ALMG reduz recesso e proíbe pagamento por convocação extraordinária

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais reduzirá o recesso parlamentar de 90 para 55 dias, além de vedar o pagamento...

21/02/2006 - 00:00
 

ALMG reduz recesso e proíbe pagamento por convocação extraordinária

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais reduzirá o recesso parlamentar de 90 para 55 dias, além de vedar o pagamento por convocações extraordinárias. As decisões, que valem já para o recesso de julho deste ano, foram tomadas por unanimidade dos deputados que participaram, nesta terça-feira (21/2/06), da reunião do Colégio de Líderes, conduzida pelo presidente Mauri Torres. Estavam presentes 16 parlamentares, entre líderes e vice-líderes. O Colégio de Líderes resolveu ainda que adotará a mesma legislação sobre nepotismo (contratação de parentes) que deverá ser votada pelo Congresso Nacional, provavelmente em março, conforme afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Aldo Rebelo (PCdoB).

As mudanças sobre o recesso parlamentar serão apresentadas sob a forma de um substitutivo à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 67/04, do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que trata da redução do recesso e aguarda parecer de 1º turno, na comissão especial que a analisa. Segundo o Acordo de Líderes, o substitutivo será apresentado pelo relator da PEC, deputado José Henrique (PMDB).

O presidente Mauri Torres destacou que as alterações eram esperadas pela população. "A sociedade aguardava essa decisão. Vamos nos adequar ao que foi definido pelo Congresso Nacional e, em julho, já implementaremos o novo recesso", afirmou. Ele também ressaltou que, durante o recesso, o deputado visita suas bases eleitorais no interior, desenvolvendo o importante trabalho de contato direto com o eleitor, lideranças políticas e prefeitos. "Além disso, há a atuação em Plenário e comissões, com a votação das matérias de interesse da população. A produção legislativa desta legislatura será mantida neste ano também", atestou Mauri Torres.

De acordo com o substitutivo a ser apresentado, a sessão legislativa ordinária será realizada de 1º de fevereiro a 18 de julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro de cada ano. Atualmente, o período de duração da sessão vai de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro. Continuam valeando as normas constitucionais e regimentais que determinam que a sessão legislativa não pode ser interrompida, em julho, sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO), e nem encerrada, em dezembro, sem a aprovação do projeto de lei do orçamento anual

Convocação extraordinária sem pagamento de subsídio

O substitutivo que será apresentado à PEC 67/04 também trata das convocações extraordinárias, vedando o pagamento de parcela indenizatória (modifica o parágrafo 6º do artigo 53 da Constituição do Estado). Hoje, é feito o pagamento, e o valor pago a cada deputado é o de um subsídio no início da sessão e outro no fim. O subsídio é de R$ 9.635,40. A convocação ocorre pelo governador, em caso de urgência ou de interesse público relevante; por seu presidente, quando ocorrer intervenção em município, para o compromisso e a posse do governador e do vice; ou, em caso de urgência ou de interesse público relevante, a requerimento da maioria de seus membros. A última convocação, feita pelo governador Aécio Neves, foi em julho de 2003, para a votação da reforma administrativa do Executivo.

Líderes destacam importância da mudança

O deputado Adalclever Lopes, líder do PMDB, afirmou que a decisão da redução do recesso representa um avanço. Presente à reunião, o deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB) também endossou a mudança e disse que o caminho natural era a Assembléia seguir a decisão do Congresso Nacional.

O líder da Minoria, deputado Weliton Prado (PT), afirmou que o acordo firmado para um recesso de 55 dias reflete os anseios da população e simboliza o caminho para a consolidação da democracia e avanços com relação à ética. O Bloco PT/PCdoB defendia 30 dias de recesso.

O deputado Ivair Nogueira (PMDB), autor da PEC 67/04, destacou que a decisão dos líderes representa um grande avanço, pois é uma resposta à cobrança feita pela sociedade à classe política. Assim como o presidente Mauri Torres, ele ponderou que o recesso geralmente é entendido como férias, apesar de ser um período fundamental para os deputados visitarem suas bases e conversar com os eleitores, além de fazer visitas às Secretarias de Estado.

Presenças - Além do presidente Mauri Torres, participaram da reunião a deputada Elisa Costa (PT) e os deputados Adalclever Lopes e Sávio Souza Cruz, líder e vice-líder do PMDB; Weliton Prado (PT), líder da Minoria, e Ricardo Duarte, vice-líder do PT; Gustavo Valadares, líder do PFL, e Gustavo Corrêa (PFL); Luiz Humberto Carneiro e Fahim Sawan, do PSDB; Dilzon Melo (PTB), líder do Bloco Parlamentar Social Progressista, formado pelo PSDB, PTB, PDT, PHS, PSC e PSB; Alberto Pinto Coelho (PP), líder do Governo; José Henrique (PMDB), vice-líder do Governo; Márcio Kangussu, líder do PPS; Arlen Santiago (PTB) e Ivair Nogueira (PMDB).

 

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