corpo de Bombeiros

Já começou a tramitar na Assembléia de Minas o projeto que aumenta o efetivo do Corpo de Bombeiros Militar. O Projeto de Lei (PL) 2.915/06, do governador, foi analisado nesta terça-feira (7/3/06) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 1º turno. Agora ele segue para as Comissões de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária para depois ser apreciado pelo Plenário. A proposição altera o efetivo dos atuais 4.804 (número que se mantém desde meados de 1999, quando houve o desmembramento da PM) para 7.994. Isso representa um aumento de 66,4% e uma despesa para os cofres públicos de R$ 71 milhões em um exercício.

Na justificativa para encaminhar o projeto, o Executivo informa que o aumento do efetivo visa equipar o Corpo de Bombeiros para melhor atender às atribuições da corporação, entre elas a prevenção e o combate a incêndio e a segurança de pessoas e bens. Na mensagem enviada à Assembléia, o Executivo esclarece que a proposição foi elaborada a partir de estudo visando a um crescimento de efetivo gradual para os próximos anos, não representando custo imediato para o Tesouro. Isto porque, acrescenta o Executivo, novos concursos serão realizados apenas após observar as condições orçamentária e financeira do Estado.

Segundo a proposição, a ativação dos cargos até o limite de 7.994 só poderá ocorrer depois de cumpridos os requisitos constantes do decreto que definirá o Quadro de Organização e Distribuição, observando-se o crescimento real do efetivo ou as condições logísticas para instalação de unidades. A promoção para os postos decorrentes do acréscimo do efetivo dependerá da aprovação da Câmara de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças.

Mulheres - Por sugestão da deputada Jô Moraes (PcdoB), o relator, deputado Gustavo Corrêa (PFL), apresentou emenda que trata das militares. O projeto originalmente limita em 5% do efetivo previsto o percentual de cargos destinados aos militares do sexo feminino nos quadros de oficiais e de praças. Essa limitação não se estende aos quadros de oficiais de saúde e de administração e de praças especialistas. Já a emenda nº 1, apresentada pelo relator, eleva o índice para 10%, ampliando a participação das mulheres na corporação por meio de mudança na redação do caput do artigo 4º.

O próprio Executivo reconhece que o efetivo ideal ficaria acima de 12 mil bombeiros, levando em conta quantidade de municípios, população e demanda operacional reprimida. Hoje a corporação está presente em apenas 35 municípios e possui um total de 15 frações criadas e ainda não instaladas. A meta é chegar às cidades com população superior a 30 mil habitantes. Enquadram-se nesse perfil cerca de 105 municípios.

Horas-vôo - A CCJ também aprovou parecer pela constitucionalidade, legalidade e juridicidade do PL 2.920/06, do governador. Ele reajusta o valor da gratificação de horas-vôo devida aos ocupantes dos cargos de 1º oficial de aeronave (de R$ 51 para R$ 66,30); comandante de avião (de R$ 59,50 para R$ 77,35); piloto de helicóptero (de R$ 59,50 para R$ 77,35) e comandante de avião a jato (de R$ 85 para R$ 110,50). Também extingue abono de 40 horas-vôo/mês previsto em lei, incorporando-o à gratificação - que se refere a um mínimo de 60 horas vôo/mês. A proposição altera o artigo 8º da Lei nº 9.266, de 18 de setembro de 1986, e o Anexo XLII da Lei Delegada nº 39, de 3 de abril de 1998.

Segundo o Executivo, o objetivo é adequar a remuneração desses profissionais de formação especializada aos valores praticados pelo mercado. A despesa decorrente da medida não está prevista na lei orçamentária anual. O governo informa que será, portanto, solicitada abertura de crédito suplementar de R$ 1.131.917,23, com vigência a partir de 1º de fevereiro deste ano. O relator foi o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).

Madeira apreendida pode ser destinada prioritariamente à habitação popular

Já está pronto para ser analisado pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas o PL 2.825/05, do deputado Gustavo Corrêa, que dispõe sobre a utilização de madeira apreendida no Estado de Minas Gerais para a construção de habitações populares. Esse projeto também foi analisado pela CCJ, e o relator, deputado Sebastião Costa (PPS), opinou pela aprovação da matéria na forma do substitutivo nº 1, que apresentou.

Segundo informa o relator, a legislação vigente permite ao Executivo promover a alienação ou a doação de produtos e subprodutos florestais apreendidos a entidades, públicas ou privadas, sem fins comerciais. Já o projeto pretende destinar a madeira apreendida para a construção de habitação popular, de acordo com programas desenvolvidos pelo poder público, para combater o déficit habitacional. O substitutivo foi apresentado para consolidar a legislação sobre o assunto. Desta forma, propõe a alteração do artigo 62 da Lei nº 14.309, de 2002, para estabelecer a preferência de uso da madeira apreendida para fins de construção de habitação popular. A lei de 2002 dispõe sobre as políticas florestal e de proteção à biodiversidade no Estado.

O presidente da CCJ, deputado Dalmo Ribeiro Silva, elogiou a iniciativa do autor.

Pareces pela inconstitucionalidade aprovados

A CCJ também aprovou pareceres pela inconstitucionalidade de cinco projetos. Agora eles seguem para o Plenário. Caso o parecer seja aprovado, o projeto é arquivado. Se não, é encaminhado à comissão seguinte a que foi distribuído. Uma das proposições é o PL 2.890/05, do deputado Durval Ângelo (PT), que aplica ao Judiciário de Minas a regra estabelecida no inciso I do artigo 62 da Lei Federal nº 5.010, de 30 de maio de 1966. O projeto fixa o período de 20 de dezembro a 6 de janeiro como feriados na Justiça do Estado. O relator, deputado Gustavo Corrêa, alega que não há inovação no PL, pois seu conteúdo já está previsto em lei.

O deputado Ermano Batista (PSDB) foi o relator dos seguintes projetos que tiveram parecer pela inconstitucionalidade:

* PL 2.397/05, do deputado Jésus Lima (PT), que estabelece regimes especiais de tributação para a cadeia produtiva do biodiesel. Em reunião anterior, o relator havia dado seu parecer, mas o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) tinha pedido vista do relatório.

* PL 2.849/05, do deputado Paulo Cesar (PDT), que autoriza a redução de ICMS para até 12% nas operações internas com fogos de artifício realizadas por estabelecimentos industriais.

* PL 2.830/05, do deputado Weliton Prado (PT), que regulamenta os procedimentos para o reajuste da base tarifária para o transporte coletivo rodoviário intermunicipal de passageiros do Estado. Segundo o relator, a competência para isso seria do Executivo. Além disso, o objetivo do projeto - dar publicidade aos procedimentos - já estaria sendo cumprido hoje.

* PL 2.895/05, do deputado Leonardo Moreira (PFL), que assegura aos agricultores familiares o direito de comercializar seus produtos agropecuários com dispensa de licitação pública. Segundo o relator, a Lei das Licitações já especifica os casos em que pode ocorrer dispensa de licitação.

Doação e reversão de imóveis

O presidente da CCJ, deputado Dalmo Ribeiro Silva, pediu vista do parecer apresentado sobre o PL 2.533/05, que autoriza o Executivo a fazer reverter a Leopoldina imóvel que especifica. Do deputado Luiz Fernando Faria (PP), o objetivo do projeto é viabilizar a construção da sede da Câmara. No entanto, o relator, deputado Gustavo Corrêa, opinou pela inconstitucionalidade, antijuridicidade e ilegalidade da matéria. Segundo ele, não é razoável prosseguir a tramitação do projeto, já que a própria Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) opinou ser contrária à reversão. Ele lembrou que a efetivação do ato é reservada ao governador.

Foram aprovados requerimentos para que os seguintes PLs sejam baixados em diligência:

* PL 2.879/05, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que autoriza o Executivo a reverter imóvel a Passa Tempo. O imóvel tinha sido doado ao DER para que este erguesse acampamento às margens de estrada em construção. O relator, deputado Sebastião Costa, quer saber do DER a situação do imóvel e a opinião sobre a reversão. Quer ainda saber se o prefeito concorda com o PL.

* PL 2.887/05, do deputado Antônio Andrade (PMDB), que autoriza o Executivo a doar a São Gonçalo do Abaeté imóvel que especifica para o funcionamento da Secretaria Municipal de Saúde. O relator, deputado Sebastião Costa, quer obter informações da Seplag.

* PL 2.889/05, da deputada Ana Maria Resende (PSDB), que autoriza o Executivo a doar à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Visconde do Rio Branco imóvel que especifica. O relator, deputado Gustavo Corrêa, também quer informações da Seplag.

* PL 2.900/05, do deputado Ricardo Duarte (PT), que autoriza o Executivo a fazer reverter o imóvel que especifica a Ituiutaba. O terreno havia sido doado ao Estado para a construção da sede da Ruralminas. Não foi cumprida essa destinação e, há mais de 20 anos, várias famílias se instalaram no local. O projeto promoverá, então, a regularização fundiária. O relator, deputado Sebastião Costa, quer informações da Ruralminas e do prefeito sobre o imóvel.

Terras devolutas - Também foi apreciado o Projeto de Resolução (PRE) 2.888/05, da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, que aprova a alienação de terras devolutas que especifica. O projeto autoriza a legitimação de 14 porções de terras devolutas em Rio Pardo de Minas, Santo Antônio do Retiro, Vargem Grande do Rio Pardo e Montezuma. O relator foi o deputado Sebastião Costa.

Retirados de pauta

Foram retirados de pauta, a requerimento dos autores, os seguintes projetos:

* PL 2.772/05, da deputada Lúcia Pacífico (PSDB), que dispõe sobre a divulgação de preços nos estabelecimentos que comercializam refeições utilizando balanças.

* PL 2.779/05, da deputada Lúcia Pacífico, que dispõe sobre o canal telefônico destinado ao cancelamento de contratos.

* PL 2.836/05, do deputado George Hilton (PP), que dispõe sobre a instalação de placas educativas de trânsito nos estacionamentos de veículos dos estabelecimentos industriais, comerciais, rodoviárias, aeroportos, particulares e às margens das rodovias estaduais.

Também foram analisadas proposições que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), presidente; Ermano Batista (PSDB), Gustavo Corrêa (PFL) e Sebastião Costa (PPS).

 

 

 

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