Projeto muda lei sobre recuperação de reservas legais

O Projeto de Lei (PL) 1.829/04, do deputado Ricardo Duarte (PT), que trata da política florestal do Estado (altera a ...

22/02/2006 - 00:03
 

Projeto muda lei sobre recuperação de reservas legais

O Projeto de Lei (PL) 1.829/04, do deputado Ricardo Duarte (PT), que trata da política florestal do Estado (altera a Lei 14.309, de 2002), está pronto para ser votado pelo Plenário da Assembléia Legislativa, em 1º turno. Durante a reunião da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, nesta quarta-feira (22/2/06), foi aprovado parecer sobre o substitutivo nº 1 apresentado pelo deputado Miguel Martini (PHS), durante sua discussão em Plenário. O relator, deputado Doutor Ronaldo (PDT), apresentou o substitutivo nº 2 ao projeto, prejudicando o substitutivo nº 1 e as emendas nºs 1 e 2 da Comissão de Administração Pública.

De acordo com o substitutivo nº 2, fica mantida a possibilidade de recomposição de reserva legal de propriedades rurais fora da mesma bacia hidrográfica, desde que em forma de condomínio formado por mais de um proprietário e que seja instituída uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), tipo de unidade de conservação. O novo texto limita ainda a recomposição ao território do Estado.

O PL 1.829 propõe, originalmente, a alteração do artigo 17 da Lei 14.309, que trata das alternativas de recomposição de reserva legal das propriedades rurais, estendendo a todas as opções a limitação de recomposição na mesma bacia hidrográfica onde esteja a propriedade. O autor da proposição justifica sua iniciativa na necessidade urgente de recomposição da cobertura vegetal no Estado.

Contudo, em audiência realizada para discutir o projeto, técnicos do Instituto Estadual de Florestas (IEF) rebateram as críticas de que a lei atual permite abusos e garantiram que a recomposição fora da bacia hidrográfica só é autorizada quando se esgotam todas as demais opções. A atual norma prevê seis situações para que o proprietário faça a recomposição, e já existe a obrigatoriedade de preservação de 20% da área total das propriedades, a reserva legal.

Segundo o relator, deputado Doutor Ronaldo, na norma atual, das alternativas apresentadas aos proprietários rurais na recomposição das áreas de reserva legal, apenas uma opção permite a recomposição sem a observação do critério bacia hidrográfica. Essa possibilidade, segundo o relator, é um recurso extremo e necessário para garantir ressarcimento de danos ambientais ou mesmo para trazer ganhos para o Estado e "se aplica aos casos em que os estudos técnicos do IEF concluírem não existir área com extensão e importância ecológica compatíveis para recomposição na mesma bacia hidrográfica".

Condomínio pode ser mais vantajoso do que áreas desconectadas

O deputado destacou ainda que a formação de condomínio de vários proprietários para a recomposição de suas respectivas reservas legais, numa região de interesse ambiental, pode ser até mais vantajosa do que o isolamento físico de pequenas áreas desconectadas, já completamente alteradas e degradadas na mesma bacia hidrográfica. Daí, em sua opinião, ser necessário manter-se a discricionariedade do IEF nesse ponto, "visto que o órgão possui competência técnica e compromisso com a preservação ambiental de Minas". O projeto original retira do IEF esta competência.

Requerimentos

Ainda na reunião, foram aprovados três requerimentos: dos deputados João Leite (PSDB), Laudelino Augusto (PT) e Doutor Ronaldo, em que solicitam uma audiência pública para discutir a concessão de certificação de diamantes e a sua exploração na Serra da Canastra. A justificativa, apresentada pelo deputado João Leite, é de que a comissão precisa se inteirar do que acontece com esse setor, protagonista de uma operação da Polícia Federal, que levou ao desbaratamento de suposta quadrilha de contrabandistas de diamante. O deputado sugeriu uma resposta da comissão ao artigo do jornalista Nairo Almeri, publicado no jornal Hoje em Dia, onde há, segundo João Leite, uma insinuação sobre a conivência da Comissão de Meio Ambiente, com o esquema de contrabando de diamantes.

Do deputado Laudelino Augusto, foi aprovado o pedido de audiência pública para discutir os termos do edital de exploração das águas minerais de Caxambu, Cambuquira e Lambari. Segundo o deputado, apesar de terem sido vendidos 76 editais, na abertura dos envelopes, no último dia 16, não apareceu nenhuma proposta. E do deputado João Leite foi aprovado outro requerimento, em que pede o envio à comissão dos documentos do Termo de Ajustamento de Conduta assinado pela empresa Votorantim Metais S.A. com o Ministério Público, por conta de poluição próxima a Três Marias. A comissão já aprovou outros requerimentos tratando do assunto e tem visita programada para a cidade.

Presenças - Deputados Laudelino Augusto (PT), presidente; Doutor Ronaldo (PDT), vice; e João Leite (PSDB).

 

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